Compra fundamentalista e gráfica, ação da B2W dispara 8%; Petrobras “ignora” queda do petróleo e sobe

Confira os principais destaques da bolsa desta segunda-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa conseguiu encerrar o pregão desta segunda-feira (29) em terreno positivo (+0,09%), aos 74.359 pontos, depois de cair 0,6%, a 73.845 pontos, na mínima do dia, mas ainda longe do otimismo visto na sexta-feira, quando subiu 1%. 

Destaque hoje para as ações da Petrobras, que conseguiram fechar em alta mesmo em dia de forte baixa para os preços do petróleo, com investidores cada vez mais preocupados com uma recente pesquisa da agência Reuters a qual aponta para uma queda no nível de conformidade do acordo de corte na produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), para 86%. Em Nova York, os contratos futuros do WTI caíram 2,11%, a US$ 50,58 o barril. Na Intercontinental Exchange (ICE), o barril do petróleo tipo Brent para dezembro recuou 1,18%, a US$ 56,12.

Fora do Ibovespa, chamou atenção as ações da B2W, que fecharam em alta de 8% com recomendação de compra tanto gráfica quanto fundamentalista; além dos papéis small caps da Metal Frio, que dispararam até 10,53%, de olho em OPA (Oferta Pública de Aquisição).  

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Confira abaixo os destaques da bolsa deste pregão:

Ambev (ABEV3, R$ 20,70, -1,62%)
As ações da companhia fecharam em queda. No noticiário, a companhia informou ter aderido ao Programa Especial de Regularização Tributária envolvendo contingências tributárias da companhia e suas subsidiárias, disse a empresa em comunicado ao mercado no site da CVM. As contingências relevantes já eram divulgadas no seu Formulário de Referência anual e nos seus informes financeiros. O valor global envolvido é de aproximadamente R$ 3,5 bilhões e cerca de R$ 1,0 bilhões será pago ainda em 2017. O restante será pago em 145 parcelas mensais a partir de janeiro de 2018. O impacto na demonstração de resultados será uma despesa de aproximadamente R$ 3,1 bilhões, sem efeitos relevantes sobre o Ebitda, declarou a companhia.

BRF (BRFS3, R$ 45,44, -0,50%)
Outra companhia a anunciar adesão ao Refis foi a BRF, com valor envolvido de R$ 455 milhões, sendo que 20% serão pagos em parcelas mensais até dezembro de 2017. O saldo remanescente será pago em 145 parcelas mensais, com as reduções previstas nas respectivas Medidas Provisórias.

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“Em função da renúncia da discussão judicial dos débitos mencionados acima, a Companhia desvinculou o processo ativo de recuperação do crédito prêmio de IPI da causa passiva, e reconheceu, portanto, um tributo a recuperar no montante aproximado de R$ 640 milhões. Considerando o efeito líquido entre os débitos aderidos ao PERT, incluindo as reduções pelo programa, as provisões já constituídas, os ativos de tributos reconhecidos dos processos ativos e outros itens não recorrentes, a Companhia espera um impacto positivo em seu resultado antes do imposto de renda e contribuição social de aproximadamente R$310 milhões, sendo R$ 220 milhões em Resultado Financeiro”, aponta a empresa em comunicado.

Cosan (CSAN3, R$ 36,73, +1,46%)
No noticiário, a Raízen, joint venture da Cosan e Shell, submeteu proposta vinculante para adquirir o negócio de refino, distribuição de combustíveis e lubrificantes na Argentina detido pela Shell Overseas Investments B.V. e a B. V. Dordtsche Petroleum Maatschappij, disse a Raízen Energia, em comunicado ao mercado. 

Caso a proposta vinculante seja considerada vencedora, a conclusão da operação ainda estará sujeita ao atendimento de certas condições precedentes usuais para esse tipo de operação. A Raízen disse que ainda não é possível dar maiores detalhes sobre a proposta.

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Petrobras (PETR3, R$ 15,90, +0,57%; PETR4, R$ 15,40, +0,65%)
Descoladas dos preços do petróleo, as ações da Petrobras fecharam em alta nesta sessão. No radar, a Petrobras anunciou pré-pagamento de dívidas e novos financiamentos no total de US$ 6,3 bilhões. Em operações de pré-pagamento de financiamentos são US$ 2,6 bilhões, com os bancos BNP Paribas (US$ 1, bi), Bank of China (US$ 1 bilhão) e HSBC (US$ 666 milhões). Originalmente, os vencimentos dos dois primeiros seriam 2019 e o do HSBC, 2018. Já com o Banco Mizuho ocorreu renegociação de financiamentos existentes de US$ 570 milhões, com nova data, em vez de 2018 e 2019, agora 2021 e 2022.

Com o Bank of America foram US$ 1,5 bilhão em pré-pagamento do financiamento que tinha como vencimento 2018 e 2019; e contratação de novos financiamentos de US$ 1,125 bilhão, com vencimento em 2022 e 2023.

A Petrobras informou ainda que liquidou uma operação de financiamento com o BNDES, vinculado ao empreendimento da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III, que está sendo vendida, no valor de R$ 1,4 bilhão, cujo vencimento seria em 2024. “A Petrobras continuará avaliando novas oportunidades de pré-pagamento e de novos financiamentos, de acordo com a sua estratégia de gerenciamento de passivos, que visa à melhora do perfil de amortização, levando em consideração as metas de desalavancagem previstas em seu Plano de Negócios e Gestão 2017-2021”, completa a nota.

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Nesta segunda, a companhia ainda anunciou o corte em 0,5% do preço da gasolina e de 1,3% do diesel, válido nas refinarias a partir da próxima terça (3). 

Vale (VALE3, R$ 31,90, +0,09%)
As ações da mineradora perderam força e fecharam praticamente no zero a zero, depois de subirem 1,76%, a R$ 32,43, na máxima do dia. Ajudou no ânimo desta manhã os dados do PMI de manufatura chinês, que surpreendeu ao avançar de 51,7 para 52,4 na passagem de agosto para setembro, enquanto as projeções apontam para 51,6, marcando o melhor resultado desde setembro de 2012. Os contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian caíram 0,45%, a 455 iuanes.

Acompanharam o desempenho positivo as ações das siderúrgicas, com destaque para CSN (CSNA3, R$ 9,88, +2,81%) e Usiminas (USIM5, R$ 7,89, +1,41%). A exceção foi a Gerdau (GGBR4, R$ 11,00, -0,36%), que encerrou em queda.

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Bancos

Em relatório, o Itaú BBA destacou que o menor custo de capital deve elevar o potencial de bancos. “Reduzir o custo assumido de capital no Brasil para 12,5% de 13,7% (considerando um beta de 1 vez) aumentou nossos preços justos em média em aproximadamente 16%”, segundo relatório assinado por Thiago Bovolenta Batista e Alexandre Spada. Após essa mudança, a diferença do custo de capital entre os bancos do Brasil e da América Latina cobertos pelo Itaú BBA “diminuiu significativamente, de modo que agora o custo de capital dos bancos brasileiros não é substancialmente diferente do pressuposto que o Itaú BBA está usando para os bancos colombianos”, afirmam os analistas.

Outros custos de capital assumidos pelo Itaú BBA são de cerca de 10% para bancos chilenos, de 11% para bancos mexicanos, de 12% para bancos peruanos e de 12,5% para bancos colombianos. O Banco do Brasil (BBAS3, R$ 34,95, +0,14%) é o nome preferido do Itaú BBA entre os bancos brasileiros, já que os analistas veem potencial de crescimento decente (de cerca de 30%) e crescimento material do lucro por ação (14% em 2018 e 19% em 2019). O Banco do Brasil possui preço justo no fim de 2018 de R$ 45,00 por ação (ante preço justo no fim de 2018 de R$ 37,6 por ação), o ABC Brasil possui preço justo no fim de 2018 de R$ 21,30 por ação (era preço justo no fim de 2017 de R$ 21,20 por ação). Já o Banrisul tem preço justo no fim de 2018 de R$ 21,8 por ação (preço justo no fim de 2017 era de R$ 17,80 por ação). No caso do Bradesco (BBDC3, R$ 33,82, +1,26%; BBDC4, R$ 35,40, +1,00%), o preço justo no fim de 2018 foi para R$ 43,4 por ação (era preço justo no fim de 2018 de R$ 37,40 por ação) e o Santander Brasil (SANB11, R$ 27,65, +0,04%) ainda preço justo no fim de 2018 R$ 32,6 por ação (era preço justo no fim de 2018 de R$ 29,3 por ação).

Eletrobras (ELET3, R$ 20,54, +3,95%; ELET6, R$ 23,67, +4,32%)
Segundo o Valor Econômico, a usina de Tucuruí (PA), com 8.370 megawatts de capacidade instalada, tornou-se peça-chave para definir os valores envolvidos na privatização da Eletrobras e quanto o Tesouro poderá arrecadar com a operação. A concessão da hidrelétrica expira em 2024, enquanto há discussões no governo sobre a possibilidade de prorrogar por 30 anos esse contrato.

J&F

José Carlos Grubisich Filho renunciou ao cargo de diretor presidente e diretor de relações com investidores da Eldorado Brasil Celulose, disse a empresa em comunicado ao mercado. A renúncia será efetivada em 28/novembro e foi realizada no contexto de “conclusão exitosa” do processo de venda da Eldorado. A empresa,  que pertencia ao grupo J&F, foi vendida no início de setembro ao grupo holandês Paper Excellence. 

Ainda sobre o grupo J&F, atenção para a notícia do jornal Folha de S. Paulo apontando que, desde que veio a público a delação premiada, os irmãos Joesley e Wesley Batista já se desfizeram de praticamente metade dos negócios para salvar seu império. As empresas vendidas até agora foram avaliadas em R$ 24,4 bilhões, enquanto o valor de mercado das companhias que ainda pertencem à família está em cerca de R$ 26,4 bilhões. Banqueiros ponderam, no entanto, que os investidores vêm subavaliando a JBS, carro-chefe do grupo, enquanto o comprador da fabricante de celulose Eldorado pode ter sido otimista demais –o negócio foi avaliado em R$ 15 bilhões.

As ações da JBS (JBSS3, R$ 8,67, +2,00%) fecharam em alta neste pregão.

Suzano (SUZB5, R$ 18,68, +2,02%)
Acionistas da Suzano Papel e Celulose aprovaram, em assembleia geral extraordinária realizada na sexta-feira a migração da companhia para o segmento especial de listagem denominado Novo Mercado, da B3. Também foi aprovada a conversão da totalidade das ações preferenciais de emissão da empresa em ações ordinárias, na proporção de uma ação preferencial, classes A ou B, para cada uma ação ordinária.

Acionistas aprovaram ainda a reforma do Estatuto Social da Suzano, com o objetivo de adaptá-lo às determinações do Regulamento do Novo Mercado, alterar a metodologia de apuração do dividendo obrigatório, bem como refletir as melhores práticas de governança corporativa.

A empresa informa em comunicado que, adicionalmente, foram realizadas, nesta sexta-feira, a Assembleia Especial de Preferencialistas Classe A e a Assembleia Especial de Preferencialistas Classe B, nas quais foi aprovada por unanimidade a proposta de conversão da totalidade das ações preferenciais de emissão da companhia em ações ordinárias, na proporção citada. Os acionistas controladores da companhia seguiram o voto da maioria dos demais acionistas presentes na Assembleia Especial PNA.

Segundo a empresa, a efetiva conversão das ações preferenciais em ordinárias, a consequente admissão ao segmento de listagem do Novo Mercado e a efetiva listagem e início da negociação das ações de emissão no segmento de listagem do Novo Mercado ocorrerão em data a ser oportunamente divulgada, após o período para exercício do direito de recesso, e do prazo de retratação da companhia, caso a administração entenda que o pagamento do preço do reembolso das ações aos acionistas dissidentes que exerceram o direito de retirada porá em risco a estabilidade financeira da companhia ou a confirmação do seu não exercício.

B2W (BTOW3, R$ 22,80, +7,85%)
As ações da companhia dispararam nesta sessão. No radar, o BTG Pactual divulgou um relatório nesta manhã apontando que um momento positivo para a ação, afirmando que a empresa está em uma nova fase. A recomendação do banco é de compra e o preço-alvo foi elevado de R$ 17 para R$ 29. Nesta manhã, os papéis BTOW3 chegaram a disparar 6,72% na máxima. O dia é também de forte volume financeiro, que atinge neste momento R$ 30,6 milhões, contra média diária de R$ 31,4 milhões dos últimos 21 pregões. 

“A B2W esteve sob escrutínio dos investidores nos últimos anos, após a forte queima de caixa, seguidos prejuízos e vários aumentos de capital. Mais recentemente, a mudança de alguns categorias do B2C para o mercado trouxe mais incerteza sobre o modelo de negócios da B2W, uma vez que a queima de caixa acelerou no primeiro trimestre e as margens permaneceram sob pressão. No entanto, no segundo trimestre, a empresa mostrou sinais mais encorajadores de que está no caminho para se tornar rentável de forma sustentável. O risco de execução ainda pode impedir o sucesso rápido da estratégia da B2W, mas vemos a empresa como uma das potenciais vencedoras para se beneficiar do crescimento secular do e-commerce no Brasil nos próximos anos”, apontam os analistas do banco. 

Além disso, vale menção que o analista Fernado Góes, da Clear Corretora, recomendou a compra das ações da B2W no programa “Visão Técnica”, da InfoMoneyTV, da última sexta-feira (veja aqui). Na ocasião, ele comentou que acredita que a ação pode buscar pelo menos os R$ 27,00 no curto prazo, o que representa um potencial de valorização de 20% frente ao patamar atual. 

Oi (OIBR4, R$ 3,53, -1,40%)
A  operadora de telefonia Oi recorreu mais uma vez à Justiça para evitar o depósito de dinheiro na conta da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para garantir o uso de uma radiofrequência móvel para prestação de serviços de telefonia móvel e fixa. A companhia destaca o risco iminente de cassação de sua outorga diante de sua impossibilidade de renovar garantias que chegariam a R$ 350 milhões.

De acordo com o recurso encaminhado à 7.ª Vara Empresarial do Rio, a tele está no limite para a renovação de carta de fiança e apólice de garantia que se encerram hoje e amanhã, respectivamente, nos valores de R$ 325,9 milhões e R$ 11,1 milhões. A companhia pediu à Anatel uma atualização do valor das garantias, mas não obteve um posicionamento. De acordo com a Oi, a Anatel tem de atestar o cumprimento de compromissos anteriores e recalcular os valores a serem depositados. Com isso, a empresa renovaria seu limite para contratação com as instituições financeiras BNP Paribas e Mapfre. A Anatel não comenta ações judiciais.

Ainda no noticiário do dia, a companhia informou que a Bratel tem agora 22,2% de participação indireta da empresa, enquanto o Credit Suisse foi contratado como formador de mercado para as ações.

Braskem (BRKM5, R$ 42,72, +0,68%)
Em assembleia realizada na última sexta-feira, os acionistas da Braskem aprovaram a compra de 63,66% capital da Cetrel. O ativo fazia parte da Odebrecht Ambiental.

Ainda sobre a Braskem, a BR Distribuidora fechou acordo para comprar gasolina A da petroquímica. O contrato para compra de gasolina tipo A produzida pela empresa nos estados do Rio Grande do Sul, São Paulo e Bahia por 60 dias será a partir de 1 de outubro ou até o recebimento integral dos volumes negociados, diz nota da Petrobras. O preço não será divulgado em função de cláusula de confidencialidade, sendo certo que a definição de preços contempla condições do mercado de derivados, diz a nota. A BR Distribuidora é subsidiária integral da Petrobras e a Braskem, por sua vez, é coligada da Petrobras.

Por fim, vale destacar a análise de Marco Saravalle, da XP Investimentos, que destacou a ação da Braskem como uma boa oportunidade de investimento no curto prazo durante o programa “30 minutos para se aposentar com ações”, exibido na última sexta-feira no InfoMoneyTV.  A indicação do papel, comentou, está baseada em 5 motivos: 1)  spreads petroquímicos devem continuar a trazer surpresas positivas; 2) os resultados operacionais devem permanecer sólidos; 3) possível distribuição adicional de dividendos; 4) valuation atrativo; 5) momento favorável. Confira clicando aqui o programa completo

Lojas Renner (LREN3, R$ 36,10, +0,11%)
A Lojas Renner teve a recomendação cortada pelo Safra para neutra, com preço-alvo de R$ 38,50.

Por outro lado, BTG Pactual reiterou recomendação de compra na ação, que segue como sua top pick, enquanto o Itaú BBA manteve a classificação de “market perform” (desempenho em linha com a média) e preço justo em R$ 34,50 após participarem na última sexta-feira do “Renner Day”. 

Os analistas do BTG Pactual comentaram que o evento teve foco na estrutura de logística e em como os investimentos e a estratégia dos últimos anos (projetos push-and-pull e reatividade) devem suportar o crescimento, também considerando novas tendências de consumo e o approach multi-canal. 

MetalFrio (FRIO3, R$ 41,00, +7,89%)
As ações da MetalFrio dispararam 10,53% na máxima do dia, a R$ 42,00, depois de o controlador da empresa comunicar ao conselho sua intenção de realizar oferta pública unificada de compra de ações para cancelamento de registro e saída do Novo Mercado da B3, segundo fato relevante. A OPA será destinada a 1,96 milhões de ações ordinárias da Metalfrio, representativas de 47,74% do capital da empresa. O preço máximo a ser ofertado será de R$ 41,40. Os acionistas serão convocados para assembleia geral sobre o tema.