Dados de inflação nos EUA e Europa, serviços e varejo no Brasil: o que acompanhar na semana

Tudo o que o investidor precisa saber antes de operar na semana

Mitchel Diniz

TROY, OH - MAY 11: An employee changes a price placard in the grocery section of a Wal-Mart Supercenter May 11, 2005 in Troy, Ohio. Wal-Mart, America's largest retailer and the largest company in the world based on revenue, has evolved into a giant economic force for the U.S. economy. With growth, the company continues to weather criticism of low wages, anti-union policies as well as accusations that it has homogenized America's retail economy and driven traditional stores and shops out of business. (Photo by Chris Hondros/Getty Images)

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Falta menos de um mês para as eleições presidenciais no Brasil, mas o mercado financeiro parece deixar o assunto em segundo plano para focar nos temas que têm chacoalhado as negociações: inflação e juros. A semana vai trazer o último indicador antes da próxima reunião de política monetária do Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos, e também o mais importante. O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) sai na terça-feira (13) e o número deve mostrar se a escalada de juros conduzida pelo Fed está sendo capaz ou não de conter o avanço da inflação no país.

Em julho, o índice surpreendeu com uma estagnação na comparação com o mês anterior. Para agosto, o consenso do mercado, de acordo com a Refinitiv, aponta para uma leve deflação de 0,1%, a primeira desde maio de 2020.

O mercado entende que o Fed também vai calibrar sua decisão sobre juros de acordo com esse número. Afinal, o BC americano tem evitado antecipar seus próximos movimentos, mostrando que a intensidade do aperto vai depender de indicadores econômicos. Por enquanto, a maioria dos investidores aposta que o Fed vai elevar os juros em 75 pontos-base no próximo dia 21 de setembro.

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O BofA acompanha a opinião da maioria e também projeta deflação de 0,1% para o CPI de agosto. “Esperamos que a retração nos preços de energia continue em agosto, com uma retração mensal de 5,2%, seguindo a queda de 4,6% que havia acontecido em julho”, afirmam os analistas do banco.

Os preços do grupo alimentação devem desacelerar de 1,1% para 0,9%. No entanto, o BofA acredita que os salários elevados devem continuar pressionando para cima a inflação da alimentação fora de casa. “Embora os preços das commodities tenham caído recentemente, isso levará tempo para ser repassado aos preços ao consumidor”, diz o relatório do banco. Para o núcleo do índice, o BofA espera um avanço de 0,3%.

O CPI não é o único dado de inflação previsto na agenda americana para esta semana. Na quarta-feira (14) sai o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) e o consenso de mercado também projeta uma retração de 0,1%.

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Ainda nos Estados Unidos, a semana traz  uma série de indicadores econômicos. Na quinta-feira (15), saem as vendas do varejo referentes a agosto e a média das projeções aponta para uma estagnação na comparação mensal. Nesse mesmo dia tem o dado de produção industrial sobre o mesmo mês e o consenso Refinitiv prevê uma ligeira alta mensal de 0,2%.

China e Europa também vão divulgar uma série de indicadores econômicos

A China deu o tom dos negócios na última sexta-feira, com o governo do país sinalizado medidas de estímulo em meio a novos lockdowns. Na quinta saem as vendas do varejo e a produção industrial chinesas, referentes a agosto. Para ambos os indicadores, a média das projeções indica crescimento de 4%, na comparação anual.

Na Europa, mais dados de inflação. Depois de uma alta sem precedentes de juros pelo Banco Central Europeu (BCE), que elevou a taxa em 75 pontos-base, os investidores vão conhecer a inflação do bloco em agosto. A expectativa do mercado, segundo a Refinitiv, é de que o índice de preços ao consumidor registre uma alta de 0,5% na comparação com julho. Dessa forma, a inflação anual deve chegar a 9,1%.

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No Brasil, destaque para dados de serviço e varejo

Indicadores da atividade econômica brasileira referentes ao mês de julho também são esperados para esta semana. São números que podem confirmar o otimismo do mercado, que revisou para cima suas projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2022 e 2023.

A Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) será divulgada na terça, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Prevemos um crescimento mensal de 0,5%, com o componente de serviços às famílias avançando 0,9% na margem. Apesar de seu peso menor no PMS, é bastante importante para o nosso monitoramento do PIB”, escreveu Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú.

Na quarta, é a vez da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC). O Itaú prevê uma queda de 0,9% no índice mais amplo, que inclui veículos e material de construção. O núcleo do índice, por sua vez, deve sofrer uma contração de 1%, nos cálculos do banco, com uma queda na maioria dos seus segmentos.

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Por fim, na quinta, o Banco Central divulgará seu índice de atividade econômica, o IBC-Br do mês de julho. O Itaú prevê um crescimento marginal de 0,1%, “mas nossas estimativas poderão mudar de acordo com os resultados da PMS e da PMC”, diz análise do banco.

Na B3, quarta-feira é dia de vencimento de opções sobre Ibovespa e, na sexta-feira (16), de vencimento de opções sobre ações.

Mitchel Diniz

Repórter de Mercados