Bitcoin ameaça perder suporte com dado de inflação nos EUA, Ethereum arrasta rivais e XRP corrige após rali

Inflação mais alta que o esperado e declarações de funcionário do Fed reforçam temor de aumento mais acelerado dos juros nos EUA

Paulo Barros CoinDesk

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O Bitcoin (BTC) lutou, sem sucesso, para permanecer acima de US$ 44 mil na quinta-feira (10), acompanhando as ações de empresas dos Estados Unidos após comentários pró-aumento de juros de um funcionário do Federal Reserve (Fed).

Ao comentar sobre a inflação ao consumidor dos Estados Unidos de 7,5% no ano, a maior desde 1982 após salto maior do que o esperado de 0,6% em janeiro, o presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, disse que é a favor do aumento dos juros em um ponto percentual até julho, informou a Bloomberg.

Uma taxa de juros mais alta costuma afetar diretamente ativos mais arriscados, como ações e criptomoedas. Em relatório divulgado nesta semana, o Bank of America reforçou que o Bitcoin vem sendo negociado como ativo de risco, e não de proteção contra inflação.

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Diante disso, o Bitcoin começou a cair junto com os preços das ações. Nesta manhã, a criptomoeda é negociada a US$ 43.507, queda de 2,2% nas últimas 24 horas.

“Coisas como ouro e BTC geralmente têm uma breve queda após altas do CPI [índice de preços ao consumidor dos EUA] porque o mercado começa rapidamente a assumir aumentos de taxas mais rápidos pelo Fed”, explicou Lyn Alden Schwartzer, fundadora da Lyn Alden Investment Strategy, via Twitter.

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No Brasil, as perdas são ainda maiores para quem negocia a moeda digital em reais. “Até aqui em 2022, o Bitcoin caiu cerca de 12,8% na cotação em real. Em dólar, a queda foi de 5,3%. Ou seja, por causa da valorização do real no mês, os brasileiros perderam mais com o Bitcoin do que a média internacional”, explica Lucas Passarini, analista de negócios do Mercado Bitcoin, em nota ao InfoMoney CoinDesk.

Por outro lado, o fundo QCP Capital segue otimista para o mês de fevereiro. “O preço da criptomoeda subiu mesmo com a Nasdaq sendo negociada em baixa no final da semana passada”, disse a empresa em uma mensagem via Telegram. “Não achamos que isso signifique que a criptomoeda necessariamente se descolou da Nasdaq, mas nos diz que há uma demanda tangível e direcionada no momento.”

O QCP disse que está otimista para fevereiro, tanto pela digestão dos anúncios do Fed pelo mercado quanto por uma “sazonalidade positiva” – as ações normalmente sobem em fevereiro.

Para investidores que procuram um ponto de entrada, talvez seja melhor ter cautela e esperar. Segundo o analista Vinícius Terranova, consultado pelo InfoMoney CoinDesk, o Bitcoin esbarrou em uma resistência (zona de preço com muito interesse de venda) e agora está perdendo o suporte (zona de preço com muito interesse de compra).

O especialista afirma que ainda é cedo para apontar a direção do BTC no curto prazo. “Vamos ver onde fecha a semana”.

O volume de negociação de Bitcoin no mercado à vista em corretoras de criptomoedas aumentou ontem em relação ao dia anterior. O volume em geral foi maior do que há uma semana, com base em dados compilados pela CoinDesk.

As expectativas em torno de um aumento mais acelerado dos juros dos EUA são a segunda notícia de impacto contra o Bitcoin que surge nesta semana. Na terça-feira (8), o Departamento de Justiça do país divulgou a apreensão de US$ 3,6 bilhões em BTC provenientes do hack à corretora Bitfinex, em 2016. O temor é de que o montante bilionário seja despejado no mercado à medida que as vítimas sejam ressarcidas.

Enquanto isso, o Ethereum (ETH), segunda maior criptomoeda por capitalização de mercado, cai 4,1%, para US$ 3.103, no mesmo período e arrasta rivais como Solana (SOL) e Polkadot (DOT), que recuam mais de 7%. Já Cardano (ADA) cede 3,4% e Binance Coin (BNB) cai 2% nesta manhã.

A XRP (XRP), que vinha em alta em meio a uma decisão favorável no âmbito da ação judicial da Ripple contra a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC, na sigla em inglês), corrige hoje e recua 7,3%. A alta na semana, no entanto, ainda se sustenta em cerca de 34%.

Entre altcoins de menor valor de mercado, o dia é principalmente de perdas, com algumas poucas exceções. A Theta Network (THETA), por exemplo, sobe 13,8% hoje após uma famosa rede de cassino de Las Vegas anunciar a emissão de NFTs nesta blockchain.

Já o Smooth Love Potion (SLP), token do jogo Axie Infinity (AXS) que foi catapultado com o corte na emissão após reformulação na economia do jogo, continua movimento de alta e registra ganhos de 3,9% no dia.

Na ponta negativa, quem leva a pior são os compradores de Convex Finance (CVX), um projeto de finanças descentralizadas (DeFi) que sofre após disparada em dezembro em meio à debandada de usuários para protocolos mais rentáveis. De ontem para hoje, o token CVX caiu 11,2%.

Confira o desempenho das principais criptomoedas às 7h15:

Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Bitcoin (BTC) US$ 43.507,42 -2,2%
Ethereum (ETH) US$ 3.103,91 -4,1%
Binance Coin (BNB) US$ 416,82 -2%
XRP (XRP) US$ 0,819054 -7,3%
Cardano (ADA) US$ 1,15 -3,4%

As criptomoedas com as maiores altas nas últimas 24 horas:

Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Theta Network (THETA) US$ 4,17 +13,8%
Iotex (IOTX) US$ 0,117554 +7,2%
Celsius Network (CEL) US$ 3,40 +5,2%
Ethereum Classic (ETC) US$ 37,14 +4,4%
Smooth Love Potion (SLP) US$ 0,03507608 +3,9%

As criptomoedas com as maiores quedas nas últimas 24 horas:

Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Convex Finance (CVX) US$ 25,75 -12,1%
Arweave (AR) US$ 35,21 -11,5%
Nexo (NEXO) US$ 2,05 -10%
Kadena (KDA) US$ 8,90 -10%
Waves (WAVES) US$ 10,84 -10%

Confira como fecharam os ETFs de criptomoedas no último pregão:

ETF Preço Variação
Hashdex NCI (HASH11) R$ 42,19 -1,86%
Hashdex BTCN (BITH11) R$ 55,60 -1,06%
Hashdex Ethereum (ETHE11) R$ 48,00 -4,49%
QR Bitcoin (QBTC11) R$ 14,73 0%
QR Ether (QETH11) R$ 11,84 -4,88%

Veja as principais notícias do mercado cripto desta sexta-feira (11):

Moss lança NFT para vender terreno na Amazônia

A Moss lançou uma coleção de NFTs que representa a propriedade de um terreno físico na Amazônia. A empresa adquiriu recentemente um lote de terras de 50 hectares para um projeto de conservação. Cada NFT equivale a um hectare.

Lançados nesta semana em uma rodada de pré-venda na OpenSea, os NFTs esgotaram em menos de 1 hora.

“Este NFT é uma prova de propriedade do imóvel real. Por meio da compra do seu pedaço da Floresta Amazônica, você contribui para a criação de uma ‘muralha verde’ de propriedades, com foco na conservação e atuando como dissuasor ao avanço do desmatamento”, diz a descrição da coleção na plataforma.

A Moss é conhecida pela criação do token MCO2, que equivale a um crédito de carbono e vem sendo utilizado por diversas empresas, como a Gol, para limpar a pegada ecológica de suas operações.

“Salvar a Amazônia é nosso propósito e por meio da tecnologia blockchain, e essa inovação, possibilitaremos que cada vez mais pessoas façam parte desse sonho”.

Stablecoins devem ser tratadas como fundos de investimento, não bancos, diz VanEck

As stablecoins devem ser tratadas como produtos de investimento, não como bancos, apontou Jan van Eck, CEO da empresa de investimentos VanEck, em um artigo nesta semana publicado na Barron’s.

“Eles não emprestam dinheiro, então não entendo por que há uma pressão para regulá-los como os bancos. A regulamentação bancária pode de fato implicar algum tipo de garantia para o governo”, escreveu.

Van Eck criticou relatório do governo americano sobre stablecoins por não apontar as semelhanças entre stablecoins e fundos do mercado.

“Apesar da semelhança que as stablecoins têm com os fundos do mercado, o grupo de trabalho sugeriu que os emissores de stablecoins fossem ‘instituições depositárias seguradas’. Stablecoins investem em títulos, eles não emprestam como os bancos”, afirmou.

As declarações surgiram duas semanas depois que a subsecretária de Finanças Domésticas dos EUA, Nellie Liang, disse em audiência no congresso americano que as stablecoins são produtos semelhantes a bancos e que, portanto, devem ser enquadradas na regulamentação bancária.

“Efeito Ronaldo” impulsiona buscas por token do Cruzeiro

A procura pelos tokens do Cruzeiro quadriplicou após Ronaldo Nazário anunciar a compra do clube mineiro, em dezembro, segundo dados da corretora de criptomoedas BitPreço.

As negociações saltaram 369%, em relação aos 14 dias anteriores à aquisição feita pelo Fenômeno. Em um mês, o aumento foi de 116% na procura pelo investimento.

O criptoativo não é um fan token. Além de obter ganhos com a valorização no mercado, quem investe no Cruzeiro Token adquire direitos do Mecanismo de Solidariedade feito pela FIFA, que recompensa clubes que financiaram um jogador em início de carreira.

Em janeiro, a negociação do zagueiro Murilo Cerqueira, revelado pelo Cruzeiro, como novo reforço do time do Palmeiras até 2026 resultou em retorno de e R$ 589 mil de dividendos a quem tem o Cruzeiro Token.

“A previsão de lucro quanto aos jogadores para os próximos 5 anos é de pelo menos 14% e um máximo de 114%, segundo análise da financeira realizada pela Pluri”, afirma Ney Pimenta, CEO da BitPreço.

Além do Cruzeiro, Coritiba, Santos e Vasco têm ativos digitais desse tipo à venda no mercado.

Estado dos EUA pode comprar Bitcoin para tesouro

Um projeto de lei apresentado pelo deputado estadual Jason Powell, dos EUA, poderá permitir que o estado do Tennessee invista em criptomoedas e tokens não fungíveis (NFTs).

Em nota ao CoinDesk, Powell disse que é importante que os legisladores do estado ajam rápido para garantir que o Tennessee não fique para trás no boom da tecnologia cripto.

Ele afirmou ainda que leis mais amigáveis com relação às criptomoedas induzirão mais empresas a se estabelecerem no estado, algo que é de interesse para políticos democratas e republicanos.

“Estou otimista porque acho que meus colegas legisladores querem garantir que o Tennessee permaneça à frente, e estamos fazendo tudo o que podemos para criar um ambiente pró-negócios que promoverá empresas que desejam fazer parte de nosso ecossistema”, apontou.

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Paulo Barros

Editor de Investimentos