Decisão do BC pelo compulsório vai no cerne da questão, afirma Mantega

Ministro acredita que rentabilidade ligada à posição vendida no mercado cambial deve cair, contendo valorização do real

Juliana Pall Farias

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SÃO PAULO – Nesta quinta-feira (6), o Banco Central do Brasil anunciou novas medidas para conter a desvalorização do dólar. De acordo com circular, a autoridade monetária decidiu que irá recolher dos bancos brasileiros, sob forma de depósito compulsório, 60% do valor das posições de câmbio vendidas em dólar que excederem US$ 3 bilhões ou o seu patrimônio de referência.

Diante do fato, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, comentou o anúncio e afirmou que a decisão vai ” no cerne da questão”. Segundo o ministro, a decisão do BC foi acertada, uma vez que a posição vendida dos bancos vinham aumentando consideravelmente, pressionando a moeda norte-americana. Assim, ao estabelecer o compulsório, a rentabilidade de quem optou por essa posição vendida acima de um certo limite tende a diminuir.

“Hoje a cotação do dólar está se fazendo mais no mercado futuro do que no mercado à vista. Atuamos nas duas áreas e essa medida é quase como uma taxação para excesso de posição vendida”, concluiu.

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O futuro do dólar
Perguntado sobre qual seria o futuro da moeda americana e se seria possível conter a desvalorização com tais medidas, Mantega preferiu assumir uma posição mais cautelosa. “Não sei qual será a reação do mercado”, afirmou. Ainda assim, o ministro admitiu que com as decisões, a pressão de valorização do real deve diminuir.

“Temos que observar para ver o que vai acontecer”, comentou. Segundo o ministro, sempre há um processo de análise antes de tomar as medidas, pois é necessário examinar de onde as pressões estão vindo. Anos atrás a predominância no mercado cambial era de posição comprada, porém, a partir de novembro, essa tendência começou a ser revertida.  

Em dezembro, as posições vendidas do mercado de câmbio, aquelas que podem ser consideradas as “apostas” dos bancos na depreciação do dólar em relação ao real, alcançavam US$ 16,8 bilhões. Assim, o ministro explicou que sempre é preciso analisar para que os agentes financeiros internos possam atuar corretamente.