Comunicado do G-20 fala de escalada da tensão comercial

Em texto oficial, o grupo das 20 economias mais ricas do mundo diz que poderá tomar ações em relação à guerra comercial no futuro, se achar necessário

Estadão Conteúdo

(Shutterstock)

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Junto com a avaliação de que o crescimento global se mostra em um processo de estabilização, com a projeção de uma melhora moderada ao no fim deste ano e em 2020, o grupo das 20 economias mais ricas do mundo (G-20) avaliou que houve uma elevação da tensão comercial.

Apesar de praticamente reforçar o consenso que já existe nos mercados de todo o mundo, a sinalização dada na reunião é mais do que simbólica porque o que é descrito no communicado é um consenso de todos os seus membros e estava clara desde o início do encontro em Fukuoka, no Japão, a relutância dos americanos de concordar com essa linguagem.

“Esta recuperação é apoiada pela continuação das condições financeiras acomodatícias, medidas de estímulos que tiveram efeitos em alguns países e a dissipação de fatores pontuais. No entanto, o crescimento permanece baixo e os riscos se mantêm pendendo para baixo. Mais importante, tensões comerciais e geopolíticas se intensificaram”, trouxe o primeiro parágrafo do documento, que continua explicando que o grupo continuará a acompanhar esses riscos e estará preparado para tomar ações no futuro, se necessário. A informação de que o G-20 subiria o tom de urgência sobre o comércio no texto foi adiantada pelo Broadcast antes do início do encontro no Japão e confirmada momentos antes da divulgação do documento oficial.

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A primeira vez que o G-20 falou sobre as tensões comerciais foi na reunião de cúpula de Buenos Aires, no segundo semestre de 2018. No encontro financeiro realizado em março, também na Argentina, o assunto não foi abordado pelos participantes. O communiqué é sempre divulgado ao final da reunião de dois dias dos membros do grupo.

O comunicado japonês reafirma que os membros do grupo usarão todas as ferramentas disponíveis para fomentar um crescimento sustentável e forte e que intensificarão o diálogo e as ações para melhorar a confiança. “Política fiscal tem que ser flexível e alinhada ao crescimento, enquanto este estiver sendo reconstruído”, salientou o texto. O documento também fala sobre a necessidade de amortecedores e da necessidade de um caminho sustentável quando comenta sobre a relação entre dívida e Produto Interno Bruto (PIB).

Para os bancos centrais, continuou o recado de que precisam manter a inflação sob controle ou estável perto da meta. “As decisões dos bancos centrais precisam ser bem comunicadas”, reforçou. O G-20 financeiro destacou também que é preciso que países façam suas reformas estruturais para buscar um crescimento potencial. “Nós reenfatizamos que o comércio internacional e os investimentos são importantes motores do crescimento, produtividade, inovação, criação de empregos e desenvolvimento.”

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Como também adiantou o Broadcast, o grupo repetiu o trecho do documento de Buenos Aires, do ano passado, em que reafirma o compromisso com a taxa cambial, assim como feito em março de 2018. O G-20 financeiro ressaltou a redução dos equilíbrios da conte corrente global vista depois da crise financeira internacional, principalmente em mercados emergentes.

Já mais para o final do documento, o grupo enfatizou que um sistema financeiro aberto e resiliente, em linha com padrões internacionais é crucial para apoiar um crescimento sustentável. Em relação a criptoativos, o recado foi o de que continuará a ser um assunto monitorado pelos membros. “Continuaremos vigilantes aos riscos.”

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