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SÃO PAULO – Em semana de vencimento de opções sobre ações, o Ibovespa registrou alta de 3,45% no período entre 13 a 17 de fevereiro, terminando aos 66.203 pontos – seu maior patamar desde 27 de abril de 2011, quando o índice fechou a 66.264 pontos. O benchmark retomou a tendência de alta iniciada em janeiro, após a queda registrada na semana anterior, refletindo melhoras pontuais no cenário europeu – e agora acumula alta de 16,45% no ano.
As ações da GOL (GOLL4) foram o principal destaque de alta nesta semana dentre os papéis que compõem o Ibovespa, com valorização de 20,84%, cotadas a R$ 14,96 cada. Enquanto isso, na ponta negativa estiveram os ativos da Dasa (DASA3), que recuaram 5,33% no período, a principal queda dentro do índice, terminando esta sexta-feira (17) a R$ 15,62.
Petrobras e Vale
Entre os papéis mais líquidos, os ativos da Petrobras (PETR3, +0,44%, R$ 25,36; PETR4, +2,34%, R$ 24,05) encerraram o período em alta, uma pequena recuperação após a forte queda da semana passada. A nova presidente da estatal, Maria das Graças Foster, afirmou que a companhia deseja ser líder no mercado de etanol até 2017, recuperar eficiência de exploração e produção da Petrobras. Já a presidente Dilma Rousseff, afirmou desejar que Petrobras tem que estimular desenvolvimento de todos os setores.
Análise de Ações com Warren Buffett
Na teleconferência, a companhia disse que pretende instalar quatro TLDs (Testes de Longa Duração) no pré-sal da Bacia de Santos em 2012, estimando alta de 336 mil barris por dia na produção de petróleo em 2012, com 35 mil deles partindo do pré-sal. Além disso, a companhia propôs pagamento de R$ 12 bilhões em dividendos e esclareceu um erro no relatório sobre o resultado do quarto trimestre. Por fim, a companhia disse acreditar que o custo de refino deverá cair 5% em 2011.
As ações da Vale (VALE3, -3,16%, R$ 42,93; VALE5, -1,50%, R$ 41,99) fecharam a semana em queda, refletindo a divulgação de seus resultados trimestrais – quando a empresa mostrou lucro líquido de R$ 8,35 bilhões. A companhia afirmou que o câmbio e aumento de salários pressionaram os custos durante o trimestre, e queda no preço dos minérios, as suas receitas. Contudo, ela acredita em uma recuperação dos preços no segundo trimestre de 2012.
Ademais, a mineradora retomou as operações em minas subterrâneas no Canadá, fechou um acordo com a Randon (RAPT4) para a fabricação de 540 vagões para ferrovias, comunicou não concorrer em leilões de óleo e gás no Brasil e no exterior e disse que a restrição a seus navios na China não é uma questão política e sim técnica.
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Europa continua a ser o centro das atenções
A semana começou com otimismo, após a aprovação do pacote grego de medidas exigidas pela Troika – grupo formado pelo FMI (Fundo Monetário Internacional), BCE (Banco Central Europeu) e Comissão Europeia. O país é a principal preocupação do mercado, sobretudo após anunciar uma recessão de 5,3% na sua atividade econômica em 2011. Na última sessão da semana, a Grécia fechou um novo acordo para cortar mais € 325 milhões de seu orçamento.
A solução da crise no continente é principal preocupação do mercado, levando chineses e russos a avaliarem novas ajudas financeiras a Europa. Contudo, é válido lembrar que dados sobre a economia da Zona do Euro confortaram os investidores durante a semana. As exportações do continente para a China registraram forte avanço nos primeiros dez meses de 2011 e a divulgação do PIB (Produto Interno Bruto) da região também superou as expectativas – com uma recessão de apenas 0,3%. Já a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) revelou sinais de mudança positiva na tendência de crescimento de seus 33 países membros.
Todavia, o mercado mostrou alguns momentos de tensão, principalmente após a Moody’s cortar as notas de crédito de Itália, Espanha, Portugal, Malta, Eslováquia e Eslovênia, colocando França, Reino Unido e Áustria sob perspectiva negativa. A agência alterou as notas de crédito de 114 instituições financeiras de 16 países europeus, e fez a ação também para outros grandes bancos mundiais, O cancelamento da reunião do Eurogrupo prevista para a semana também pressionou os mercados, assim como a renúncia do presidente da Alemanha, Christian Wulff – que levou ao cancelamento da reunião entre a chanceler Angela Merkel e o primeiro-ministro italiano, Mario Monti.
Brasil: corte no orçamento é destaque da semana
No Brasil, poucas referências. Durante a semana o destaque ficou por conta do corte anunciado de R$ 55 bilhões no orçamento da União para 2012. Guido Mantega, ministro da Fazenda, afirmou que esse corte permitirá tranquilamente estabelcer o superávit primário de R$ 140 bilhões estimado e reiterou que o País tem “amplas condições” para crescer 4,5% este ano, mantendo ritmo de geração de empregos em torno de 2 milhões de vagas ao ano.
O investidor acompanhou ainda a Pesquisa Mensal do Comércio e um forte fluxo cambial positivo de US$ 7,622 bilhões na 2ª semana de fevereiro. Além disso, o IBC-Br (Índice Mensal de Atividade do Banco Central), apontou avanço de 2,72% em 2011. O País terminou janeiro com taxa de desemprego em 5,5%. Entre os indicadores de inflação da semana, destaque para o IGP-M (Índice Geral de Preços Mercado) e o IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de fevereiro, com uma desaceleração do aumento nos preços para 0,53%.
EUA e Ásia
Na principal economia mundial, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, apresentou ao Congresso uma proposta de orçamento para o ano de 2013. O objetivo é diminuir o déficit público no país até que a economia se estabilize. Outra referência por lá foi divulgação da ata da última reunião do Fomc (Federal Open Market Committee), que mostrou a possibilidade de um novo Quantative Easing.
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A agenda do país também foi movimentada. Por lá, o Retail Sales, o Business Inventories, a produção industrial norte-americana e o Leading Indicators estiveram abaixo das expectativas, enquanto a produção indústrial da região de Nova York, Housing Starts, o Initial Claims e o Philadelphia Fed Index superaram as expectativas do mercado.
Já na Ásia, o Japão registrou contração acima do esperado no PIB (Produto Interno Bruto) durante o 4º trimestre de 2011. Em reunião durante a semana, o Banco Central do país decidiu o estabelecimento de uma meta de inflação de 1% ao ano e a expansão de compra de ativos e empréstimos em 10 trilhões de ienes, atingindo assim 65 trilhões de ienes, destinado para aumentar a compra de títulos do governo japonês.
Dólar e Renda Fixa
O dólar comercial registrou queda de 0,73% nesta semana, terminando a R$ 1,714 na venda.
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No mercado de juros futuros da BM&F Bovespa, o contrato de juros de maior liquidez nesta semana, com vencimento em janeiro de 2013, registrou uma taxa de 9,18%, queda de 0,11 ponto percentual no período.
No mercado de títulos da dívida externa brasileira, o Global 40, bônus mais líquido, encerrou cotado 132,87% de seu valor de face, queda de 0,10% na semana.
Já o indicador de risco-País registrou queda de 1 ponto-base na semana, aos 197 pontos.
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Confira a agenda da próxima semana
Dentro da agenda econômica para a última semana de fevereiro, os investidores estarão atentos à divulgação do indicador do PIB de dezembro pela Serasa Experian e às notas do Banco Central, além da balança comercial do mês de fevereiro pela autoridade monetário. Além disso, a divulgação de indicadores de inflação também compõem a agenda da semana.
Já nos EUA, as atenções se voltarão para os dados do setor imobiliários e para os indicadores de confiança do consumidor no país.