Cyrela (CYRE3): para bancos, queda forte da construtora na B3 em 2024 é oportunidade

Queda criou uma assimetria de valor atraente, que combinada com possibilidade de um rendimento de dividendos de dois dígitos apresenta uma oportunidade interessante de investimento

Felipe Moreira

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Em sintonia com a visão otimista do Goldman Sachs, o Itaú BBA reiterou recomendação de compra para ação da Cyrela (CYRE3), pois a queda de 19% no acumulado do ano criou uma assimetria de valor atraente, que combinado com a possibilidade de um rendimento de dividendos de dois dígitos apresenta uma oportunidade interessante de investimento. Já o preço-alvo passou de R$ 33 para R$ 30. Para os analistas do banco, se o investidor pensa que o pessimismo já foi longe demais, CYRE3 pode ser uma ação para se ter.

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O BBA comenta que a ação negocia com uma avaliação descontada de 0,9 vez Preço/Valor Patrimonial, bem abaixo de sua média histórica de 1,5 vez, e projeta um rendimento de dividendos de aproximadamente 10% no próximo ano, com espaço para mais.

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De acordo com cálculos do BBA, a Cyrela seria capaz de aumentar o payout (pagamento de dividendo em relação ao lucro) para 75% (implicando um rendimento de dividendos de 15%) sem comprometer sua posição de alavancagem – a dívida líquida sobre o patrimônio permaneceria abaixo do limite de 25%.

Além disso, considerando o retorno sobre patrimônio líquido (ROE) estimado de 16% a 17% para 2025 em comparação com o custo do capital próprio de 15%, a “história parece ter uma margem de segurança”, avalia BBA.

O BBA também vê a Cyrela como líder do setor, com indicadores operacionais superiores à média do setor. Apesar do crescimento de 22% nos lançamentos no ano passado, a empresa entregou uma velocidade de vendas de 18% (que se manteve até o 1T24), ante 15% para players de renda média. Além disso, a posição de estoque controlado da Cyrela (12 meses de vendas contra média de 18 meses para pares) dá à empresa a confiança necessária para aumentar seu pipeline de lançamentos em 15 a 30% este ano.

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“Embora a probabilidade de uma redução nas taxas de financiamento imobiliário pareça cada vez mais improvável, as perspectivas para os construtores de habitações de média renda permanecem favoráveis”, destaca BBA.

Isso porque, segundo o banco, os custos de construção têm permanecido estáveis, com o INCC praticamente estável em 3,5% desde 23 de julho. As saídas de cadernetas de poupança não se transformaram em entradas, mas foram reduzidas para R$ 50 bilhões em 24 de abril (de R$ 90 bilhão em 23 de abril). Além disso, os níveis de estoque em SP estão no menor nível desde 2021, com 11 meses de vendas.

Os analistas ainda pontuam que houve uma mudança no sentimento dos investidores durante abril e maio, impulsionada pelo aumento das taxas nominais de longo prazo e pela deterioração das perspectivas macroeconômicas. Com isso, muitos investidores optaram por aumentar a sua exposição a setores defensivos e de alta qualidade, em vez de nomes com beta elevado, o que levou a uma redução da exposição do mercado à Cyrela.

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O Goldman Sachs, por sua vez, reiterou recomendação de compra para Cyrela e preço-alvo de R$ 31, pois espera que o forte desempenho da Cyrela em vendas e margens brutas deve continuar, dado seu foco no segmento de alta renda em áreas com maior valor de escassez, o que acredita diferenciar seu produto. O banco acredita que isso ajudará a impulsionar os ROEs da Cyrela para níveis próximos aos históricos (16%/18%/17% em 2024/2025/2026). 

A maior parte do mercado mostra otimismo com a ação. De acordo com compilação LSEG, de 11 casas que cobrem o papel, nova recomendam compra, uma manutenção e uma venda.