Como o atentado que derrubou as Torres Gêmeas em NY colapsou as Bolsas e mudou os mercados

Podcast conta os bastidores do 11/09 através das vozes do ex-diretor do BC Luiz Fernando Figueiredo e do operador de Bolsa Douglas Ramos

Anderson Figo

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SÃO PAULO — Quando dois aviões Boeing 767 atingiram as torres do World Trade Center em Nova York, em 11 de setembro de 2001, o mundo parou. As Bolsas de Wall Street estavam fechadas no momento do ataque e nem chegaram a abrir — foram mantidas assim por uma semana. No Brasil, a Bovespa (atual B3) viu seu principal índice, o Ibovespa, derreter. Os negócios foram interrompidos 1h15 depois da abertura do pregão e só voltaram no dia seguinte.

“Minha principal preocupação foi tranquilizar o mercado. Mandei ligarem para todos os dealers para avisar que não deixaríamos faltar liquidez”, disse Luiz Fernando Figueiredo, que na época era diretor de política monetária do Banco Central e hoje é CEO da Mauá Capital. “Depois conseguimos falar com a Bovespa para que não ficasse fechada, ela voltou a funcionar no dia seguinte, foi uma das poucas Bolsas do mundo que fizeram isso, mas isso foi muito importante.”

Nas mesas de operações, o semblante dos operadores era desolador — e a falta de informações claras sobre a dimensão dos atentados piorou a reação dos mercados. “Nós estávamos no terceiro subsolo da Bovespa, numa sala sem janela. O diretor de pregão quando viu que era algo grande imediatamente começou a se manifestar e mandou ligar todo o circuito de TV para podermos ver o que estava acontecendo. Eu vi colegas ligando para casa para pedir para buscarem os filhos na escola, poderia ser uma guerra mundial”, disse Douglas Ramos, que na época trabalhava na BGC Liquidez, uma das maiores corretoras do mercado.

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Os atentados às Torres Gêmeas são tema do episódio de estreia de Os Pregões que Fizeram História. É possível seguir e escutar o programa pelo Spotify, YouTube, Google Podcasts, Spreaker, Deezer, Apple Podcats (iTunes), Castbox e Podchaser. Em breve também estará disponível no Amazon Music. Se preferir, faça o download do episódio clicando aqui.

Quando as Bolsas de Wall Street reabriram em 17 de setembro de 2001, o Dow Jones caiu 7,1%, enquanto o Nasdaq Composite teve baixa de 6,8% e o S&P 500 perdeu 4,9%. Aqui no Brasil, no dia seguinte aos ataques, a antiga Bovespa reabriu e teve alta de 2,64%, com os papéis devolvendo as fortes perdas da sessão anterior, quando 46 ações do Ibovespa haviam atingido suas cotações mínimas nos últimos 12 meses.

Sobre o podcast

Os Pregões que Fizeram História é o novo podcast do InfoMoney e conta bastidores de dias emblemáticos para os mercados, seja por uma queda drástica ou por uma disparada, através da voz de quem estava lá — ou de quem entende muito do assunto. Ele vai ao ar toda semana, sempre às sextas-feiras.

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O Plano Collor e o congelamento da poupança em 1990, a mudança para câmbio flutuante e a maxidesvalorização do real em 1999, o investment grade do Brasil em 2008, a crise do subprime naquele mesmo ano que colapsou os mercados do mundo inteiro, o Joesley Day e a delação dos irmãos Batista em 2017. Esses e muitos outros momentos marcantes para a Bolsa brasileira estarão na série.

Anderson Figo

Editor de Minhas Finanças do InfoMoney, cobre temas como consumo, tecnologia, negócios e investimentos.