Com variações climáticas nos EUA, commodities agrícolas passam por período de alta volatilidade

Clima melhor puxou para baixo as cotações do milho e da soja, mas demanda aquecida da China e das indústrias de etanol dos EUA evitou perdas maiores

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – A semana foi marcada por grande volatilidade nos preços internacionais dos grãos. De um lado, a melhora nas condições climáticas dos Estados Unidos puxou para baixo tanto as cotações do milho quanto da soja na Bolsa de Chicago. Dando sustentação, a demanda aquecida da China e das indústrias de etanol dos Estados Unidos evitou perdas mais acentuadas. O saldo foi uma valorização semanal de apenas 0,28% nos preços da soja para julho e uma modesta queda de 0,08% nas cotações do milho, também para julho.

A partir de agora, o mercado internacional de grãos passa a ficar extremamente sensível às variações climáticas, especialmente nos Estados Unidos. Por enquanto, o clima tem favorecido o avanço do plantio e o desenvolvimento das lavouras americanas.

O último dado do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgado no início desta semana, mostra que o plantio da safra de soja já foi concluído em 75% da área. O ritmo de trabalho está mais acelerado do que o observado no mesmo período do ano passado, quando o plantio havia atingido o percentual de 63%. O milho tem situação semelhante. Mais perto do término do plantio, 90% da área já foi cultivada, ante 87% de 2020.

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Com o plantio caminhando bem, o mercado passa a olhar agora para o desenvolvimento das lavouras em si. E, ao que tudo indica, a maior parte da região produtora dos Estados Unidos deve presenciar as próximas duas semanas de chuvas, o que é essencial para essa fase do desenvolvimento. No que se refere às temperaturas, o clima mais quente, neste momento, é o ideal para as lavouras, mas as baixas temperaturas já registradas nas áreas mais ao norte do cinturão agrícola americano podem atrasar o desenvolvimento das plantas.

Se o clima foi o fator de pressão para os preços nesta semana, a demanda aquecida evitou que os preços caíssem demais. Na última quarta-feira, a Agência de Informação de Energia (EIA) atualizou os dados semanais de produção de etanol nos Estados Unidos. O resultado foi um aumento de 38% na produção e uma redução de 18% na oferta em relação ao mesmo período do ano passado. Vale lembrar que os americanos produzem o biocombustível a partir do milho, ou seja, um crescimento na produção de etanol significa aumento da demanda do cereal.

Além disso, as vendas semanais de soja e milho dos Estados Unidos vieram acima das expetativas do mercado. Foram encomendadas 5,69 milhões de toneladas de milho, das quais 5,64 milhões pela China, e 248,30 mil toneladas de soja, tendo o México como destino principal.

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Dentro de todo esse cenário, o resultado do pregão desta sexta-feira reflete bem tudo o que aconteceu ao longo da semana. Os contratos de soja para agosto encerraram o pregão desta sexta-feira (28) a US$ 14,813 por bushel (US$ 32,66 por saca), com queda de 0,4%. Na semana, o vencimento acumulou ganhos de modestos, 0,8%. Já o milho para setembro recuou 2,1% para US$ 5,73 por bushel (US$ 13,54 por saca), acumulando na semana um valorização de 0,1%.

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