CSN dispara 6% após afundar 20% ontem; 10 ações do Ibovespa caem mais de 3%

Confira os destaques desta quinta-feira (24)

Paula Barra

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SÃO PAULO – O dia, mais uma vez, é de forte aversão ao risco para os mercados, com o Ibovespa sendo pressionado, enquanto apenas 9 ações das 64 que compõem o índice registram alta nesta quinta-feira (24). Bancos são os que registram mais queda e, como possuem a maior participação no índice, pressionam o benchmark da Bolsa. 

Em destaque, estão os papéis do Bradesco (BBDC3, R$ 23,48, -3,37%; BBDC4, R$ 21,25, -3,10%), Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 25,57, -3,14%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 15,27, -2,74%) registram forte baixa, em meio ao temor cada vez maior de um novo rebaixamento do rating do Brasil por mais uma agência de classificação de risco. Num cenário desses, as instituições financeiras são as primeiras a ser rebaixadas. 

No cenário político, o relator das contas da presidente Dilma no TCU (Tribunal de Contas da União), Augusto Nardes, disse que o tribunal fará história e o alívio com a vitória parcial do governo nos vetos durou pouco, até ficar claro que o apoio do Congresso não se repetirá facilmente na aprovação do pacote fiscal. Além disso, a tensão política cresceu, com reflexos no mercado, quando Cunha acenou com a possibilidade de afastamento de Dilma baseado em atos do 1º mandato, a partir de decisão do TCU sobre as contas do governo.

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Enquanto isso, lá fora, as bolsas europeias e os futuros dos índices Dow Jones e S&P 500 recuam à espera do discurso da presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, que ocorrerá às 18h (horário de Brasília). As ações da Petrobras (PETR3, R$ 8,04, -2,66%; PETR4, R$ 6,63, -2,79%) também têm um dia de queda em uma sessão de volatilidade para o preço do petróleo, que registra agora leve baixa. 

Confira abaixo outros destaques da Bovespa nesta sessão:

Vale (VALE3, R$ 18,78, -0,63%; VALE5, R$ 14,81, -0,74%)
As ações da Vale registram mais um dia de queda, seguindo o cenário de maior aversão ao risco do mercado brasileiro e também em meio às preocupações com a economia chinesa. Divergem do movimento as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 8,96, +0,45%), holding que detém participação na mineradora. 

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As preocupações de que um eventual aperto da política monetária dos Estados Unidos e a desaceleração do crescimento da China possam afetar a economia global assustaram os investidores, particularmente aqueles que investiram em ações e commodities. 

Siderúrgicas
Por outro lado, as ações das siderúrgicas, que iniciaram o dia seguindo o forte movimento negativo da véspera, viraram para alta e sobem forte nesta quinta-feira. São elas: CSN (CSNA3, R$ 4,32, +6,14%) Usiminas (USIM5, R$ 3,53, +6,65%) e Gerdau (GGBR4, R$ 6,01, +1,86%). Essa é a primeira alta desses papéis depois de três pregões seguidos de perdas. 

Ontem, as ações da CSN fecharam como a maior queda do Ibovespa, de praticamente 20%, depois que um relatório de analistas apontou que a empresa não faz hedge de sua dívida, que ao final do segundo trimestre tinha uma exposição líquida consolidada ao câmbio de US$ 106 milhões. Rebatendo o comentário, a siderúrgica disse que sua exposição a endividamento em dólar está totalmente protegida por caixa em moeda estrangeira, instrumentos de derivativos e por contabilidade de hedge. 

Apesar da alta da ações, os bonds da CSN renovam mínima nesta quinta-feira. Os títulos de emissão da empresa de US$ 1,2 bilhões com vencimento em 2020 caíram US$ 0,05, para US$ 0,40, menor nível desde a emissão em 2010. 

Lojas Renner (LREN3, R$ 18,59, -1,68%)
As ações da Lojas Renner chegaram a subir na abertura do primeiro pregão pós-desdobramento de uma ação para cinco, mas viraram para queda de cerca de 3% neste dia de aversão ao risco do mercado. 

Selic vai subir mais?
Hoje, foi divulgado o Relatório Trimestral de Inflação, que elevou as perspectivas para a inflação. Além disso, o dólar ultrapassou os R$ 4,20 e especialistas apontam que o BC pode agir e subir os juros para conter a alta dos preços. Neste cenário, as empresas administradoras de shopping centers e concessionárias registram forte queda na Bolsa em um cenário de alta da Selic.

BR Malls (BRML3, R$ 10,22, -4,22%), Multiplan (MULT3, R$ 41,52, -0,57%), Ecorodovias (ECOR3, R$ 5,29, -4,68%) e CCR (CCRO3, R$ 10,64, -3,27%) caem forte hoje. 

Empresas como administradoras de shopping centers, concessionárias de rodovias e incorporadoras costumam operam alavancadas, pois conseguem ter uma TIR (Taxa Interna de Retorno) superior aos juros pagos da dívida. Porém, quando os juros sobem, a diferença entre o ganho da TIR em relação ao custo da dívida diminui. Por isso suas ações funcionam como “proxies” dos títulos de dívida ­ ou seja, elas são usadas como referência para estimar o valor destes bonds.

Altas e quedas com o dólar
Entre as ações que conseguem se “salvar” na Bolsa, estão a Suzano (SUZB5, R$ 19,55, +1,30%) e a Fibria (FIBR3, R$ 58,31, +0,88%), que têm sua receita atrelada ao dólar, enquanto empresas endividadas na moeda, como a Gol (GOLL4, R$ 3,57, -4,80%) registram forte baixa. 

Magazine Luiza (MGLU3, R$ 1,89, –0,53%)
As ações do Magazine Luiza têm um dia de leve queda na Bolsa. De acordo com informações da revista Exame, Luiza Trajano, atual presidente da rede varejista, está preparando seu filho, Frederico Trajano, para substituí-la no próximo ano. Frederico é atualmente diretor de vendas e de marketing.