CVM aprova negociação do primeiro ETF de Bitcoin da América Latina

Nesta semana, o órgão regulador brasileiro também aprovou o lançamento do primeiro ETF com uma cesta de criptomoedas

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Após o anúncio do primeiro fundo de índice (ETF) de criptoativos, agora a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) autorizou a negociação do primeiro ETF de Bitcoin da história da Bolsa.

Criado pela QR Asset Management, gestora de recursos da holding QR Capital, este será o primeiro fundo de índice apenas de Bitcoin da América Latina, e terá o ticker QBTC11. Este é o quarto ETF deste ativo entre os países do G20, sendo que o Canadá tem os outro três.

O fundo estará disponível para todos os investidores e será 100% alocado em Bitcoin, replicando o preço médio da criptomoeda nas principais corretoras reguladas do mundo. O fornecedor do índice será a CF Benchmarks, o mesmo usado pelos contratos futuros da Bolsa de Mercadorias de Chicago (CME).

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A oferta primária dos ativos, estimada em cerca de R$ 500 milhões, será para investidores qualificados. Segundo Fernando Carvalho, presidente da QR Capital, os agentes financeiros para coordenar a oferta estão sendo escolhidos.

De acordo com o executivo, o ativo pode ser uma alternativa de diversificação de portfólio para fundos multimercado e tem atraído interesse de family offices e dos chamados investidores profissionais. A expectativa é de que os ETFs sejam depois listados na bolsa brasileira até junho.

“Observo um amadurecimento do mercado, em sua busca constante por garantir opções seguras e muito simples de exposição ao Bitcoin”, afirma Carvalho.

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O executivo também destaca o papel da criptomoeda no portfólio dos investidores: “O ativo acaba atuando como um duplo hedge, por ser uma commodity digital e, ao mesmo tempo, ser negociado em dólar no mercado mundial. Seu preço é pouco correlacionado com outras classes de ativos, o que faz com que cada vez mais esteja sendo adotado por grandes gestores e investidores dentro de carteiras diversificadas”.

Com esta opção, o acesso ao investimento em Bitcoin fica ainda mais fácil para o investidor de varejo, já que hoje as únicas opções são comprar diretamente a moeda digital nas corretoras especializadas ou via fundos.

Porém, neste segundo caso, as opções ainda são escassas, sendo que os fundos mais acessíveis têm pouca exposição ao mercado de criptos, cerca de 20%. Já os fundos mais expostos são voltados apenas para investidores qualificados ou profissionais, com pelo menos R$ 1 milhão investido. Além disso, fundos também cobram taxas maiores que um ETF (entenda mais clicando aqui).

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A QR Capital avalia ainda que o lançamento do QBTC11 no Brasil pode, indiretamente, gerar um cenário mais propício à criação de um ETF
de Bitcoin nos Estados Unidos.

Segundo eles, com a aprovação de ETF’s em dois dos três maiores mercados das Américas (Brasil e Canadá), ganha força também a implementação de um fundo do tipo nos EUA. A empresa destaca ainda que a Organização Internacional de Valores Mobiliários (IOSCO) tem entre seus filiados os três países, com a CVM, a canadense OSC e a americana Securities and Exchange Commission (SEC).

“Há um caminho aberto, e, agora, com o ETF brasileiro, está ainda mais forte para pleitear a criação de um ETF a partir da chamada Benchmark Regulation, que aumenta o poder de pressão sobre a SEC”, avalia Carvalho, que cita ainda a fala de uma das comissárias da SEC sobre a importância da comissão aprovar um ETF nativo para reduzir o crescente volume de americanos negociando em ETFs de Bitcoin internacionais.

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(Com Reuters)

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.