CSN afunda 5%, Vale cai após 3 altas e small cap dispara 12% em 2 dias após recomendação

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta sessão

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa caiu nesta quinta-feira (30), puxado pelas ações ligadas a commodities e bancos, com exceção do Santander, que depois de desabar 10% em 2 dias, teve um pregão de alívio (veja mais aqui). Com dia de baixa para o minério de ferro, as ações da Vale recuaram e quebraram uma sequência de três pregões de altas. 

A maior queda do índice, contudo, foi das ações da CSN, que afundaram 5% na sequência. Esse foi o terceiro pregão seguido de queda dos papéis, que acumularam no período perdas de 9%, após a empresa não ter conseguido entregar o seu balanço de 2016 no prazo legal estipulado pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários). A siderúrgica antecipou na terça-feira seus números não auditados. 

Fora do índice, o destaque ficou com a ação da Mills, que saltou 12% em dois pregões, depois de ter atingido na última terça-feira seu menor patamar de fechamento desde abril de 2016. No programa XP Connection da última quarta-feira, o analista da XP Investimentos, Marco Saravalle, comentou que a ação tem potencial para multiplicar seu valor em 4 vezes nos próximos anos na Bolsa (veja aqui). 

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Confira abaixo os principais destaques de ações da Bovespa nesta sessão:

Petrobras (PETR3, R$ 15,10, -0,40%;PETR4, R$ 14,45, 0,0%)

As ações ONs da Petrobras fecharam no negativo, enquanto as PNs encerraram no zero a zero, apesar do dia de alta dos preços do petróleo. Lá fora, os contratos futuros do petróleo Brent registravam alta de 0,84%, a US$ 52,86 o barril, enquanto os contratos futuros do WTI subiam 1,58%, a US$ 50,29 o barril. 

No radar, um relatório do BTG Pactual desta quinta-feira diz que não é hora de vender ações da Petrobras. Para os analistas, “ainda tem bastante espaço para vir coisa boa por aí”. Eles destacam que o mercado ainda não precifica, por exemplo, a venda das refinarias da empresa, a discussão sobre a renegociação da cessão onerosa e o plano de redução de custos. O banco manteve a recomendação de compra, com preço-alvo para os ADRs (American Depositary Receipts) em US$ 12,00 para os próximos 12 meses, dando um potencial de valorização de 30% (veja aqui). 

Além disso, a empresa informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que não pretende prosseguir com o processo de venda dos campos de Baúna e Tartaruga Verde, confirmando o que publicou a Reuters mais cedo nesta quarta-feira.

Já segundo a colunista Sonia Racy, do jornal O Estado de S. Paulo,  alguns acionistas da Petrobras estão reclamando do descumprimento de regras da Lei das SAs. Diz a lei que o não pagamento de dividendos por três anos dá direito a voto no conselho para quem possui ações preferenciais. Consultada, a CVM explica que este assunto foi abordado pela autarquia em 2015, em consequência de dois pedidos de interrupção de assembleias. Ambos foram negados com base na Lei do Petróleo. A conversão permitiria diluição do controle da União, o que a lei não permite.

Por fim, a coluna do Broad destaca que a Petrobras deu o “start” nas tratativas de uma nova captação de bônus no exterior, que deverá se desenrolar na semana que vem. Bancos e assessores já foram contratados. Volume e prazo de vencimento dos papéis, contudo, ainda são desconhecidos. Mas da última vez que acessou esse mercado, a empresa deixou de lado o plano de emitir bônus de 30 anos. Em janeiro, a Petrobrás captou US$ 4 bilhões ao prazo de cinco e dez anos.

Vale (VALE3, R$ 30,07, -0,03%; VALE5, R$ 28,53, -0,80%)
As ações da Vale quebraram uma sequência de três altas e caíram nesta sessão. O movimento acompanhou os preços do minério de ferro: a commodity negociada com 62% de pureza no porto chinês de Qingdao caiu 0,57% nesta sessão, a US$ 81,78 a tonelada, enquanto os contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dailian recuaram 0,53%, a 559 iuanes. 

As ações da Bradespar (BRAP4, R$ 22,00,  -0,95%) – holding que detém participação na Vale – e as siderúrgicas Gerdau (GGBR4, R$ 10,70, -3,25%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 4,98, -2,73%), CSN (CSNA3, R$ 9,20, -5,15%) e Usiminas (USIM5, R$ 4,42, -0,45%) também fecharam no negativo neste pregão. 

Essa foi a terceira queda seguida das ações da CSN, que acumularam no período perdas 9%, após a siderúrgica não ter conseguido entregar o seu balanço de 2016 no prazo legal estipulado pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários). A companhia, contudo, antecipou seus números não auditados, mas, para o BTG Pactual, vieram fracos, abaixo do esperado, com o Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) praticamente estável, apesar do rali do minério de ferro. Os analistas do banco mantiveram a recomendação de venda para a ação. 

A receita líquida da CSN somou 4,519 bilhões de reais no 4° trimestre, 1% maior em relação ao terceiro trimestre. A CSN ainda reportou lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização de R$ 1,249 bilhão no último trimestre de 2016, ante R$ 1,239 bilhão no terceiro trimestre. A relação dívida líquida sobre Ebitda ficou em 6,3 vezes ao fim do quarto trimestre, ante 7,4 vezes no terceiro trimestre. Conforme o documento, a empresa conduz revisão contábil relacionada à combinação de negócios das atividades de mineração e logística.

As ações afetadas pelo fim da desoneração
Segundo analistas do BTG Pactual, Itaú BBA e Bradesco BBI, 14 ações da Bolsa são impactadas pelo fim da desoneração anunciada ontem pelo governo. Delas, a mais afetada é a Marcopolo, que conseguiu “salvar” anualmente com a medida entre R$ 40 milhões e R$ 45 milhões, ou cerca de 15% a 20% do Ebitda da empresa estimado para 2017, segundo o BTG. As ações da companhia (POMO4, R$ 2,61, 0,0%) fecharam no zero a zero. 

Outro setor que também sofrerá é o de tecnologia. O Itaú BBA estima um impacto na Totvs e Linx de R$ 1,30 e R$ 0,90 por ação, respectivamente. Hoje, esses papéis operavam entre altas e baixas na Bolsa: TOTS3 (+1,87%, a R$ 27,26) e LINX3 (-2,73%, a R$ 16,05). No caso da Linx, eles estimam um impacto negativo de 8% no Ebitda estimado para 2017; e em 7%, para a Totvs. O BTG Pactual fala de um impacto de 7% e 4%, respectivamente. 

VEJA MAIS: As 13 ações que têm a perder com a reoneração da folha de pagamento

Mills (MILS3, R$ 3,84, +9,09%)
As ações da Mills dispararam 12% nos últimos dois pregões, depois te terem batido na última terça-feira o menor patamar de fechamento desde abril de 2016. No XP Connection da última quarta-feira (29), o analista recomendou a ação, que, na sua visão, pode multiplicar de valor em 4 vezes nos próximos anos na Bovespa. Para ele, a ação tem tudo para surfar na perspectiva de retomada da economia brasileira e na retomada dos investimentos em infraestrutura (veja aqui).

WEG (WEGE3, R$ 17,45, -0,06%)

A Weg fechou contrato para construir complexo solar de R$ 450 milhões. A empresa concluiu a assinatura de um contrato com o fundo dinamarquês Nordic Power Partners para a construção de um complexo solar de 90 MW no Brasil, disse João Paulo Gualberto da Silva, diretor de novas energias da Weg.

O complexo solar exige investimentos de aproximadamente R$ 450 milhões, segundo Rafael Brandão, sócio da Rio Alto, que detém participação minoritária no projeto. “Esse é um passo importante para a Weg pois é a entrada da empresa no mercado regulado de energia solar”, disse Silva. “Não somos mais somente uma fornecedora de produtos, mas vamos fornecer as linhas de transmissão, as subestações, os inversores e vamos construir o parque completo.”

B3, ex-BM&FBovespa (BVMF3, R$ 19,39, +0,21%)
Após a fusão, a BM&FBovespa-Cetip anunciaram a nova marca, B3-Brasil, Bolsa, Balcão. A “B3 chega para potencializar oportunidades de negócios em um ambiente de mercado dinâmico, desafiador e competitivo em escala global”, segundo comunicado publicado nos principais jornais e no website da companhia. Em comunicado enviado à CVM, BM&FBovespa convoca AGO e AGE para 28 de abril, às 11h. Entre os assuntos a serem tratados na AGE está deliberar sobre a alteração da denominação social da companhia para “B3 S.A. – Brasil, Bolsa, Balcão”. 

Oi (OIBR3, R$ 4,26, -4,48%; OIBR4, R$ 4,05, -0,74%)
As ações PNs da Oi – que possuem mais liquidez na Bolsa – caíram até 5,88%, a R$ 3,84, nesta sessão. No radar, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) informou, por meio de nota nesta quinta, que o conselho diretor do órgão não está prestes a abrir um processo administrativo para cassar a concessão de telefonia fixa da Oi.

Mais cedo, o jornal O Estado de S. Paulo disse que o Conselho da Anatel pretendia abrir processo para cassar a concessão de telefonia fixa da Oi. O jornal Folha de S. Paulo, por sua vez, informou que a intervenção do governo na Oi  poderá ocorrer já na próxima semana. O alto escalão da Caixa, do Banco do Brasil, da Casa Civil e do Ministério das Comunicações manifestou desagrado em relação ao pouco engajamento dos principais acionistas da operadora para resolver o impasse na empresa. A avaliação é que, apesar de consequências negativas de uma intervenção, ela seria melhor do que pegar uma companhia ainda mais devastada adiante.

PDG (PDGR3, R$ 2,19, +2,82%)
As ações da PDG Realty fecharam em alta de 3%, depois de terem subido 11,74%, a R$ 2,38, na máxima do dia. No radar, a incorporadora, que está em recuperação judicial, anunciou prejuízo líquido de R$ 2,440 bilhões no quarto trimestre de 2016, 23,9% pior do que o valor de R$ 1,969 bilhão no mesmo período do ano anterior. No acumulado de 2016, o prejuízo aumentou em 92%, para R$ 5,307 bilhões, de R$ 2,764 bilhões em 2015.

A receita líquida da companhia foi de R$ 72 milhões no período, queda de 44,7% sobre o quarto trimestre de 2015. No ano, a queda foi de 86%, para R$ 247,229 milhões, ante receita de R$ 1,824 bilhão em 2015. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortizações) ficou negativo em R$ 2,251 bilhões, 51% menor que o de R$ 1,491 bilhão também negativo no quarto trimestre de 2015.

Em 2016, a empresa teve Ebitda negativo de R$ 4,422 bilhões, 165% maior que o de R$ 1,664 bilhão também negativo em 2015. A margem Ebitda não foi divulgada em nenhum dos períodos (trimestre ou anual). No quarto trimestre, as despesas financeiras líquidas foram de R$ 287 milhões, 7% acima do mesmo intervalo do ano anterior, ao passo que em 2016 as despesas financeiras totalizaram R$ 932 milhões, redução de 3% sobre 2015.

Prumo Logística (PRML3, R$ 9,05, +2,14%)
A controladora EIG manifestou intenção em prosseguir com a OPA para a aquisição de ações em circulação, para cancelamento de registro da Categoria A da Prumo, bem como saída do segmento especial de listagem do Novo Mercado, segundo comunicado. O preço por ação na oferta foi elevado de R$ 10,51 para R$ 10,53 “em razão de determinadas revisões ao Laudo de Avaliação feitas pelo avaliador de acordo com solicitações feitas pela BM&FBovespa”.

Duratex (DTEX3, R$ 9,27, -0,32%) e Eucatex (EUCA3, R$ 3,45, -0,86%)
Depois de subirem mais de 5% ontem (veja aqui), as ações da Duratex e Eucatex tiveram pregão mais ameno nesta sessão. Na quarta-feira, esses papéis reagiram à aprovação, em Plenário da Câmara dos Deputados, da Medida Provisória (MP) 751/16, que cria o Programa Cartão Reforma, voltado para subsidiar a compra de materiais de construção destinados à reforma, à ampliação, à promoção da acessibilidade ou à conclusão de obras em imóveis de famílias de baixa renda.

Os deputados aprovaram o texto da relatora na comissão mista, senadora Ana Amélia (PP-RS), estabelecendo que terão direito ao benefício do cartão as famílias com renda mensal de até R$ 2,8 mil. A proposta do governo previa acesso ao cartão para as famílias com renda mensal de R$ 1,8 mil. 

O texto agora segue para o Senado Federal, que terá até o dia 19 de abril para discutir e votar a matéria. No entanto, se ela for alterada pelos senadores, dependerá ainda de nova votação na Câmara antes de findar esse prazo. Se isso não ocorrer, a medida perderá a eficácia. 

Renova (RNEW3, R$ 2,00, -23,08%; RNEW4, R$ 1,40, +64,71%; RNEW11, R$ 4,70, +15,48%)
As ações da Renova – que possuem baixa liquidez na Bolsa – chamaram atenção nesta quinta-feira (30): enquanto os papéis PNs da empresa atingiram alta de 116,47% na máxima do dia, a R$ 1,84, as ações ONs caíram até 34,62%, a R$ 1,70 e as units subiram 21,38% no melhor momento do pregão, a R$ 4,94.

Para operadores de mercado, o movimento pode estar relacionado a fatores técnicos ligados à oferta pública primária de ações da controladora Light (LIGT3), com esforços restritos de distribuição, conforme a elétrica carioca informou na última terça-feira. Vale menção também que, no início do mês, a Reuters publicou que uma unidade da canadense Brookfield está próxima de comprar uma fatia de 30% na Renova.