Confiança do empresário sobe com menor pessimismo, por conta da normalização da atividade

Apesar da segunda alta seguida, Campelo, da FGV, ressalta que não há uma há um otimismo generalizado, mas diminuição do pessimismo

Augusto Diniz

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O Índice de Confiança Empresarial (ICE) da FGV IBRE subiu 2,7 pontos em abril, para 94,5 pontos, no maior nível desde novembro do ano passado. Esse avanço, segundo o economista Aloisio Campelo Jr., superintendente de estatísticas da FGV-IBRI e responsável pela pesquisa, está ligado, sobretudo, a aspectos da normalização das atividades, o que reduziu o pessimismo do empresário com a economia.

“Fim da pandemia ou o melhor momento desde o começo da pandemia” é um deles, afirmou Campelo, ao InfoMoney.

Dessa forma, a alta do ICE em abril é a segunda consecutiva, revertendo a tendência de queda observada entre setembro de 2021 e fevereiro de 2022, recuperando 30% dos 11,2 pontos perdidos no período.

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“É possível que se tenha mais uma ou duas altas, mas não acho que a gente vá chegar num nível alto de confiança. Tenho dúvida até de chegar ao neutro, que é de 100 pontos. Não é generalizado o otimismo. É uma diminuição de pessimismo”, avalia o economista.

Segundo Campelo, a redução de IPI, a liberação de recursos de FGTS e a antecipação de 13º de aposentados e pensionistas ajudaram a aumentar a confiança empresarial, mas provavelmente estes estímulos devem ser os últimos do ano.

“Fica descoberto o segundo semestre, com taxas de juros altas. E tem a incerteza das eleições, que não é favorável a investimentos e contratações”, conclui.

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Serviços

Especialmente serviços, principal setor que puxou o índice para cima, teve suas atividades retomadas depois de dois anos de pandemia. Segundo ele, havia uma série de serviços ligados ao atendimento às famílias que estavam retraídos, pela dificuldade imposta pelo isolamento social, como área médica e educação, e outros de consumo presencial.

“No começo do ano, por exemplo, em janeiro e fevereiro, vários setores experimentaram queda da confiança, com a preocupação com a (variante) Ômicon”, avalia o economista.

Impacto da confiança com guerra

Outra questão que influenciou os dados no início do ano, de acordo com Campelo Jr., foi a guerra entre Rússia e Ucrânia, já que houve muita incerteza, inicialmente, sobre o real impacto do conflito no leste europeu sobre a economia mundial, e como poderia atrapalhar a recuperação da atividade brasileira.

Especificamente sobre a confiança industrial, que subiu 2,4 pontos após oito meses seguidos de quedas, Campelo observa um movimento interessante no setor. “Tem o viés pró-exportação e o agronegócio, que dá ânimo ao setor (industrial), apesar da demanda interna fraca”, diz.

A construção, o terceiro setor coberto no Índice de Confiança Empresarial, também apresentou alta de confiança, ajudando na subida do ICE.

“O setor pode desacelerar um pouco, mas ele costuma ter ciclo longo. Ele tinha passado muitos anos depreciado, até voltar a crescer no segundo semestre de 2020”, afirma o economista. “Ele tende a continuar crescendo, mas com pressão de matérias-primas e mão de obra”.

Por outro lado, o comércio, último setor cujo levantamento integra o ICE, foi o único que teve queda de confiança. Campelo considera o comércio ainda com movimento fraco.

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