Credit Suisse eleva recomendação para ações da Klabin, mesmo vendo cenário desafiador para o setor

Para analista, valor da ação já precifica cenário mais negativo para a commodity; Suzano e Irani também contam com recomendação de compra

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O Credit Suisse atualizou as suas premissas para papel e celulose, com revisões de recomendação para as ações do setor, em meio à correção dos preços da celulose na China em entre US$ 100 e US$ 150 por tonelada, estabilizando em US$ 620 por tonelada de fibra longa e US$ 830 de fibra curta.

Caio Ribeiro, analista do banco suíço, destacou, contudo, que os preços das ações já estão bastante deprimidos e que, apesar de o ano de 2022 representar uma grande entrada de capacidade, esse movimento já estaria precificado nos ativos do setor.

Desse movo, o analista elevou a sua recomendação para as units da Klabin (KLBN11) de neutro para outperform (desempenho acima da média do mercado), com preço-alvo sendo elevado de R$ 31,50 para R$ 32, ou um potencial de alta de 34% em relação ao fechamento de quinta-feira.

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Ribeiro avalia que a Klabin vai se beneficiar da demanda sólida de embalagens no Brasil. A aceleração de caixa só deve acontecer de forma material a partir de 2024 com o final do capex (investimentos em capital) para o projeto Puma II, mas a alavancagem não preocupa tanto, uma vez que não enxerga uma relação entre dívida líquida e lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) acima de 3,7 vezes.

Assim, mesmo com um cenário de celulose em US$ 450 a tonelada, a companhia deve gerar fluxo de caixa livre positivo em 2022-2023. “Apesar de esperarmos que a companhia apresente uma menor compressão de múltiplos em relação à Suzano nos próximos anos, papel também está negociando abaixo do preço justo de 2022. Vemos a Klabin negociando a 7,7 vezes o valor da empresa sobre o Ebitda esperado para 2022, abaixo da média histórica de 8 vezes a 8,5 vezes, precificando uma correção da celulose de fibra curta de US$ 480 dólares a US$ 490 a tonelada”, apontam.

A Suzano segue com recomendação outperform, com o preço-alvo sendo cortado de R$ 92 para R$ 87,50 por ação, ainda uma alta de 57% em relação ao fechamento da véspera. “Nas nossas análises de sensibilidade, testamos cenários de celulose variando entre US$ 450 e US$ 650 a tonelada entre 2022 e 2024. Se considerarmos um preço médio de US$ 550 a tonelada. A Suzano negociando abaixo do múltiplo justo de 6,6 vezes EV/Ebitda (versus histórico de 7,8 vezes). Estes números nos trazem algum conforto de que o movimento de correção mais agressivo já estaria pra trás”, apontam.

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A Irani (RANI3) também teve o preço-alvo cortado, de R$ 10,10 para R$ 9,40, mas ainda uma alta de 42% em relação ao fechamento da véspera, o que fez o analista reiterar recomendação outperform para o ativo.

Leia mais: Klabin e Suzano têm ações atualizadas em meio à queda do preço da celulose

“A empresa deve seguir se beneficiando do ambiente de oferta e demanda apertado”, avalia, ressaltando ainda o cronograma de projetos robustos que a empresa tem pela frente. “Acreditamos que estes projetos devem gerar valor relevante e trazer sustentabilidade para o nível de margem Ebitda [Ebitda/sobre receita líquida] de 30-31%”, apontam.

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A visão positiva é positiva para as brasileiras, mas a top pick (ou escolha favorita) do banco para o setor é para a chilena CMPC, para quem ele também elevou a recomendação para outperform por conta de sua valoração e maior exposição à fibra curta.

Mesmo com a visão em geral positiva, a sessão é de leve queda para as ações do setor, com SUZB3 em baixa de 0,20%, a R$ 55,72, KLBN11 caindo 0,75%, a R$ 23,68, enquanto RANI3 tem desvalorização de 1,66%, a R$ 6,50, de acordo com cotação da 13h (horário de Brasília).

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.