“Criptoeconomia pode ser mais um caminho para o desenvolvimento do país”, diz presidente da CVM

João Pedro Nascimento defendeu a existência de players sérios no setor cripto, e que não se pode "tirar a parte pelo todo"

Paulo Barros

Presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), João Pedro Barroso do Nascimento

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A economia que gira em torno dos criptoativos tem o potencial de ajudar no desenvolvimento do Brasil, afirmou o presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), João Pedro Nascimento, em evento do grupo empresarial Lide realizado na manhã desta quinta-feira (2), em São Paulo.

“Eu acredito que a criptoeconomia pode ser mais um caminho para o desenvolvimento do país, especialmente na vertente de que o futuro é verde e digital”, afirmou o presidente da CVM.

“O Brasil tem uma vocação muito grande para finanças sustentáveis, e para vários setores como o mercado de carbono, que é global e precisa de harmonização, comparabilidade. Imagina criar, por meio da tokenização, a possibilidade de as pessoas de diferentes países investirem em créditos de carbono brasileiros, emitidos por empresas brasileiras”, comentou Nascimento.

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Nascimento afirmou que uma iniciativa como a da tokenização de créditos de carbono traria mais recursos para o país, citando como exemplo a reabertura do Fundo Amazônia pelo Governo Federal, e pontuou que empresas privadas podem tirar proveito de um movimento nesse sentido.

“Cripto fica meio maculado por conta de alguns episódios malsucedidos que aconteceram com alguns agentes de mercado, especialmente no exterior. A gente tem que tomar o cuidado para reconhecer a existência de pessoas boas nesse segmento de indústria, que trabalham com aderência aos seus princípios. A gente não pode tirar a parte pelo todo”.

No caso da tokenização, ressaltou Nascimento, a CVM estará atenta para atuar apenas nos casos em que a emissão de um determinado token configure a oferta irregular de valores mobiliários.

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“Criptoativo é valor mobiliário quando é a representação digital de algum valor mobiliário tradicional, ou quando se enquadra no conceito aberto de valor mobiliário, dos contratos de investimento coletivos”, explicou.

“São os dois grandes arcabouços que marcariam quais criptos se caracterizariam como valores mobiliários. E, em eles sendo valores mobiliários, a gente automaticamente atrai para eles toda a regulação do mercado de capitais”.

Paulo Barros

Editor de Investimentos