O Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA registrou crescimento de 1,1% no período referente ao quarto trimestre de 2000, segundo as estimativas preliminares anunciadas hoje pelo Departamento de Análise Econômica dos EUA. A primeira estimativa divulgada em 31 de janeiro apontava para um aumento de 1,4%. O crescimento de 1,1%, no entanto, é maior que as expectativas do mercado, que apontavam para um aumento de 1,0% no PIB. De qualquer forma, o desempenho registrado pelo PIB foi menor que no terceiro trimestre, quando o PIB norte-americano cresceu 2,2%, e menor que no segundo trimestre de 2000, que registrou aumento de 5,6% do PIB.
As maiores contribuições para o aumento do PIB no quarto trimestre de 2000 foram com o consumo pessoal e gastos governamentais. Entretanto, a demanda por bens de consumo, a queda nas exportações e nos investimentos diretos reduziram o crescimento do PIB. Além disso, a redução dos gastos corporativos em investimentos em tecnologia e equipamentos também pressionou negativamente o PIB norte-americano no quarto trimestre de 2000.
Em relação aos dados preliminares divulgados em final de janeiro, as principais diferenças são referentes ao nível de estoques, exportações, gastos do governo e investimentos. De acordo com os novos números, os estoques subtraíram 0,46 ponto percentual do crescimento do quarto trimestre, frente a -0,18% estimados inicialmente. Também contribuíram para a maior desaceleração do crescimento o volume real de exportações (-6,1% frente à estimativa inicial de -4,3%) e gastos do governo (+3,7% frente a +4,6%). A boa surpresa, por outro lado, veio da conta de investimentos fixos, que caiu 0,6%, menos do que a queda de 1,5% divulgada em janeiro. Dentre os componentes da conta investimentos, destaque para os investimentos em hardware e software, que apresentaram queda de 3,5% frente à estimativa incial de -4,7%.
No que diz respeito à inflação, o relatório foi positivo. O deflator do PIB, uma medida importante de inflação, foi revisto para baixo e ficou em 1,8%, contra a estimativa de analistas que apontava uma taxa de 2,1%. No terceiro trimestre de 2000, por sua vez, o índice registrou uma elevação de 1,6%.
Os resultados preliminares do PIB, apesar de mostrarem uma desaceleração maior do que a estimativa anterior, não são suficientes para direcionar o mercado, que está atento ao segundo round do depoimento semestral de Alan Greenspan, presidente do Fed, ao Congresso norte-americano.