CSN lucra R$ 1,77 bi no 4º tri com efeito de créditos fiscais; balanços de Gerdau, Ultrapar e Pão de Açúcar e mais destaques

Confira os destaques do noticiário corporativo desta quinta-feira (21)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A temporada de resultados ganha força, com números importantes divulgados entre a noite desta quarta-feira (20) e a manhã desta quinta-feira (21). Confira estes e outros destaques do noticiário corporativo:

Ultrapar (UGPA3)
A Ultrapar teve lucro líquido de R$ 495,6 milhões no quarto trimestre, resultado 27,3% maior que o de um ano antes. Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado ficou em R$ 993 milhões, queda de 5% ano a ano. A receita, por sua vez, recuou 10%, para R$ 23,47 bilhões.

“Projetamos crescimento em todos os nossos negócios nos próximos anos, com melhoria de rentabilidade e rápida redução da alavancagem financeira, o que nos permitirá aumentar nosso potencial de investimentos e prospecção de oportunidades de mercado”, disse a empresa em release de resultado.

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No acumulado do ano, a companhia investiu 10% menos que em 2017, para um total de R$ 2,08 bilhões, sendo R$ 548 milhões no último trimestre. Enquanto isso, a dívida líquida da Ultrapar encerrou 2018 em R$ 8,2 bilhões, superando os R$ 7,2 bilhões do ano anterior.

O resultado financeiro líquido foi positivo em R$ 117 milhões entre outubro e dezembro, revertendo desempenho negativo de R$ 119 milhões no mesmo período de 2017, um reflexo dos juros baixos e a apropriação de juros de créditos tributários referentes à exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS/COFINS, no valor de R$ 153 milhões.

Além do resultado, a companhia informou que seu conselho de administração aprovou também um desdobramento de ações na razão de uma para duas. A empresa ainda comunicou que pagará R$ 380,3 milhões em dividendos aos acionistas, correspondentes a R$ 0,70 por ação. Os papéis ficam “ex” em 1 de março.

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“Temos uma visão negativa dos resultados da Ultrapar no trimestre. Apesar da Ipiranga ter atendido às nossas expectativas, o quadro econômico desafiador prejudicou a performance dos outros negócios da empresa e do grupo”, avalia a XP Research. Contudo, a equipe de análise acredita em uma melhora dos resultados da empresa em linha com a recuperação macroeconômica, mesmo que lenta e gradual. Por esta razão, mantém recomendação de Compra nas ações da Ultrapar, com preço-alvo de R$ 60 por ação.

CSN (CSNA3)
A CSN registrou lucro líquido de R$ 1,77 bilhão, uma expressiva alta de 369% ante os R$ 377 milhões apresentados um ano antes, favorecido pelo reconhecimento de créditos fiscais. 

Em 2018, a empresa teve lucro líquido de R$ 5.20 bilhões, contra lucro de R$ 111 milhões no ano anterior, resultado influenciado pelos melhores resultados operacionais, ganhos extraordinários com créditos tributários e valorização de investimentos, segundo a própria CSN.

Enquanto isso, o Ebitda (lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização, na sigla em inglês) ajustado da companhia somou R$ 1,56 bilhão no quarto trimestre, um aumento de 30% sobre um ano antes.

A CSN, por meio da CSN Mineração,ainda anunciou ter fechado um contrato de fornecimento de minério de ferro de longo prazo para a suíça Glencore. Em fato relevante, a empresa afirma que a transação envolve um pré-pagamento de US$ 500 milhões, e o contrato prevê o fornecimento de 22 milhões de toneladas de minério em 5 anos.

Com a conclusão do negócio, a CSN estima que a relação dívida líquida/Ebitda Pro Forma será reduzida para 4,1 vezes, considerando o câmbio atual. A alavancagem da companhia fechou 2018 em 4,55 vezes.

O Itaú BBA avalia que os resultados foram fortes, com um Ebitda 6% acima das estimativas do banco, enquanto a alavancagem reduziu para 4,5 vezes com melhora na performance operacional nos últimos doze meses. A transação de pré-pagamento de US$ 500 milhões para oferta futura de minério também foi vista como positiva.

Gerdau (GGBR4)
A Gerdau teve lucro líquido de R$ 389 milhões no quarto trimestre de 2018, revertendo o prejuízo de R$ 1,384 bilhão observados nos últimos três meses de 2017. 

A Gerdau ainda concluiu o exercício de 2018 com R$ 46,2 bilhões de receita líquida, 25% a mais sobre o ano anterior, “impulsionada pelo maior volume de vendas no mercado interno brasileiro, melhora da rentabilidade das exportações e efeito positivo do câmbio na conversão das receitas geradas no exterior para real”, destacou a empresa em seu release de resultados.

As vendas físicas de aço foram de 14,6 milhões de toneladas no ano, apresentando 3% de redução, devido à venda de algumas unidades produtoras de vergalhões e fio-máquina nos Estados Unidos, assim como das operações no Chile e na Índia. Os desinvestimentos da Gerdau também influenciaram os volumes de produção no período, que foram de 15,3 milhões de toneladas, uma diminuição de 5% perante o exercício anterior.

Grupo Pão de Açúcar (PCAR4)

O Pão de Açúcar registrou um lucro líquido de R$ 414 milhões no quarto trimestre de 2018, o que representa um avanço de 46,8% na base de comparação anual. Enquanto isso, o Ebitda teve avanço de 30,7% ao totalizar R$ 981 milhões. 

A receita líquida foi 12% superior na base de comparação anual, somando R$ 14,012 bilhões, enquanto a margem Ebitda teve baixa de 0,2 ponto percentual, para 7,2%. 

O Brasil Plural apontou que os números foram positivos e ressaltando o fechamento de um ciclo para a companhia.  “Ao longo do ano, a empresa reafirmou sua capacidade competitiva, demonstrando habilidade de adaptar suas operações em momentos de deflação persistente de alimentos e de manter sua execução assertiva, mesmo diante de desafios macro, como a greve dos caminhoneiros e a temporada da Copa do Mundo”, afirmam os analistas. 

O Pão de Açúcar também anunciou nova venda de participação na Via Varejo, de 3,09% do capital da empresa, o que pode pressionar o papel. 

Arezzo (ARZZ3)
A Arezzo viu seu lucro líquido cair 23,7% no quarto trimestre de 2018 quando comparado ao mesmo período do ano anterior, enquanto a receita líquida teve alta de 13,4%, a R$ 412,211 milhões. O Ebitda teve avanço de 17,7%, a R$ 64,118 milhões e a margem Ebitda teve avanço de 0,6 ponto percentual, passando de 15% para 15,6%. 

Segundo o Itaú BBA, a companhia reportou resultados em linha, com crescimento de vendas e melhora na margem bruta, mas com custos elevados ligados aos projetos acontecendo ainda na empresa. 

Cielo (CIEL3)

O conselho de administração da Cielo aprovou programa de recompra de ações de até 2,17 milhões de ordinárias, que representa cerca de 0,10% do capital total da companhia e é direcionado aos programas de remuneração, retenção e incentivo de administradores da Cielo.

BRF (BRFS3)
A Standard and Poor’s cortou o rating de longo prazo da BRF de BB para BB- por conta da alta alavancagem da empresa. 

A perspectiva é estável, em meio à expectativa de que a BRF focará a melhora de sua rentabilidade e a retomada do crescimento da geração de fluxo de caixa, enquanto usa os recursos de caixa vindos da recente venda de ativos para reduzir alavancagem e manter um colchão de liquidez.

Gafisa (GFSA3)
A Gafisa comunicou que o polêmico fundo GWI passou a deter 4,89% das ações ordinárias da companhia. 

Petrobras (PETR3; PETR4)
Ontem, a Petrobras anunciou alta de 1,23% no preço médio do litro da gasolina A sem tributo nas refinarias, válido para esta quinta, para R$ 1,6538. Além disso, a estatal manteve sem alteração o preço do diesel, em R$ 2,0505, conforme tabela disponível no site da empresa. Já nesta quinta, a Petrobras manteve o preço médio do litro da gasolina A sem tributo nas refinarias, válido para esta sexta-feira, em R$ 1,6538. Além disso, a estatal manteve o preço do diesel, em R$ 2,0505. 

Em dezembro, a Petrobras anunciou um mecanismo de proteção complementar em que ela pode alterar a frequência dos reajustes diários do preço do diesel no mercado interno em momento de elevada volatilidade, podendo mantê-lo estável por curtos períodos de tempo de até sete dias, “conciliando seus interesses empresariais com as demandas de seus clientes e agentes de mercado em geral”.

Já o hedge da gasolina, que passou a ser adotado em setembro, permite a empresa manter os valores estáveis nas refinarias por até 15 dias.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.