De alta de 10% para queda de 4%: o que explica a montanha-russa das ações da Amazon após o resultado?

A motivação para a queda dos ativos foi um comentário de que a divisão de nuvem está desacelerando 5 pontos porcentuais em abril

Equipe InfoMoney

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A repercussão dos resultados do primeiro trimestre de 2023 (1T23) da Amazon foi marcada por altas e baixos. Logo após a divulgação do balanço, considerado positivo, a ação chegou a subir cerca de 10% no mercado americano na noite da última quinta-feira, no after market.

Contudo, pouco depois, durante a teleconferência de resultados, as ações passaram a cair já na quinta, baixa que se estendeu durante todo o pregão desta sexta-feira, com os ativos fechando em queda de 3,98%, a US$ 105,45.

Para o Itaú BBA, a Amazon registrou um primeiro trimestre de altos e baixos, mas com números, no geral, inspiradores. O
crescimento da AWS (divisão de nuvem da Amazon) ficou acima das expectativas do mercado, com alta de 16%, ante estimativa entre 12% e 13%, enquanto as vendas líquidas continuaram a crescer em dois dígitos, apesar de uma economia lenta. Além disso, o resultado operacional (Ebitd) ficou em US$ 4,8 bilhões, acima da expectativa do mercado de US$ 4 bilhões. Eles destacam também a projeção (guidance) de Ebit, que foi maior do que o topo das expectativas (US$ 5,5 bilhões contra US$ 4,5 bilhões de expectativa dos investidores).

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Isso tudo justificou a alta de cerca de 10% após a divulgação do balanço. “No entanto, em seguida, a administração abafou a empolgação dos investidores”, aponta.

A motivação para a queda dos ativos foi um comentário de que a AWS está desacelerando 5 pontos porcentuais em abril e que é difícil entender onde a empresa está no ciclo de otimização. Assim, a “narrativa voltou para ‘por que devo pegar essa faca caindo?’ e não é por acaso que a performance da ação passou de positiva para negativa”, aponta o banco.

Afastando-se de toda essa volatilidade, o trimestre foi realmente misto e trouxe pontos importantes, avalia o banco.

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Fica claro que a Amazon está levando a eficiência muito a sério e isso se reflete nas margens brutas, que aceleraram significativamente (de 42,6% no quarto trimestre para 46,8%), e na contribuição de um melhor mix (59% do total
de vendas online agora é 3P).

Embora isso reflita em uma revisão maior das margens, há uma desconfiança sobre se essa melhora continuará.

“Além disso, os fracos resultados das empresas de embalagens (PKG, por exemplo) trazem uma bandeira amarela adicional para o comércio eletrônico nos próximos dois ou três trimestres. Com entregas e estoques significativamente reduzidos em relação ao ano anterior, avaliamos que há uma boa chance de que essa demanda mais amena se traduza em uma atividade de varejo mais fraca, incluindo comércio eletrônico, na segunda metade de 2023”, avalia.

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Assim, o BBA aponta que a Amazon não parece uma opção empolgante no cenário atual. “Com tanta incerteza sobre a empresa e após a relevante divergência entre Azure x AWS, avaliamos que o mercado favorecerá a primeira, e sua controladora (Microsoft), em detrimento da segunda”, avaliam os analistas.