Como a crise grega pode definir a eleição na França e colocar em risco a União Europeia

Para o diretor da S&P Dow jones Indices, necessidade de ajuda à Grécia pode definir humor do eleitorado nos próximos meses

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – As eleições presidenciais na Europa e a dívida na Grécia estão começando a tomar o noticiário global e isso só deve aumentar nas próximas semanas. Mas o que poucos estão pensando é como os problemas gregos podem definir o resultado das urnas na região, em especial na França. E para o diretor sênior de estratégia de investimento da S&P Dow Jones Indices, Tim Edwards, isto pode ser bastante perigoso.

Em entrevista para a CNBC na última segunda-feira (6), Edwards disse que há “pontos críticos contínuos” nas negociações entre a zona do euro e o FMI (Fundo Monetário Internacional) sobre a sustentabilidade da dívida grega. Ele sugeriu que “o mais importante, se o FMI se retirar, será que as nações soberanas europeias deverão preencher a lacuna e dar mais dinheiro à Grécia?”, questionou.

E é exatamente este ponto que pode afetar o destino da União Europeia. Muitos dos países que estão envolvidos nas negociações podem não chegar a um acordo sobre como será o pacote de ajuda à Grécia, e em um momento onde movimentos separatistas ganham força, o rumo deste acordo pode influenciar o ânimo das população em eleição.

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“Isso pode acontecer em um ambiente onde há eleições nacionais em muitos países europeus”, acrescentou. O mais próximo no horizonte é a eleição presidencial francesa em abril, na qual a extrema direita, a candidata Marine Le Pen, que já mostrou a intenção de tirar o país da UE, está atualmente liderando as pesquisas.

Para enfatizar o significado das negociações sobre a dívida grega, Edwards disse que “(no) último ano, nós realmente mudamos para um ambiente de mercado onde as tendências macro (e) a política são fundamentais”. “As tendências políticas estão muito focadas na França no momento”, acrescentou. “O potencial para um resultado surpresa não é zero, e por isso acho que as pessoas vão se concentrar nisso”, completou o diretor.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.