CSN cai 2% com pagamento de dividendo suspenso, Suzano sobe com alta do dólar e outros destaques

Confira os destaques do noticiário corporativo desta terça-feira (28)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Após a disparada superior a 2% do Ibovespa na véspera de olho no acordo bilateral entre EUA e México, o Ibovespa encerrou em queda de 0,58% aos 77.475  pontos, seguindo a maior aversão ao risco em relação a países emergentes no pregão desta terça-feira (28), ampliada pela incertezas eleitorais locais. O dólar futuro subiu 1,48%, para R$ 4,144. 

No noticiário corporativo, destaque para o bloqueio do pagamento de dividendo da CSN, divulgação da metodologia do cálculo para o subsídio do diesel, expectativas com leilão de distribuidoras da Eletrobras e empresas exportadoras se beneficiando da valorização do dólar.

Petrobras (PETR3; PETR4)

No radar da companhia, a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) divulgou a metodologia de cálculo do preço de referência do óleo diesel para a concessão de subvenção econômica à comercialização de óleo diesel que estará vigente a partir de sexta-feira (31). Essa metodologia de cálculo do preço de referência valerá até o fim do programa de subvenção, previsto para durar até o final deste ano.

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Além disso, um juiz de Amsterdã permitiu o bloqueio de alguns ativos da Petrobras na Holanda pela Vantage Drilling International, resultado de uma ação de arbitragem sobre o encerramento de um contrato de fornecimento de sondas em agosto de 2015.

Ainda sobre petróleo e derivados, a Pré-Sal Petróleo (PPSA) habilitou a participação de Shell Brasil, Total E&P Brasil, Repsol Sinopec e Petrobras no segundo leilão de petróleo da União, previsto para sexta-feira (31), na B3. Serão ofertados contratos de compra e venda de petróleo da União oriundos da Área de Desenvolvimento de Mero e dos campos de Lula e Sapinhoá. Os lotes serão leiloados individualmente e poderão ser adquiridos para contratos de 12 ou 36 meses. Em três anos, os contratos somam um total de 14,4 milhões de barris de petróleo.

CSN (CSNA3)

A CSN informou, em comunicado ao mercado, que após o anúncio de distribuição de dividendos, foi surpreendida pela ordem do Juiz da 10ª Vara de Execuções Fiscais da Justiça Federal de São Paulo de bloqueio da distribuição dos dividendos declarados no último dia 17 de agosto.

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“Desta forma, está impedida por ora de efetuar o pagamento dos dividendos a partir do dia 30 de agosto, conforme aviso aos acionistas divulgado”, informou a siderúrgica.

A empresa informou ainda que está avaliando todas as medidas cabíveis para preservar o seu melhor interesse e de seus acionistas. 

A decisão da CSN de distribuir R$ 890 milhões em dividendos em meados de agosto foi vista como inesperada e gerou apreensão no mercado, uma vez que a desalavancagem da companhia permanece a principal preocupação dos investidores.

Leia mais: CSN tem pagamento de dividendos bloqueado por decisão da Justiça de São Paulo

 “Nós teríamos preferido uma rota diferente para o capital neste caso, já que acreditamos que é crítico para CSN tirar o risco de seu balanço antes de devolver dinheiro aos acionistas”, segundo apontaram os analistas do BTG Pactual, Leonardo Correa e Gerard Roure, na época. 

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Suzano (SUZB3) e Fibria (FIBR3)

A Suzano informou a contratação de R$ 786 milhões em notas de crédito de exportação e Crédito Produtor Rural com o Banco Safra, em meio à aquisição da Fibria. Em comunicado enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), a empresa informou que os recursos da captação serão usados para financiar suas exportações e atividades de custeio. A emissão tem prazo de oito anos.

O time de análise da XP Research destaca que os acionistas minoritários questionam a obrigação de vender a posição que detêm em Fibria em uma combinação de troca de ações e dinheiro. 

Marfrig (MRFG3)

A Marfrig comunicou, em fato relevante, que foi aprovado um aditivo ao acordo de acionistas que estabelece uma política financeira para redução do nível de alavancagem da companhia, que pode levar a restrições à remuneração de acionistas e à aquisição de participações acionárias em caso de descumprimento. O terceiro aditivo do acordo de acionistas, assinado pela MMS Participações e o BNDES Participações, limita o nível de alavancagem medido pela dívida líquida/Ebitda consolidado ajustado a 2,5 vezes em 31 de dezembro de 2018 e a 3,5 vezes nos trimestres seguintes.

Se descumprir as métricas de alavancagem, entre as restrições impostas, a companhia não poderá distribuir proventos em valor superior ao dividendo mínimo obrigatório ou adquirir participações societárias que superem 10% do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) consolidado ajustado para os 12 meses anteriores.

“As notícias são realmente mais importantes do que parecem à primeira vista, principalmente porque contêm uma mensagem muito importante: que a empresa pretende ter uma abordagem diferente dos últimos anos para alavancar no futuro. Em um setor onde a alta alavancagem tem sido indiscutivelmente a principal culpada pela criação de valor para o acionista, uma visão racional e mais conservadora do endividamento é claramente positiva, em nossa opinião”, afirmam os analistas do BTG Pactual.

“Nossa sensação inicial é de que a Marfrig está acomodando algum espaço para normalização das margens, principalmente das margens dos Estados Unidos, que são muito altas no momento”, acrescentam.

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Eletrobras (ELET3; ELET6)

O leilão de privatização das distribuidoras da Eletrobras em Rondônia, Roraima e Acre está mantido para quinta-feira (30), conforme apurou o jornal Valor Econômico com fontes com conhecimento da situação. O BNDES recebeu na segunda-feira (27), na B3, as propostas dos interessados pelas distribuidoras.

Segundo fontes do Valor, três empresas apresentaram propostas pelas companhias. A Oliveira Energia, que opera geradores nos Sistemas Isolados (regiões no Norte do país não interligadas ao restante do território), teria feito uma proposta pela Boa Vista Energia, de Roraima. As outras citadas pelo mercado como habilitadas são Equatorial, que já levou a Cepisa (concessionária do Piauí) no fim de julho, e a Energisa. A primeira teria feito uma oferta pela Eletroacre, enquanto a empresa controlada pelos Botelho teria se habilitado para disputar a Ceron (Rondônia), segundo informações do jornal.

“Vemos a notícia como positiva para a Eletrobras e uma oportunidade de crescimento para os participantes do leilão”, afirma o time de análise da XP Research. 

Gerdau (GGBR4)

A Gerdau aprovou a venda das operações e ativos da siderúrgica na Índia detidos pela subsidiária Gerdau Hungria KFT y Cia Sociedad Regular Colectiva, por US$ 120 milhões, avançando em seu plano de desinvestimento para focar nos mercados do Brasil e dos Estados Unidos. Os ativos serão vendidos para a Blue Coral Investment Holdings e a Mountainpeak Investment Holdings.

“A Gerdau passa por momento operacional solido e deve continuar surpreendendo as expectativas”, afirmam os analistas da XP Research.

Natura (NATU3)

O conselho de administração da Natura aprovou a emissão de R$ 1 bilhão em debêntures em sua 9ª emissão, com recursos a serem usados para refinanciamento de dívidas da companhia de cosméticos. A emissão será realizada em três séries, com data de 21 de setembro e vencimentos entre dois e quatro anos. 

BR Properties (BRPR3)

A BR Properties teve perspectiva rebaixada a negativa pela S&P.

Pão de Açúcar (PCAR4)

O diretor-presidente do Grupo Pão de Açúcar, Peter Estermann, negou que a empresa esteja conversando com a Amazon para fechar um acordo em relação à Via Varejo, seja uma parceria ou uma compra. A declaração foi dada ao jornal francês “Les Echos”. “A Amazon tem um acordo com o Casino na França, mas não há negociações em andamento no Brasil”, disse.

CCR (CCRO3)

A Andrade Gutierrez descartou a venda de ativos para reduzir seu endividamento, principalmente a da concessionária de rodovias CCR. “Tem se noticiado muito isso [venda da CCR], e não é verdade”, afirmou Gustavo Coutinho, diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Andrade, ao jornal Valor Econômico.

Carrefour (CRFB3)

 O presidente do Carrefour Brasil, Noël Prioux, disse a rede de supermercados vê a possibilidade de ter restaurantes no futuro. Segundo informações da Reuters, os restaurantes poderiam ser localizados dentro dos supermercados e também fora das lojas. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.