CVM condena 10 por uso de informações privilegiadas no caso Sadia

Total da multa é de quase R$ 5 milhões; acusados de utilizar informações privilegiadas em 2008 poderão recorrer da decisão

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SÃO PAULO – A CVM condenou 10 dos 11 acusados de utilizar informações privilegiadas, o insider information, na venda de ações da Sadia – hoje Brasil Foods (BRFS3) após a fusão com a Perdigão –  pouco antes de a empresa admitir perdas com derivativos cambiais em 2008.

Entre os punidos com multas estão Alberto Stringhini, Alberto Zuzzi, Clube Primoinvest de Investimentos, Elvio de Oliveira Flores, Family Trust Clube de Investimentos, Juliano Zandonai, Octaviano Zandonai e Octaviano Zandonai & Cia Ltda, cujas multas pecuniárias são equivalentes a duas vezes o prejuízo evitado com as operações irregulares realizadas.

Foram também incluídos na condenação Hugo Saito e Daniel Antunes de Azevedo. No total o montante desembolsado é da ordem de quase R$ 5 milhões. A única a ser absolvida foi Nanci Lucia Panzera Forner.

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De acordo com nota, a CVM oferecerá recurso de ofício da absolvição ao Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional. Os acusados condenados poderão apresentar recurso, com efeito suspensivo, ao Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional.

Entenda o caso
Á época, a Sadia anunciou um prejuízo líquido de R$ 2,48 bilhões no acumulado de 2008, na comparação com um lucro líquido de R$ 768 milhões no ano anterior. O desempenho negativo se deu, principalmente, por causa de perdas com derivativos cambiais, com a repentina mudança na força do dólar frente ao real.

“A Sadia registrou em 2008 o primeiro prejuízo anual em seus 64 anos de história, reflexo de perdas financeiras com instrumentos derivativos e dos impactos da desvalorização do real”, explicou a companhia em release publicado ao mercado em março de 2009.

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De acordo com a empresa, as operações com derivativos geraram uma despesa financeira de R$ 2,5 bilhões em 2008, sendo que já foram realizados R$ 705,9 milhões (efeito caixa) e o restante, R$ 1,8 bilhão, foi reconhecido nas demonstrações financeiras.