AMAR3: mercado está amando a sua transformação

Tito Avila, da LIS Capital, analisa a performance da Lojas Marisa

Matheus Soares

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  “São necessários 20 anos para construir uma reputação e cinco minutos para arruiná-la. Se você pensar sobre isso, fará as coisas de maneira diferente”. A frase é de Warren Buffett e diz muito sobre a história de Marisa na bolsa.

Depois de ter multiplicado por 4 do IPO (outubro de 2007) até 2013, chegando a valer mais de R$ 6 bilhões em 2013, a empresa viu seu valor despencar até quase R$ 700 milhões em 2018, reflexo de escolhas estratégicas erradas e da própria crise que assolou o Brasil. Atualmente, ela já está valendo R$ 1,7 bilhão, mas de acordo com o gestor convidado para o Stock Pills  (ouça abaixo) desta semana, o mercado ainda pode ter muitas alegrias com a Marisa.

O convidado desta semana foi Tito Avila, gestor e sócio da LIS Capital, gestora que implementa o “Value Investing” em suas teses, com um DNA muito forte de investimentos em Small Caps.

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Para aqueles que, assim como eu, buscam se aprofundar nessa filosofia, saibam que: uma empresa ótima, mas cara, pode se provar um péssimo investimento – da mesma forma que uma empresa frágil, mas muito barata, pode te dar ótimos retornos como investimento. A LIS começou a comprar AMAR3 em junho/18, num dos piores momentos da varejista. Desde então, a ação acumula alta de 70%. A ação representa 9% do fundo.

A Marisa existe desde 1948 e capturou um importante espaço dentro do varejo de vestuário para mulheres de baixa renda com idade entre 18 e 45 anos. Diante do forte crescimento do varejo e ascensão da classe C ali em meados de 2008, a varejista decidiu elevar preços e mudar a estratégia dos seus produtos, perdendo tanto a preferência da consumidora que comprava em suas lojas como também a qualidade dos produtos que oferecia, justamente no pior momento de nossa história econômica. Somou-se a isso a gangorra de entradas e saídas de pessoas que tocavam o negócio e a companhia acabou perdendo a sua identidade.

O que mudou em AMAR3?

Com todos os problemas e erros que comentamos, o preço das ações e o reconhecimento pela alta cúpula da empresa que o negócio precisava mudar chamou a atenção da gestora LIS Capital.

“Da mesma forma que um avião não cai por uma única razão, também não existe uma bala de prata para a retomada de Marisa”, disse Tito Avila (ouça o áudio completo ao final do texto). Há uma série de fatores que precisam convergir para que a empresa volte aos trilhos

Tito elencou no Stock Pills as principais alavancas estruturais do modelo que estão sendo mexidas: 1) fôlego financeiro de R$ 1 bilhão em ganhos tributários; 2) fechamento de lojas deficitárias; 3) profissionalização do conselho administrativo e das principais áreas de gestão da companhia; 4) reestruturação das equipes de produtos e de coleção. Ele também destaca que os projetos de e-commerce já começam a dar resultando, representando mais de 5% das vendas totais de Marisa.

Ouça abaixo a explicação completa

STOCK PILLS

Stock Pills é um quadro do podcast Stock Pickers e não implica em uma recomendação do Stock Pickers ou dos analistas da Rico Investimentos. Os áudios são enviados uma vez por semana pelos próprios gestores convidados.

Apresentado por Thiago Salomão, analista da Rico Investimentos, o Stock Pickers vai ao ar toda quinta-feira às 17h. Você pode seguir e escutar pelo Spotify, Spreaker, Deezer, iTunes e Google Podcasts.

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Matheus Soares

Matheus Soares é analista da Rico Investimentos e um dos responsáveis pela Carteira Rico Dividendos 8+