Com problemas em poços e desistências, OGX registra prejuízo de R$ 4,72 bilhões

Números excepcionalmente ruins são explicados pela desistência da exploração dos campos de Tubarão Tigre, Tubarão Gato e Tubarão Areia

Felipe Moreno

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SÃO PAULO – A OGX Petróleo (OGXP3) registrou perdas de R$ 4,72 bilhões no 2º trimestre de 2013, comunicou a empresa de Eike Batista nesta quarta-feira (14) – um crescimento de 1.084% de um ano para outro. Embora os números não fossem tão significativos para o mercado – que já esperava uma perda bilionária -, a perda veio cerca de quatro vezes acima do esperado pelo Itaú BBA, que era de apenas R$ 1,3 bilhão. 

Esses números excepcionalmente ruins são explicados pela desistência da exploração dos campos de Tubarão Tigre, Tubarão Gato e Tubarão Areia – que são parecidos com Tubarão Azul, onde a companhia já produz. Contudo, a OGX deve parar a produção por lá em 2014, sinalizando que não há tecnologia existente que faça com que esses poços sejam economicamente viáveis. 

Tubarão Azul não tem sido um campo produtivo para a OGX. No segundo trimestre, seus poços por lá tiveram problemas e as receitas alcançaram R$ 234 milhões – o suficiente para provocar um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) positivo em R$ 46 milhões, uma geração de caixa positiva.

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Futuro da companhia é complicado
Contudo, a posição de caixa da companhia continua despencando. Do final do primeiro trimestre para cá, o caixa caiu de US$ 1,14 bilhão para US$ 326 milhões. “Essa redução ocorreu principalmente devido ao desembolso de US$ 369 milhões à OSX Brasil (OSXB3)”, destaca a companhia. Isso se deu pela interrupção de construção de duas plataformas flutuantes e duas bombas que alimentariam os campos desistidos. 

“A OGX prosseguiu com seus esforços para o desenvolvimento da produção de óleo e gás natural frente a um ambiente de negócios e corporativo desafiador”, afirmou Luiz Carneiro, diretor presidente da companhia. A esperança da companhia fica com o campo de Tubarão Martelo, cujo primeiro poço entrará em produção no final de 2013. 

Mesmo assim, a companhia promete uma reformulação de suas atividades, depois da participação da 11ª rodada de licitações da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). “O foco da OGX está no redimensionamento de suas operações e no desenvolvimento de um novo plano de negócios que permitirá a companhia continuar buscando os seus objetivos de exploração e produção”, avisa o presidente.