Credit Suisse elenca seis razões pelas quais QE2 será mais eficaz que o esperado

São elas: queda nos juros reais e do dólar, alta no consumo e nos investimentos, melhora no setor imobiliário e efeitos psicológicos

Luis Madaleno

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SÃO PAULO – Pauta principal nos mercados globais ao longo das últimas semanas, a tão aguardada divulgação da nova rodada de flexibilização quantitativa do Federal Reserve é bem recebida pela equipe do Credit Suisse.

“Acreditamos que o QE2 será mais eficaz do que os investidores acreditam”, disparam os analistas do banco, abrindo seu relatório sobre o tema, no qual elencam seis razões nas quais embasaram sua posição.

Juros baixos, finanças mais saudáveis
A primeira delas diz respeito às taxas de juros reais norte-americanas. Segundo os analistas Andrew Garthwaite, Lucas Paolini, Marina Pronina, Mark Richards e Sebastian Raedler, a implementação da compra de títulos por parte do Banco Central dos EUA irá reduzir ainda mais o juro real do país, “trazendo efeito positivo nas finanças do governo”. Ou seja, a menor necessidade de apertos fiscais.

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Consumo em alta
Já a segunda razão que deflagra o otimismo no Credit Suisse é o fato de que a injeção de capital irá levar a um maior gasto dos norte-americanos. Isso porque eles observam que, com a redução nos yields (retornos) atrelados aos títulos, os preços dos ativos irão passar por uma acentuada elevação, levando ao chamado “efeito riqueza”.

Além disso, a redução dos juros também conta a favor, uma vez que reduz os custos do crédito aos consumidores. “De acordo com nosso modelo, a taxa de poupança deve ficar cerca de 0,4 ponto percentual abaixo dos níveis atuais”, preveem os analistas.

“Pensamos que esta é a melhor resposta aos críticos que acham que o QE2 não terá qualquer efeito sobre a demanda final: as diminuir as taxas reais, o QE2 reduziu os juros dos consumidores e das empresas, reduzindo a propensão a poupar – e deve, portanto, afetar positivamente o consumo”.

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Dólar fraco
O terceiro tópico apontado pela equipe do banco diz respeito à depreciação do dólar. De acordo com os analistas, um dólar mais fraco irá beneficiar os Estados Unidos já que levará ao reequilíbrio necessário da economia global através da apreciação das divisas de mercados emergentes.

Investimentos em ações e na economia real
O fluxo de capital ao mercado financeiro e à economia real também é citado pelo Credit Suisse como uma das razões pelas quais o QE2 será mais eficaz do que acredita-se. Para os analistas do banco, a compra de título levará a uma maior aplicação no mercado financeiro e na economia reaçl, uma vez que, diferentemente da primeira rodada de flexibilização, como o compromisso do Fed visa o longo prazo, a aversão ao risco é reduzida.

Mercado imobiliário e efeito psicológico 
Os dois últimos tópicos expressos pelo banco dizem respeito ao mercado imobiliário e aos efeitos psicológicos do novo programa. Quando ao primeiro, os analistas observam que poderá haver uma melhora no acesso aos imóveis; já quanto ao segundo ponto, comentam: “yields menores permitem aos políticos adiarem o aperto fiscal e reduzem o risco de excesso de aperto”.