Cyrela, Cury, Even, Plano&Plano divulgam prévia operacional: qual se saiu melhor?

A Cyrela apresentou resultados positivos, superando significativamente as expectativas do mercado, enquanto a Cury entregou resultados dentro do esperado.

Felipe Moreira

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Várias construtoras reportaram dados operacionais do quarto trimestre de 2024 (4T24) na noite passada.

Na visão do Itaú BBA, a Cyrela apresentou resultados positivos, superando significativamente as expectativas do mercado, enquanto a Cury (CURY3) entregou resultados dentro do esperado. Quanto à Plano & Plano (PLPL3)e à Even (EVEN3), as impressões foram mistas/levemente negativas.

As vendas da Cyrela totalizaram R$ 3,53 bilhões no 4T24, um crescimento de 93% em relação ao mesmo período de 2023.

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A empresa surpreendeu as expectativas já otimistas do BBA, com lançamentos chegando a R$ 4,9 bilhões, cerca de 20% acima da previsão do banco, e vendas líquidas chegando a R$ 3,5 bilhões, superando a estimativa de analistas em 14%.

Segundo o BBA, o resultado marca o melhor trimestre que a Cyrela já registrou em termos de lançamentos e vendas e adiciona potencial de alta às suas estimativas para 2025.

O BBA continua a recomendar a Cyrela como um complemento para aqueles que podem estar dispostos a adicionar algum beta aos seus portfólios defensivos, dada a assimetria favorável da ação: avaliação em baixas, enquanto as vendas continuam a superar o mercado.

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“A Cyrela continuou a registrar números muito fortes na frente operacional, com os principais destaques sendo lançamentos no 4T24 em R$ 4,9 bilhões e vendas fortes”, comenta o Bradesco BBI.

O BBI avalia que a Cyrela está sendo negociada a um atrativo múltiplo Preço/Lucro de 4,5 vezes e Preço/Valor Patrimonial de 0,7 vez. Mesmo diante da expectativa de um fluxo de notícias negativas para o segmento de renda média-alta em 2025, o banco acredita que a empresa possui uma margem de segurança razoável em sua avaliação, além de potencial para revisões positivas em suas estimativas. Diante disso, o BBI reiterou sua recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 31.

O Morgan Stanley, por sua vez, comenta que lançamentos e números de pré-vendas líquidas muito fortes deixam espaço significativo para revisões para cima e definem o tom para o início de 2025, apesar do ambiente macro desafiador.

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A XP Investimentos avalia a prévia operacional da Cyrela como significativamente positiva, apoiada por um desempenho de vendas excepcional, impulsionado por lançamentos robustos no segmento de alto padrão, como o Vista Cyrela.

O time de análise da XP mantém a Cyrela como sua preferência entre as construtoras de médio/alto padrão, com um preço-alvo de R$ 30,0.

Cury (CURY3)

A construtora relatou lançamentos e vendas líquidas em linha com as expectativas do BBA, em R$ 1 bilhão e R$ 1,1 bilhão, respectivamente. A velocidade de vendas, por sua vez, atingiu 42%, queda de 2pp em relação ao trimestre anterior.

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Além disso, a geração de fluxo de caixa foi positiva em R$ 150 milhões, estável ficando estável na comparação triemstral.

De forma geral, o BBA classifica os números como sólidos e esperamos uma reação moderada na sessão de negociação de hoje. No entanto, destaca a ação como uma de suas favoritas no setor , dada a a expectativa de um ritmo sólido de lançamentos no início do ano de 2025 e o potencial de revisões para cima.

Já o Bradesco BBI comenta que os resultados da Cury foram bons e em linha com os trimestres anteriores, com os principais destaques sendo um forte aumento de tíquete e geração de caixa de R$ 150 milhões no 4T24 e R$ 467 milhões em 2024.

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Embora os números do 4T24 tenham sido alinhados, as perspectivas para lançamentos em 2025 sugerem alguma alta em nas estimativas atuais de lucro líquido de R$ 819 milhões. O BBI mantém recomendação de compra e preço-alvo de R$ 28, pois vê a Cury tendo um dos melhores momentos de ganhos.

Já a XP Investimentos considera os dados operacionais da Cury como positivos, mantendo um forte ritmo de crescimento anual, apesar da desaceleração trimestral esperada nos lançamentos devido à concentração no 1S24.

A XP não esperava uma reação significativa do mercado, mas reitera a Cury como sua principal escolha entre os nomes de baixa renda, com um preço-alvo para o final de 2025 de R$ 28,0 por ação.

Even (EVEN3)

Para o BBA, a construtora relatou resultados fracos no trimestre, impactados principalmente pelo menor volume de vendas. A Even lançou três projetos no trimestre (R$ 1,3 bilhão, coparticipação), incluindo a segunda fase do projeto Faena (R$ 550 milhões, coparticipação), elevando o número do final do ano para R$ 1,8 bilhão.

No entanto, as vendas do trimestre atingiram apenas R$ 369 milhões na empresa, considerando os três projetos lançados e o estoque da construtora. Vale ressaltar que dois dos três projetos do trimestre (incluindo Faena) foram lançados apenas em dezembro, então o BBA espera que as vendas aumentem no 1T25, o que resultou em uma velocidade de vendas estável de 12%, o que não é um número animador para o segmento.

Além disso, a duração do estoque aumentou de 14 para 22 meses, e os cancelamentos de vendas ficaram em 14% das vendas totais, estável em relação ao trimestre anterior e abaixo dos 16% do ano anterior.

Na mesma linha que BBA, o BBI vê os números como fracos, devido as vendas mais fracas com VSO caindo 4pp na base anual, bem como lançamentos recuano 17% na base anual, apesar do crescimento de 89% no 4T24.

O BBI mantém recomendação neutra e preço-alvo de R$ 8.

Plano&Plano (PLPL3)

O Itaú BBA avalia que os números relatados foram mistos, uma vez que os lançamentos superaram suas expectativas em 30%, mas as vendas ficaram aquém de sua previsão em 10%, resultando na velocidade de vendas caindo para o menor nível desde o início de 2021.

Os lançamentos dobraram no trimestre (excluindo Pode Entrar no 3T24) e diminuíram 10% na base anual para R$ 1,3 bilhão. As vendas líquidas totalizaram R$ 653 milhões.

O Bradesco BBI, por sua vez, classifica os dados com mistos, principalmente devido a outro pico inesperado nos cancelamentos de vendas para 15,2% das vendas brutas.

De acordo com a administração, esse aumento foi resultado de uma estratégia comercial específica adotada pela empresa em projetos recentes e focada nas vendas líquidas gerais, que cresceram 13% na base anual ex-Pode Entrar.

Do lado positivo, o BBI pontua que os lançamentos foram sólidos, embora concentrados em dezembro, sugerindo que as vendas mudaram para o 1T25.

O BBI mantém recomendação de compra e preço-alvo de R$ 21.

“Apesar da surpreendente expansão forte de lançamentos neste trimestre, a VSO trimestral ficou aquém da média da empresa nos últimos trimestres, provavelmente devido à forte concentração de lançamentos no final de dezembro, o que reduziu o tempo de vendas”, explica XP.

No entanto, a XP espera que a Plano&Plano mantenha um forte ritmo de crescimento operacional em 2025, apoiado por (i) um forte momento de demanda em São Paulo e (ii) uma perspectiva positiva de geração de caixa, o que pode possibilitar revisões de ganhos no futuro. A corretora reiterou recomendação de compra e o preço-alvo de R$ 18,0 por ação.