Compra da Adtalem faz sentido estratégico e financeiro para a Yduqs, dizem analistas

Ações da companhia dispararam mais de 4% nesta segunda-feira refletindo o anúncio do negócio

Anderson Figo

Sala de aula (Shutterstock)

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SÃO PAULO — As ações da Yduqs (YDUQ3) dispararam mais de 4% nesta segunda-feira (21) com a notícia de que a empresa, antiga Estácio, comprou 100% do Adtalem Brasil Holding, décimo maior grupo de ensino privado do país.

Não apenas os investidores, mas também os analistas viram a operação com bons olhos. Isso porque a Adtalem tem, ao todo, 102 mil alunos matriculados, 20 campi e mais de 180 polos de EAD (ensino à distância). Ela é detentora das marcas Ibmec, Wyden, Damásio Educacional, SJT Med e Clio.

A analista Susana Salaru, do Itaú BBA, chama atenção para o fato de que a estrutura da Yduqs foi criada para permitir que a empresa tenha unidades de negócios independentes — ou seja, ensino superior sem ensino médio; graduação em ensino médio, conteúdo on-line, entre outras, com marcas distintas que operam em diferentes mercados, mas que fazem parte da mesma entidade.

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“Acreditamos que a aquisição da Adtalem poderia potencialmente gerar valor adicional para a Yduqs de pelo menos três perspectivas: i) expor a empresa a uma nova e menos cíclica geração de receita, devido ao posicionamento do mercado Adtalem; ii) aumentar a presença do YDUQS nos cursos de preparação (Damasio é dedicado a preparar os estudantes de direito para o exame de barra) e iii) desbloquear potenciais sinergias operacionais e ganhos de escala, entre outros”, afirmou.

Victor Tapia, analista do Bradesco BBI, diz ter uma visão positiva do negócio, “combinando o aumento da participação de mercado no ensino a distância e a maior exposição aos cursos de medicina (de 12 a 15 unidades, enquanto a base de alunos em potencial pode atingir cerca de 10.000 após a maturidade).”

“Enquanto o EV/Ebitda (valor patrimonial em relação à geração operacional de caixa) de 10 vezes está alinhado com o EV/Ebitda estimado para 2019 da Yduqs, as sinergias podem levar o múltiplo ao nível 7 vezes, o que consideramos muito atraente”, conclui o analista.

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A equipe de análise do Morgan Stanley destaca como positivo o fato de a operação aumentar a presença da Yduqs no Nordeste. O banco também gosta da estratégia multimarcas da empresa — as marcas da Adtalem serão mantidas.

“A estrutura de capital da Yduqs melhora à medida que passa de uma posição de caixa líquida (ex-IFRS16) para uma posição de dívida líquida. A transação está pendente de aprovação antitruste (CADE), prevista para o primeiro semestre de 2020”, diz o analista Javier Martinez.

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Anderson Figo

Editor de Minhas Finanças do InfoMoney, cobre temas como consumo, tecnologia, negócios e investimentos.