Cosan e mais 13 ações “afundam” com a Bolsa; Eletrobras dispara 5%; veja destaques

BM&FBovespa e Petrobras subiram mais de 2%, mas chegaram a subir mais de 5% na máxima do dia; Cosan foi de alta de 2,75% para queda de 2,8%

Marina Neves

Usina Eólica Volta do Rio - Ceará *** Local Caption *** Vista dos aerogeradores durante a visita técnica à usina Eólica Volta do Rio no Ceará. Usina eólica conectada a SE SOBRAL III, Chesf. A usina pertence ao grupo Energimp S/A, controlado pela IMPSA WIND (Industrias Metalúrgicas Pescarmona S.A.).

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SÃO PAULO – Acompanhando a derrocada do Ibovespa na última hora de pregão – o índice passou de alta de 1,2% para queda de 0,24% nesta segunda-feira (1) -, 14 ações que fazem parte da carteira teórica chegaram a subir mais de 1% antes de fecharem com queda de mais de 2%. As estatais e bancos conseguiram fechar no positivo repercutindo a pesquisa Datafolha de sexta-feira, mas tiveram ganhos bem mais modestos do que os alcançados na máxima do dia.

Destaque principal para a Eletrobras, cujas ações ordinárias fecharam com ganhos de 5,5% – na máxima, elas subiram 9%. Petrobras e BM&FBovespa subiram pouco mais de 2%, bem abaixo dos ganhos superiores a 5% no intraday, enquanto Itaú, Bradesco e BB ficaram entre ganhos de 1,2% e queda de 2%, após todos eles subirem mais de 2% no decorrer do dia. Por fim, a Cosan não aguentou o rali eleitoral e passou de alta de 2,75% para queda de 2,8%.

Dentre as maiores quedas do dia, destaque para Souza Cruz, Cemig e Rossi, que caíram mais de 4%. Logo a frente, Fibria e Natura fecharam com desvalorização de mais de 3%. Mais 9 ações – incluindo a Cosan – caíram mais de 2%. Fora do cenário político, as ações da BB Seguridade e Mills reagiram a recomendações de bancos de investimentos, enquanto a TIM subiu 1% após a Telecom Itália dizer que considera todas as opções para reforçar a sua unidade brasileira. Por fim, MMX e Marcopolo fecharam em rumos opostos após a nova carteira do Ibovespa confirmar a exclusão da primeira e a inclusão da segunda.

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Confira os principais destaques da Bolsa:

Estatais
O mercado mostrou forte euforia hoje após pesquisa Datafolha revelar disparada de Marina Silva (PSB) na corrida à presidência. As estatais, que têm sido as protagonistas desse “rali eleitoral”, roubaram a cena nesta sessão, sendo elas: Petrobras (PETR3, R$ 22,48, +1,54%PETR4, R$ 23,83, +2,06%), Eletrobras (ELET3, R$ 8,60, +5,52%; ELET6, R$ 12,52, +1,38%) e Banco da Brasil (BBAS3, R$ 35,43, +1,26%). Vale mencionar que a Petrobras chegou a atingir nesta segunda-feira sua máxima intradiária desde março de 2012.

pesquisa eleitoral Datafolha, mostrou Marina Silva (PSB) 13 pontos percentuais acima da última pesquisa do instituto, realizada em 18 de agosto, e agora com 34% das intenções de voto, empatada com o mesmo percentual de Dilma Rousseff (PT). Em um possível segundo turno, Marina Silva seria eleita presidente com 50% dos votos, contra 40% de Dilma Rousseff, uma ampla vantagem de 10 pontos percentuais.

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Além disso, o BTG disse que o papel ordinário da Petrobras poderia chegar a R$ 30,00 em caso de vitória de Marina Silva à presidência. Na última sexta-feira, as ações ONs da estatal fecharam a R$ 22,14. (Para ver mais informações sobre a recomendação, clique aqui).

Bancos e “kit Marina”
Os bancos, que junto com as estatais foram as empresas que mais repercutiram o “rali eleitoral”, também sobem nesta sessão. Destaque para as ações do Itaú (ITUB4, R$ 40,50, +0,38%) – e sua controladora Itaúsa (ITSA4, R$ 11,00, +1,06%) -, Bradesco (BBDC3, R$ 40,00, -0,05%; BBDC4, R$ 40,73, -0,27%) e Santander (SANB11, R$ 15,45, -0,06%). 

Já as ações do setor sucroalcooleiro perderam a força no decorrer do pregão. A Cosan (CSAN3, R$ 45,20, -2,80%), foi de alta de 2,8% para queda. São Martinho (SMTO3, R$ 46,02, +1,39%) e Tereos (TERI3, R$ 2,92, +4,29%) fecharam em alta, mas distantes da máxima do dia. As empresas sucroalcooleiras reagiram à disparada de Marina Silva nas pesquisas eleitorais, com o discurso de sustentabilidade da ex-senadora. A gestora de recursos da Coinvalores Corretora, Tatiane Cruz, esclarece que a alta dos papéis se deu por uma reação tardia do mercado ao “rali eleitoral”, já que os candidatos à presidência estão se aproximando cada vez mais do agronegócio. 

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Ações que não param de subir desde 14 de agosto
As ações da BM&FBovespa (BVMF3, R$ 14,00, +3,70%) MRV (MRVE3, R$ 9,33, +2,30%) e CCR (CCRO3, R$ 20,63, +1,83%) reagiram novamente com o novo cenário político desde sua mudança em 14 de agosto, com a trágica morte de Eduardo Campos. O mercado tem visto que a entrada de Marina Silva na disputa eleitoral aumentou a chance de uma mudança de governo. Esse “choque de expectativa”, que viria com uma reversão do atual cenário, é o que tem puxado o mercado para cima nos últimos dias

Embora nos primeiros dias após a morte de Eduardo Campos, 13 de agosto, o cenário político ainda estivesse incerto, especulações de que Marina entrasse na corrida eleitoral foi o grande propulsor da Bolsa. Assim como Campos, o mercado vê que Marina vai adotar uma política mais pró-mercado – o que foi confirmado com a divulgação de seu plano de governo na última sexta-feira (29). 

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Telecomunicações
A Telecom Italia vai considerar todas as opções para reforçar a sua unidade brasileira, TIM Brasil (TIMP3, R$ 12,68, +1,04%), disse o presidente da Telecom Italia, Giuseppe Recchi, segundo o jornal italiano “Corriere della Sera”. A empresa também pode olhar para um acordo comercial com a Mediaset, como forma de compartilhar conteúdo e tecnologia com a emissora italiana, que é controlada pelo ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, disse Recchi ao jornal no domingo.

Além disso, a espanhola Telefónica planeja sair da Telecom Italia após o grupo espanhol finalizar a compra da unidade brasileira de banda larga da francesa Vivendi, a GVT, disse o presidente do Conselho da companhia, César Alierta, nesta segunda-feira, encerrando uma participação de muito tempo.

Relações tensas entre as companhias da Espanha e da Itália culminaram na semana passada quando a Telefónica venceu a Telecom Italia na compra da GVT, um golpe contra a companhia italiana que pode transformá-la num alvo de aquisição em uma indústria que se consolida rapidamente. “Após a operação da GVT a mensagem é clara, não queremos permanecer na Telecom Italia”, disse Alierta para jornalistas após participar de uma conferência sobre telecomunicações em Santander, no norte da Espanha.

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BR Insurance (BRIN3, R$ 8,15, +2,00%)
Oito meses após seus diretores e conselheiros realizarem uma venda de quase 600 mil ações, a BR Insurance anunciou que fará um programa de recompra de até 3,1 milhões de papéis – o que representa 3,1% do “free float ” (ações em circulação no mercado) e terá duração até 31 de agosto de 2015. As ações da companhia chegaram a subir 5% na máxima do dia.

Em janeiro, diretores e membros do conselho de administração venderam juntos cerca de 600 mil ações, que na época valiam entre R$ 17,00 e R$ 18,50 – mais de 120% dos atuais R$ 8 que estes papéis valem na Bolsa. A explicação para a forte queda das ações neste intervalo de 7 meses está na divulgação dos resultados do 4º trimestre de 2013, realizada no final de março. Logo após o balanço, as ações da BR Insurance despencaram mais de 60% nos 6 pregões entre os dias 31 de março e 7 de abril, indo de R$ 15,63 para R$ 5,84. Se o preço atual da ação na Bovespa é 36,5% superior à mínima alcançada após o balanço de 2013, ele ainda é quase 50% abaixo das cotações pré-divulgação do resultado.

MMX, Marcopolo e Brookfield
As ações da MMX (MMXM3, R$ 0,80, -2,44%) e da Marcopolo (POMO4, R$ 4,45, +2,30%) fecharam em sinais opostos, repercutindo a confirmação do Ibovespa de que a primeira deixará de fazer parte da carteira quadrimestral do índice, enquanto a segunda foi incluída no benchmark. Como muitos fundos acompanham a performance do índice, a entrada ou saída de uma ação resulta em uma forte pressão compradora ou vendedora de milhões de reais administrados por estes gestores.

A Brookfield (BISA3, R$ 1,55, +0,65%) também foi retirada do Ibovespa, mas suas ações fecharam em alta, o que pode ser explicado pelo fato da construtora estar em processo de fechamento de capital, o que acaba “travando” seu preço na Bolsa, já que o acionista controlador já está disposto a pagar um preço fixado por cada papel.

B2W (BTOW3, R$ 36,20, -4,49%)
As ações da companhia caíram forte no pregão desta segunda após o comunicado de que a companhia concluiu a aquisição de 100% de capital social da Direct Express Logística, que havia sido iniciada em 14 de junho.

Braskem (BRKM5, R$ 15,46, +1,38%)
As ações da Braskem subiram apesar da notícia de que a companhia não conseguiu entrar em um acordo com a Petrobras sobre o reajuste do preço da nafta. Segundo a equipe de análise da XP Investimentos, os termos do acordo formalizado representam uma derrota dupla para a Braskem.

“A petroquímica tenta, desde o ano passado, formalizar um novo contrato de longo prazo, a partir do qual poderia estruturar seu plano de expansão com foco nos próximos anos. Além disso, a cláusula de retroatividade de preços representa um risco adicional à petroquímica dependendo das condições acertadas futuramente”, completou a corretora. 

Recomendações
As ações do BB Seguridade (BBSE3, R$ 35,08, -1,85%) e Mills (MILS3, R$ 23,66, +3,32%) reagem às recomendações do BTG Pactual – que podem ter muita importância sobre as fortes altas ou quedas do mercado. O banco de investimentos retirou BB Seguridade do seu portfólio sugerido para Brasil, enquanto incluiu as ações da Mills.

Vale (VALE3, R$ 28,95, -0,58%; VALE5, R$ 25,75, -0,85%)
Após abrir com alta de mais de 1%, as ações da Vale perderam força nesta sessão e fecharam em queda. As ações da mineradora reagiram aos dados econômicos da China, principal destino das exportações da empresa, e a queda no preço do minério de ferro, assim como decisão do STJ (Supremo Tribunal de Justiça).

O PMI industrial oficial da China caiu para 51,1 em agosto, ficando ligeiramente acima da mediana da previsão, enquanto o PMI industrial da China, medido pelo HSBC, caiu para 50,2 em agosto, de 51,7 em julho, segundo números finais. Vale mencionar que que o preço do minério caiu para US$ 87,1 por tonelada e renova a mínima em 2 anos. 

Além disso, a primeira turma do STJ negou, por unanimidade, recurso impetrado pela União e manteve decisão que libera a mineradora Vale de pagar impostos sobre lucro auferido por controladas no exterior para evitar a bitributação, disse a empresa à Reuters na sexta-feira.