CSN, Lupatech, Mundial: 8 empresas publicam resultados desde o último pregão

Siderúrgica vê queda no lucro, mas supera as expectativas; despesas prejudicam Lupatech, que fecha o ano com perdas em todos os trimestres

Fernando Ladeira

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SÃO PAULO – Desde o fechamento do último pregão de março, 8 empresas divulgaram seus resultados trimestrais: CSN (CSNA3), Lupatech (LUPA3), Mundial (MDNL3), Equatorial (EQTL3), Tegma (TGMA3), Ideiasnet (IDNT3), Desenvix (DVIX3M), InBrands. Essa última tentou realizar um IPO (Initial Public Offering) em 2011 e desistiu da oferta, mas mesmo asssim continua divulgando informações ao mercado.

A última entre as grandes empresas da bolsa, a CSN mostrou ganhos de R$ 316,13 milhões nos três últimos meses de 2012. Ainda que o número tenha caído mais de 60% sobre o mesmo período do ano anterior, o resultado superou as projeções do mercado.

O destaque positivo fica por conta da receita líquida, que, aos R$ 4,596 bilhões, avançou 10,3% sobre o ano anterior, impulsionada pelo mercado interno. Por sua vez, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) caiu 16,4%, para R$ 1,22 bilhão.

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Lupatech tem perdas em todos os trimestres de 2012
Já a Lupatech viu seu prejuízo disparar nos três últimos meses de 2012, fechando todos os trimestres do ano no negativo. Com perdas de R$ 296,14 milhões, o valor é bem superior aos R$ 57,40 milhões do terceiro trimestre, chegando a um valor negativo de R$ 560,3 milhões no acumulado do ano. Isso é mais que o dobro das perdas vistas em 2011.

O Ebitda ajustado consolidado das atividades continuadas do quarto trimestre foi o único do ano a apresentar um valor negativo, de R$ 8,95 milhões. Na comparação entre 2011 e 2012, a margem ebitda (percentual que reflete o quanto da receita líquida se transformou em Ebitda) caiu de 10% para 2%.

A empresa anunciou uma forte despesa operacional nos últimos meses do ano, de R$ 228,82 milhões. Em todo o ano de 2011, as despesas haviam sido de R$ 22,38 milhões. A Lupatech explica que esse número foi acima do normal por conta do reconhecimento de provisão para perdas com impairment sobre ágio, de R$ 191,3 milhões, provisão para perdas pela não recuperabilidade de impostos, de R$ 8,3 milhões, pelo reconhecimento de provisão para multas pelo cancelamento do contrato de Light Workover, de R$ 7,3 milhões, bem como pela baixa de ativos relacionados ao contrato, de R$ 30,4 milhões.

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Mundial vê melhora no final do ano
A Mundial também fechou 2012 com perdas. Mas a empresa, que registrava prejuízo de R$ 8,32 milhões milhões no acumulado dos nove primeiros meses, encerrou o período com perdas de R$ 6,01 milhões. Em 2011, ela havia perdido R$ 40,6 milhões.

Os números deste ano ainda forma impactados pelo imposto de renda e contribuição social, que representaram um valor negativo de R$ 7,52 milhões, contra um saldo positivo de R$ 892 mil no ano passado.

Com uma leve queda na recieta líquida (de R$ 267,3 milhões para R$ 247,8 milhões) e nas despesas operacionais (de R$ 67,9 milhões para R$ 53,7 milhões), um dos principais pontos positivos no ano foi o resultado financeiro. Antes com perdas de R$ 23,76 milhões, o resultado em 2012 foi positivo em R$ 12,78 milhões.

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“Ao encerrar o exercício de 2012, nossa satisfação só não é maior pela frustação imposta pela BM&FBOVESPA que indeferiu nosso requerimento de migração para o segmento do Novo Mercado”, conclui a empresa.

Equatorial marca prejuízo, mas distribui dividendos
No setor elétrico, a Equatorial Energia reverteu os ganhos de R$ 33,9 milhões no quarto trimestre de 2011 e registrou prejuízo de R$ 8,8 milhões no fim de 2012. Apesar disso, a receita líquida mais que dobrou, para R$ 1,22 bilhão, por conta da consolidação dos resultados da Celpa, que foi adquirida no fim de 2012. O Ebitda subiu 18,1%, para R$ 167,6 milhões.

Apesar do prejuízo, a Equatorial anunciou que irá pagar R$ 33,7 milhões em dividendos, isso é, R$ 0,17 por ação. No ano, a empresa lucrou R$ 141 milhões, 11,9% inferior a 2011.

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Custos pressionam resultado da Tegma
A Tegma também viu seu resultado piorar na comparação enter o último trimestre de 2011 e o de 2012. O lucro líquido caiu 40,2%, para R$ 17,4 milhões, apesar da receita líquida subir 13,2%, para R$ 496,3 milhões.

Isso porque os custos dos serviços prestados também aumentou consideravelmente, em 21,8%, para R$ 440,19 milhões, pressionando o Ebitda, que caiu 7,7%, para R$ 45,1 milhões.

O balanço da empresa explica essa alta nos custos pelo aumento nos custos com pessoal, incorporação dos resultados da LTD e aumento nos custos com agregados, que acontecem por conta do aumento do faturamento das operações logísticas terceirizadas de veículos e bens industriais.

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Despesas também afetam a Desenvix
Também pior que no ano passado, a Desenvix anunciou perdas de R$ 31,6 milhões em 2012, contra ganhos de R$ 2,45 milhões um ano antes, apesar da receita líquida subir 38,2%, para R$ 198,2 milhões.

Isso porque os custos dos serviços prestados saltaram 23,2%, assim como as despesas operacionais avançaram 47,7%, enquanto o resultado financeiro caiu 78,8%, para perdas de R$ 85,2 milhões.

Mas para esse ano ela prevê manter os investimentos. “Para 2013, a Companhia prevê o contínuo investimento, buscando a sua meta de 1 GW de capacidade instalada de geração de energia elétrica própria, por meio de fontes renováveis, até o ano de 2018. Para isso continuará a desenvolver ser portfólio de projetos além de buscar novas oportunidades de investimentos através de aquisições ou de parcerias estratégicas.”

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Ideiasnet melhora principais linhas do balanço
Enquanto isso, a Ideiasnet mostrou uma melhora no desempenho. Desconsiderando-se os desinvestimentos, o prejuízo passou de R$ 3,53 milhões para R$ 744 milhões. No ano passado, o resultado final, contando com as vendas de ativos, foi de R$ 273 milhões.

Nos três últimos meses de 2012, a receita líquida subiu 2,8% (para R$ 453,5 milhões), e o Ebitda saltou 30,3% (para R$ 10,4 milhões).

Agora a empresa se mostra otimista com o que vem pela frente. “O ano de 2012 foi marcado pela conclusão da reestruturação do portfolio de investidas buscando, a partir de 2013, uma fase de alto desempenho que proporcionará resultados operacionais traduzidos por receitas, EBITDA e lucros líquidos crescentes e ampliando a atual política de distribuição de dividendos para um número maior de empresas”, diz, em relatório da administração.

InBrands também melhora os números
Por fim, a InBrands, empresa voltada para a gestão de marcas e moda premium, não possui capital aberto na bolsa, mas mesmo assim divulga seus números ao mercado. Nos três últimos meses de 2012 a empresa lucrou R$ 34,27 milhões, contra o prejuízo de R$ 26,5 milhões visto um ano antes. No número ajustado, a InBrands mostra no lucro de R$ 2,35 milhões para R$ 32,38 milhões.

Os ajustes acontecem por conta de uma série de mudanças em 2012. “Após realizar diversas e relevantes aquisições nos últimos 2 anos, avançamos com sucesso na nossa reorganização societária consolidando mais de 20 empresas diferentes, simplificando sensivelmente nosso organograma societário, sob a Inbrands S.A”, explica.

A melhora foi vista nas principais linhas do balanço, como a receita líquida, que subiu 81%, para R$ 289,7 milhões, e o Ebitda, que reverteu o sinal negativo e mostrou um sinal positivo de R$ 41,6 milhões.