Coreia do Norte? Mianmar? Sim, estas são as apostas de Jim Rogers no mundo emergente

De acordo com o investidor, a Índia passa por dias bastante difíceis e não recomenda investimento no país

Lara Rizério

Jim Rogers (crédito: Wikimedia Commons)

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SÃO PAULO – O investidor Jim Rogers, que fez fortuna ao lado de George Soros com um fundo de investimento criado 40 anos atrás, havia apontado os erros que alguns emergentes estão cometendo em evento na BM&FBovespa, no início do mês. Para Rogers, o Brasil não está aproveitando o “bull market” das commodities e apontou problemas como as medidas tomadas pelo governo brasileiro, que inibem os investimentos em alguns setores, como agrícola.

Em entrevista para a BBC Radio 4 nesta terça-feira (24), Rogers não falou especificamente sobre o Brasil, mas deu a sua opinião sobre os países emergentes e apontou para as nações que devem passar a registrar bonança e aquelas que devem sofrer nos próximos anos. O investidor afirmou que o mercado deve esquecer a Índia, acreditando que o gigante passará por uma temporada ruim daqui para frente. Por outro lado, ele apontou quais países são uma boa oposição de investimento: apostar em Mianmar e Coreia do Norte, talvez Angola. 

Nos países asiáticos, em particular, “há coisas extraordinárias, positivas acontecendo”. Todos estes países poderiam fazer um boom. O seu conselho parece ser bastante inusitado uma vez que Myanmar está classificada como uma das dez piores economias do mundo pelo Fórum Econômico Mundial, enquanto a moeda instável da Coreia do Norte é apenas um dos fatores que torna complicado investir no país comunista.

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Seu conselho parece ser um pouco estranho, uma vez que Rogers vem “abocanhando” moedas de ouro comemorativas da Coreia do Norte, em uma evidente aposta que o país entrará em colapso e que o valor das moedas aumentará fortemente.

“Porque estou pessimista com relação à Índia”
Rogers ainda explicou porque está dizendo que os dias serão difíceis para a Índia. Dentre os problemas, dívida, déficit e burocracia. “A dívida em relação ao PIB está acima de 90%. Estudos mostram que, quando se registra uma dívida muito alta, é muito difícil avançar em ritmo acelerado”.

E destacou que, nos anos de 1980, a Índia era muito mais bem sucedida que a China. Desde então, os indianos, cheios de burocracia e regras acabaram causando problemas. Porém, Rogers duvida seriamente que o mal estar da Índia se espalhe pelo resto da Ásia e desencadeie uma crise como nos anos de 1998. Isso porque as outras economias de lá, como China, Taiwan e Japão possuem muito dinheiro no banco.

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Rogers, que se mudou para Singapura para estar mais perto dos mercados asiáticos, diz que viveria na China, “se não fosse tão poluído”. Mas esta é uma chance para os investidores, ainda mais levando em conta as empresas que se especializam em problemas específicos, como poluição do ar, do solo e da água. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.