Com o Ibovespa próximo do topo, stock picking é visto como melhor estratégia

Maioria dos leitores da InfoMoney vê possibilidade de ganhos garimpando papéis; foco em blue chips também é boa opção

Julia Ramos M. Leite

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SÃO PAULO – Apesar do fato de o Ibovespa estar se aproximando cada vez mais de sua máxima histórica sinalizar o bom momento do mercado acionário brasileiro, o cenário também tem outra implicação que traz mais dificuldades aos investidores. Afinal, quando a maioria das ações do principal benchmark da bolsa acumula alta no ano, ainda há oportunidades na renda variável?

Para a maior parte dos leitores da InfoMoney, a resposta é sim. Entretanto, não é mais possível comprar qualquer ação, escolhida aleatoriamente, para obter bons retornos, já que os preços já estão em alta. Assim, o melhor caminho, para 36,26% dos leitores que responderam à pergunta “Qual é a melhor estratégia com ações no momento, já que o Ibovespa está perto de sua máxima?”, é o stock picking.

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Para esses investidores, agora é preciso garimpar ações que não acompanharam a recuperação recente da bolsa. Dentro do próprio Ibovespa, é possível exemplificar algumas cotações que não têm seguido os ganhos de 4,83% do índice até o fechamento do dia 3 de novembro – caso dos papéis da JBS (JBSS3, -30,46%), B2W (BTOW3, -34,97%) e Petrobras (PETR3, -27,93%, PETR4, -24,38%).

As small caps que não fazem parte da carteira teórica do Ibovespa também tendem a ganhar espaço nesse cenário – já que, por serem menos acompanhadas por investidores e analistas, podem ainda não refletir a tendência positiva do mercado. O cenário macroeconômico brasileiro, bastante positivo, também traz boas perspectivas para algumas das menores empresas da bolsa, em especial àquelas ligadas a infraestrutura e consumo doméstico.

Cabe lembrar, contudo, que as ações estarem em baixa não necessariamente significa que elas subirão em breve – assim, stock picking é mais do que buscar apenas as ações baratas. É preciso considerar o cenário, os fundamentos e as perspectivas para as ações antes de comprá-las, para não acabar com um mico sem futuro em mãos.

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Porto seguro
Outra opção apontada pelos leitores da InfoMoney para o momento foi concentrar-se em blue chips – as maiores e favoritas da bolsa e dos investidores. Dos 2.402 leitores que responderam à enquete, 600 (24,94%) acreditam que o foco nas blue chips, apostando em uma forte alta até o final do ano, é a melhor estratégia para o atual cenário da bolsa.

Os papéis com maior peso no índice registram movimentos divergentes no ano. Enquanto a Petrobras vê suas ações entre as principais quedas do Ibovespa em 2010, os papéis da Vale (VALE3, +11,42%VALE5, +16,60%) registram valorização acima do benchmark, assim como os da OGX Petróleo (OGXP3, +33,63%) e os da BM&F Bovespa (BVMF3, +21,48%).

A combinação entre stock picking e empresas de peso – ou entre small caps e blue chips – também foi citada pelos investidores como uma opção. Entretanto, esses leitores foram minoria – apenas 14,49% dos 2.402 que responderam à enquete escolheram essa como a melhor estratégia, apostando em um movimento lateral do Ibovespa até o final do ano.

Saída?
Outros 584 leitores, ou 24,31% dos entrevistados, acreditam que a estratégia, na verdade, não é de buscar ações menos valorizadas ou apostar nos fundamentos das blue chips. Para eles, o caminho é reduzir a exposição à bolsa, realizando os lucros antes que um movimento de correção se inicie.

Nesse sentido, é válido observar a opinião de especialistas. Apesar de não trazer uma visão especialmente pessimista para a bolsa, Lika Takahashi, estrategista-chefe da Fator Corretora, traça um cenário de maior cautela para os mercados em novembro e além.

“O que tem impulsionado a demanda dos ativos não são as expectativas de retornos espetaculares, mas sim o Fed, que com o QE tem induzido investidores a tomar risco a despeito dos valuations elevados”, escreve Lika em relatório mensal da corretora. “Essa procura por yield parece déjà vu 2007-2008. O rali pode durar por um período indeterminado de tempo, mas não é sustentável. Só será se investidores desejarem aceitar retornos baixos por um período indefinido de tempo”, completa a estrategista.

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Vale dizer que, apesar das incertezas e de identificar “algo de errado” nos mercados, Lika não aposta em uma saída da bolsa, e sim em empresas com resultados consistentes.

Confira abaixo o resultado da enquete realizada pela InfoMoney:

   Qual é a melhor estratégia com ações no momento, já que o Ibovespa está perto de sua máxima?
Garimpar as ações que não acompanharam a recuperação recente da bolsa
36,26%
871 votos
Concentrar blue chips na carteira, apostando em forte alta até o final do ano 24,94% 600 votos
Reduzir exposição na bolsa, na aposta de que as ações já subiram bastante 24,31% 584 votos
Diversificar entre blue chips e small caps, na aposta de que a bolsa ficará de lado 14,49% 348 votos

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