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CSN Mineração (CMIN3) afirma que a produção de aço segue ‘muito forte’ na China; ação salta após balanço

Mineradora diz que não se materializou controle de volume e do preço previsto no início do ano para o produto

Por  Augusto Diniz -

Neste início de 2023, havia uma expetativa de que o governo chinês iria impor restrição à produção de aço para reduzir a emissão de carbono e por conta dos altos estoques. Também comentou-se sobre a possibilidade de o país regular o preço do minério de ferro, com a formação de uma entidade única como negociadora. Para a CSN Mineração (CMIN3), no entanto, tais medidas não se consolidaram.

“Essa é uma questão central de nosso setor dada a relevância da China no mercado de minério de ferro. O que a gente tem visto é uma produção de aço que segue muito forte”, disse Pedro Oliva, CFO da mineradora, durante teleconferência de resultados do 3T23, realizada nesta terça (14). Ontem, a CSN Mineração divulgou resultados com lucro 133% maior.

“Se olhar a capacidade de utilização dos alto-fornos realmente teve uma queda (recente), mas uma queda muito marginal. Ainda segue 89,23% de utilização”, complementou. As ações da companhia saltam quase 6%, cotadas a R$ 6,54, por volta das 16h30, após a divulgação dos resultados.

CMIN3: Possível controle de volumes

Para o executivo, isso demonstra que não se materializou um risco que ao longo do ano se ventilou entre os analistas, que seria a implementação de controle de volumes de produção na siderúrgica, como ocorreu em 2021 e 2022.

“Isso não aconteceu de maneira relevante esse ano. E também não se materializou outro risco, que seria maior controle dos preços de minério de ferro, com uma maior centralização de compras de uma entidade estatal do governo chinês”, disse.

Oliva acrescentou que o resultado é que os estoques de minério de ferro nos portos estão em 23 milhões de toneladas, e os estoques nas siderúrgicas estão em 18 dias. “Patamares que seguem bastante abaixo das médias históricas”, enfatizou.

Fornos elétricos tem menor participação

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Ele ainda cita outra questão que tem ocorrido na China e que pode estar favorecendo a exportação do minério de ferro para lá.

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“Tem um fator interessante, que recebe pouca atenção, que é uma menor participação da utilização de fornos elétricos na produção de aço – caiu de 13% do ano passado para 10,5% esse ano. O que os especialistas apontam é uma maior dificuldade de acesso à sucata indiana pela China, em função da forte performance do setor siderúrgico na Índia”, explicou.

Na China, siderúrgicas que usam fornos elétricos trabalham com transformação de sucata em aço para o setor de construção. “Essa menor participação dos fornos elétricos ajuda a acomodar essa demanda por aços longos”, disse.

“Esses aços longos são a maior demanda de property (mercado imobiliário). Isso ajuda a explicar porque a demanda de minério segue forte a despeito de uma desaceleração do setor de properties chinês”, argumentou.

Projetos de infraestrutura

O anúncio da China de emitir 1 trilhão de yuans (cerca de US$ 137 bilhões) em títulos do tesouro, para apoiar projetos de infraestrutura, deve ter impacto de 7 milhões de toneladas de consumo do de aço, estima a CSN Mineração.

“Isso vem agregar a uma demanda que segue forte por aço, apesar da desaceleração do setor de properties”, afirmou Pedro Oliva.

No 3T23, a CSN Mineração atingiu recorde histórico de produção e vendas, registrando um volume de 11,6 mi/t comercializadas.

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