Commodities em alta: 15 ações do Ibovespa sobem entre 3% e 7%; Embraer cai 4% com corte de recomendação

Confira os principais destaques da Bolsa no pregão desta terça-feira (22)

Paula Barra

(Divulgação)

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SÃO PAULO – A sessão desta terça-feira (22) foi de forte alta no Ibovespa, que fechou em sua quinta alta em seis pregões, encostando novamente nos 62 mil pontos. O índice foi puxado pelos papéis ligados à commodities, como Vale, siderúrgicas, Petrobras e companhias de papel e celulose, que registraram ganhos de até 7%.

A Suzano fechou em alta de 5,5%, mas durante esta manhã atingiu ganhos de 8,9%, após anunciar um reajuste de US$ 20 no preço da celulose para a Ásia. A Fibria também subiu forte após fazer o mesmo anúncio. Entre as siderúrgicas, a CSN e Usiminas também tiveram fortes altas, em meio a expectativas por reajustes.

Ainda entre os ganhos, a Vale voltou a disparar, seguindo o salto do minério de ferro, que só nesta terça-feira teve valorização de 6% na China.

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Confira os principais destaques do pregão desta terça-feira (22):

Vale (VALE3, R$ 27,77, +7,51%; VALE5, R$ 24,87, +6,15%)
Puxada pela dispara de 6,48% do minério de ferro spot (à vista), negociado no porto de Qingdao com 62% de pureza, que fechou a US$ 74,90, as ações da Vale dispararam nesta sessão, liderando os ganhos do Ibovespa. Com isso, a companhia já acumula ganhos de mais de 10% em apenas dois pregões e supera os 20% de alta em novembro.

Seguiram o movimento os papéis da Bradespar (BRAP4, R$ 15,24, +6,80%), além das siderúrgicas CSN (CSNA3, R$ 11,99, +4,62%), Gerdau (GGBR4, R$ 14,09, +4,22%) – que renovou sua máxima desde fevereiro de 2014 -, Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 5,39, +3,65%) e Usiminas (USIM5, R$ 4,21, +2,93%).

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No noticiário de CSN e Usiminas, a Inda, entidade que representa os distribuidores de aço, afirmou que as duas pretendem fazer novos reajustes de preços a partir do início de dezembro. “A Usiminas está comunicando sobre reajuste de 12% na bobina a quente, 10% em bobina a frio e 9% em galvanizados e chapas grossas a partir de 1º de dezembro”, disse o presidente do Inda, Carlos Loureiro. Segundo ele, a CSN estaria comunicando sobre intenção de reajustar os preços na primeira quinzena de dezembro.

Para a Vale, destaque para a informção de que a Exotix Partners recomendou compra de títulos da Samarco. “Vemos Samarco como uma história arriscada com a possibilidade de resultados extremos. Mas nossa avaliação é de que os cenários que podem render recuperações maiores do que os preços atuais são mais prováveis do que os possíveis cenários negativos”, segundo relatório assinado por Francisco Velasco.

“Acreditamos que as operações produtivas serão retomadas (vemos mais como uma questão de tempo) e as despesas de remediação não serão altas o suficiente para que a empresa se torne inviável. Vemos vários cenários em que a recuperação para os credores poderia ser superior aos preços atuais dos títulos”, afirmou a Exotix. “Em favor dos credores, também vemos um risco para reputação de Vale e BHP se elas jogarem duro com os credores da Samarco, o que poderia trazer benefícios de curto prazo, mas custos de longo prazo”.

Fibria (FIBR3, R$ 29,50, +4,24%) e Suzano (SUZB5, R$ 12,49, +5,49%)
As empresas de papel e celulose Fibria e Suzano anunciaram reajustes de US$ 20 nos preços da commodity para a Ásia, ambos passando o valor de US$ 530 para US$ 550. O preço é válido a partir de 1º de dezembro.

Para o BTG Pactual, no caso da Suzano, o objetivo é aproveitar “uma curta janela de oportunidade” devido ao atraso no início das operações na planta de Oki em meio à forte demanda em outubro e novembro. Ainda de acordo com o BTG, o momento é favorável para a celulose, apesar de parecer um movimento de curto prazo.

Bradesco (BBDC3, R$ 29,00, +1,86%; BBDC4, R$ 29,49, +0,68%)
O Santander elevou a recomendação de neutra para compra do Bradesco e introduzindo um novo preço-alvo de R$ 40,00, em substituição ao preço-alvo de R$ 20,00 para 2016. Os analistas destacam a combinação de níveis mais baixos de provisionamento, crescimento de margens financeiras acima dos pares do setor e também levando em conta os impactos líquidos do HSBC Brasil. 

O Santander também reforçou as ações do Banco do Brasil (BBAS3, R$ 29,06, +2,92%) como top pick do setor após a reestruturação, com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 37,00 para 2017. Ainda sobre o BB, segundo o jornal O Estado de S. Paulo, as mudanças nas vice-presidências do Banco do Brasil devem sair ainda neste ano.

Petrobras (PETR3, R$ 17,69, +2,49%; PETR4, R$ 15,93, +2,25%)
A Petrobras teve seu terceiro dia de alta consecutivo e já supera os 13% de ganhos no período, sendo que os papéis preferenciais subiram 10,26% apenas nos dois pregões desta semana. No noticiário, a companhia informou que a sua investigação independente visando à apuração da natureza, extensão e impacto das ações no contexto da Operação Lava-Jato inclui os investimentos na Comperj. Foram contratados os escritórios Trench, Rossi e Watanabe Advogados e Gibson, Dunn & Crutcher LLP para realizar a investigação independente em 2014.

Em outro esclarecimento, a Petrobras afirmou entender não ser aplicável, no caso da alienação da Liquigás, o direito de preferência tendo em vista que a companhia passou a integrar o Sistema Petrobras após uma operação de compra e venda de ações, e não por meio de uma incorporação, sem qualquer diluição de participação societária dos acionistas da Petrobras. O resultado contábil será apurado no fechamento da operação e ajustado em 60 dias, conforme estabelecido no contrato.

A companhia disse ainda que as 13 refinarias da Petrobras no Brasil operaram com 79% de sua capacidade em outubro, maior patamar desde junho, após a empresa cortar preços da gasolina e do diesel, de acordo com dados da ANP compilados pela Bloomberg. O processamento subiu 7,6% na comparação mensal, mas registrou baixa de 4,5% na base anual, para 1,86 milhão de barris por dia em outubro.

A Petrobras ainda pretende renegociar com os sindicatos, até o fim do ano, as regras da distribuição da Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Segundo o jornal Valor Econômico, o ponto mais polêmico do acordo coletivo vigente é a previsão de a empresa ser obrigada a distribuir PLR mesmo em caso de prejuízo, caso outras metas operacionais sejam cumpridas pelos funcionários. O Valor observa que a intenção do comando da estatal deve elevar a tensão com os petroleiros, que já estão insatisfeitos com o plano de desinvestimento e as negociações salariais.

Já a Bloomberg informa que as negociações da estatal para estabelecer uma parceria estratégica com a Total estão em estágio inicial. Em nota, a Petrobras diz que estão em discussão “diversas iniciativas, como acordos de cooperação tecnológica, desenvolvimento de estudos conjuntos em áreas no Brasil e no exterior e negociação de parcerias em determinados ativos, de interesse comum”. A informação foi divulgada em resposta a um questionamento da CVM sobre reportagem da Folha de S. Paulo “Petrobras negociar áreas no pré-sal com grupo francês Total”, publicada em 19 de novembro.

BB Seguridade (BBSE3, R$ 29,13, +0,76%)
Segundo o BTG Pactual, as recentes medidas anunciadas pelo Banco do Brasil, em tese, são negativas para o BB Seguridade, já que diminui a força de trabalho e número de agências em 10%, o que diminui o potencial de venda. Por outro lado, os analistas destacam que o CFO da companhia disse que as agências que estão sendo fechadas, representam apenas 2% das apólices, o que, se for verdade, reduz o impacto.

“O lado positivo é que o controlador BB está hoje muito melhor do que no começo do ano, e isso deveria ser bom pra BBSE. Vale lembrar que ano passado, a empresa sofreu de-rating, também por conta do momento ruim de BB. Apesar de gostar do valuation de BBSE, achamos que papel está sem momento”, disseram os analistas.

BM&FBovespa (BVMF3, R$ 16,49, +0,67%)
O caso da BM&FBovespa no CARF teve um novo pedido de vista nesta terça e foi adiado mais uma vez. A conselheira Cristiane Silva Costa pediu vista no processo contra a BM&FBovespa sobre ágio na incorporação de ações entre a Bovespa e a Bolsa de Mercadorias e Futuros em 2008. O relator Marcos Aurelio Valadão já apresentou voto contrário à companhia. As informações são da Bloomberg.

Embraer (EMBR3, R$ 16,35, -3,77%)
A companhia de aeronaves apareceu como uma das poucas quedas da sessão. Nesta manhã, o UBS rebaixou sua recomendação para as ações da empresa para venda. Ainda no noticiário, segundo o Valor Econômico, a Embraer vem implementado neste segundo semestre uma série de ajustes para adequar a produção à menor demanda mundial por aeronaves, especialmente na aviação executiva. Entre PDV (Programa de Demissão Voluntária) e afastamento sem remuneração (“lay off”), a companhia sinalizou cortes de 3,5 mil profissionais em dois anos, ou 21% da força de trabalho aqui no país.

Oi (OIBR4, R$ 2,30, +2,68%)
A Oi contratou a Laplace Finanças como assessor financeiro “para auxiliar a companhia no processo de recuperação judicial”, segundo comunicado da companhia. Em 10 de novembro, uma pessoa familiarizada com o assunto disse à Bloomberg News que a Oi havia escolhido a Laplace Finanças para substituir a PJT Partners como seu assessor financeiro. O objetivo é retomar negociações com detentores de títulos. Ter um novo assessor ajudará a agilizar as discussões com os detentores de títulos, disse Marco Schroeder, presidente da Oi, que não quis revelar o nome do assessor antes de o contrato ser assinado.

Ainda no noticiário da empresa, diante do impasse entre credores e acionistas no maior processo de recuperação judicial do País, o presidente da companhia, Marco Schroeder, defendeu a conversão imediata de parte da dívida de R$ 65 bilhões em participação acionária para os credores, em entrevista ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. A intenção é reduzir o endividamento da tele para cerca de R$ 20 bilhões e também o peso dos débitos em relação à geração de caixa, medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda).

Por fim, as denúncias da Associação Nacional de Proteção dos Acionistas Minoritários (ANA) levaram o Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF) a abrir um inquérito para investigar a Oi. Os minoritários dizem ter sido prejudicados por irregularidades na condução da companhia que levaram ao “brutal endividamento” de R$ 65 bilhões. Segundo informa o jornal Valor Econômico, entre as operações apontadas na denúncia estão a integralização do capital pela Pharol (ex-Portugal Telecom) na Oi, quando recursos dos sócios da Pharol foram transferidos para o patrimônio da própria sociedade. Advogados ouvidos pela publicação apontam que a abertura de inquérito pela PF é praxe quando se trata de um pedido do MPF. A Oi não quis comentar o assunto e a Pharol disse que é “totalmente favorável” às investigações.