Corte de R$ 5,1 bi do “Minha Casa, Minha Vida” serviu para remanejar gastos, diz UBS

Analista aponta que investimento do programa segue intacto até 2014 e impacto anual pode ser menos severo do que o esperado

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SÃO PAULO – Na última segunda-feira (28), o governo anunciou uma redução de R$ 5,1 bilhões no orçamento previsto para o programa “Minha Casa, Minha Vida”, que neste ano passa a contar com R$ 7,6 bilhões. Diante deste cenário, o analista Gordon Lee, do banco UBS, avalia que houve apenas um remanejamento de gastos, já que o programa segue intacto no período entre 2011 e 2014.

Lee explica que durante os quatro anos, o valor total de R$ 72 bilhões em investimentos não sofreu modificações. O analista ainda espera que os R$ 7,6 bilhões em 2011 possam ter impactos menos severos do que o esperado e pode surpreender positivamente este ano.

Na última segunda-feira (28), a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, justificou o corte pelo fato de a segunda fase do programa estar prevista apenas para abril, o que significa que ele não terá o ano cheio para execução dos gastos para 2011. Sem que o ano se complete, o atual investimento do governo poderia inclusive corresponder a gastos mais elevados em 2011, diz Lee.

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Ponto de entrada 
O analista do UBS, contudo, não deixa de admitir que o corte traz uma piora na percepção do investidor quanto ao setor imobiliário, que já andava enfraquecido. Na última sessão, dentre todos os 14 papéis que compõem o IMOB (Índice do setor imobiliário da BM&F Bovespa), 8 fecharam em baixa. As desvalorizações mais expressivas ficaram com a MRV (MRVE3, -5,30%), Cyrela (CYRE3, -2,65%) e Even (EVEN3, -2,60%). 

Desta forma, Lee diz que as ações baratas podem significar um bom momento para os investidores analisarem um posicionamento maior frente aos papéis. Vale lembrar que, mesmo com o corte, os investimentos neste ano são 15% superiores aos vistos em 2010.