Como a vertical de medicina ajudou a Ânima Educação na pandemia: pode virar um negócio listado na Nasdaq?

CEO e CFO do grupo participaram de live do InfoMoney e falaram sobre maior número de alunos, aprovação da compra da Laureate pelo Cade e modelo híbrido

Anderson Figo

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SÃO PAULO — A pandemia de coronavírus causou “uma separação do joio e do trigo” no setor de educação no Brasil, na visão do CEO da Ânima (ANIM3), Marcelo Bueno. Segundo ele, quem já tinha se preparado com o modelo híbrido, que envolve parte das aulas presenciais e parte online, encontrou menos dificuldades em meio à disseminação da Covid-19, que obrigou todo mundo a ficar em casa e estudar pela internet.

A empresa conseguiu ampliar o número de alunos em 2020 para mais de 145.000 ao todo, com redução da evasão e avanço de 20,4% da receita líquida na comparação com 2019, para R$ 1,42 bilhão. O aumento do tíquete médio com a nova vertical de medicina (cursos mais caros e com duração maior) também beneficiou a Ânima, que segue vendo este segmento como altamente promissor para o grupo.

“Fiduciariamente nós temos que analisar todas as possibilidades que gerem valor aos nossos acionistas e aos nossos stakeholders. Se você fizer uma comparação da resultante da vertical de medicina da Ânima, a Inspirali, após a aprovação do Cade, é uma rede que talvez nunca mais possa ser feita. Teremos curso de medicina de qualidade nas principais cidades do Brasil. Se você comparar isso com um player que é listado na Nasdaq, nós temos obrigação fiduciária de analisar essa alternativa sim”, disse Bueno em live do InfoMoney na terça-feira (7).

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A entrevista faz parte do projeto Por Dentro dos Resultados, no qual CEOs e outros executivos importantes de empresas da Bolsa comentam os balanços do quarto trimestre de 2020 e o desempenho anual das companhias, e falam também sobre perspectivas. Para não perder as próximas lives, que acontecem até o início de abril, se inscreva no canal do InfoMoney no YouTube.

A aprovação do Cade a que o CEO se refere é a compra da Laureate em novembro do ano passado e que deve ser aprovada pelo órgão antitruste “entre abril e maio”, segundo Bueno. O CFO do grupo, André Tavares, citou que apesar de a vertical de medicina ter potencial para ser separada em um negócio independente no futuro, esse valor que ela representa ainda está dentro da Ânima.

“Esse valor já está aqui dentro, independente de você fazer uma listagem separada dos ativos de medicina ou não. Nós concluímos 2020 com 2.400 alunos de medicina. Com a entrada da Unisul e da Laureate, vamos para 11.000 alunos de medicina. A Ânima se torna, se não a empresa mais relevante por conta das geografias privilegiadas que a gente está nos cursos de medicina, sem dúvida um dos principais players de medicina do Brasil. E esse valor já está aqui dentro”, disse.

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Os executivos citaram que a pandemia de coronavírus minimizou um movimento que estava acontecendo de disputa de preços em praças importantes do país. “Isso é ruim, todo mundo perde. Com a Covid, o cenário mudou completamente. Não é o mesmo jogo. Tem escolas fechadas, tem escolas apanhando e não estão conseguindo oferecer educação de qualidade e tem escolas que estão conseguindo oferecer educação boa com uso da tecnologia, que é o nosso caso”, disse Bueno.

“Fizemos o primeiro vestibular de medicina do Brasil através do celular. Isso não se faz do dia para a noite. Agora o jogo é outro: é de quem estava preparado e quem não estava. É hora de separar o joio do trigo. Educação, por ser regulada, é um setor em que eu não acho que vai haver uma Apple de educação no mundo, para fazer a disrupção da educação, nós não vimos isso. Nós temos um modelo curricular por competência híbrido para mais de 145.000 alunos. Ninguém no mundo que eu conheça tem essa escala em uma plataforma híbrida e com qualidade”, completou.

Bueno e Tavares falaram ainda sobre compra de startups, sobre os dois follow ons que foram feitos para continuar o processo de fusões e aquisições, que é característico da companhia, sobre o impacto da diminuição dos investimentos do governo em programas como o Fies, além de dividendos, investimentos em tecnologia e porque houve prejuízo em 2020, o que deve mudar neste ano. Assista à live completa acima.

Anderson Figo

Editor de Minhas Finanças do InfoMoney, cobre temas como consumo, tecnologia, negócios e investimentos.