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SÃO PAULO – A mineradora Vale (VALE3) realizou na última quinta-feira (9) seu encontro anual com investidores. Entre os principais pontos apresentados estão as estratégias de descarbonização e a meta de redução das emissões até 2035 pela companhia.
Na avaliação de analistas do mercado financeiro, a mensagem do encontro virtual foi positiva, de forma geral. Mas, do lado negativo, houve uma revisão para baixo da meta de capacidade de minério de ferro para o final de 2022, de 400 milhões de toneladas para 370 milhões de toneladas, principalmente devido a atrasos no licenciamento.
Na avaliação do Morgan Stanley, a Vale está bem posicionada para se beneficiar da tendência de redução de emissões de carbono por parte dos produtores de metal, uma vez que oferece minério de ferro de alta qualidade e definiu metas “agressivas” de corte de emissões.
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A Vale prevê reduzir as emissões líquidas do “escopo 3” em 15% em relação aos níveis de 2018, o que apoiará os esforços do setor em se descarbonizar.
Em relatório, o Morgan Stanley escreve que continua com recomendação overweight (acima da média do mercado) para as ações da Vale, devido ao forte impulso do minério de ferro e ao valuation mais barato em relação aos pares e à média histórica. O banco estima um preço-alvo de US$ 26 para os papéis da mineradora negociados na bolsa de Nova York.
Na avaliação do banco, a continuação dos altos preços do minério de ferro durante o segundo semestre de 2021 provavelmente resultará no pagamento de dividendos extraordinários adicionais.
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“Projetamos que a Vale apresentará sólidos fluxos de caixa livre nos próximos anos, apesar das previsões de preços mais baixos do minério de ferro e dos pagamentos futuros referentes ao acidente de Brumadinho, o que deve permitir que a empresa devolva o caixa excedente aos acionistas por meio de dividendos e/ou recompras”, escreve.
Novo produto menos poluente
De olho na tendência ESG, de melhores práticas sociais, ambientais e de governança, a Vale anunciou um novo produto capaz de reduzir em até 10% as emissões de gases do efeito estufa na produção de aço.
O produto, que é o briquete verde, começou a ser desenvolvido em 2004 e permite que a mineradora reduza a dependência da sinterização, processo que utiliza intensivamente combustíveis fósseis. Ele será usado para que a companhia consiga atingir sua meta de redução das emissões de carbono.
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De acordo com a Vale, a produção inicial deverá ser em 2023, com capacidade inicialmente de 7 milhões de toneladas do produto por ano. A expectativa é de que essa capacidade seja ampliada, para mais de 50 milhões de toneladas por ano, o que reduziria as emissões em cerca de 6 milhões de toneladas de carbono equivalente por ano.
Segundo a casa de análise Levante, a iniciativa é positiva, dado que a Vale investe em novas tecnologias e soluções para reduzir as emissões de carbono de sua cadeia, diminuindo riscos ESG ligados à empresa. “Porém, não esperamos impactos relevantes no curto prazo, visto que esse projeto não possui um investimento considerável e só deve gerar resultados no longo prazo.”
Em relatório, o Itaú BBA também chama atenção para o novo produto. “Vemos a iniciativa como fundamental, pois visa garantir a sustentabilidade de suas operações no longo prazo, mas notamos que os investidores podem não pagar por isso antecipadamente”, escreve.
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O banco tem recomendação outperform (performance acima da média do mercado) e preço-alvo de US$ 25 para os papéis da mineradora negociados na bolsa americana.
Dividendos
A Vale vai distribuir dividendos semestrais em breve e, segundo analistas, dividendos extraordinários podem ser anunciados além do mínimo de US$ 5,3 bilhões estimados para setembro.
Na visão do Bradesco BBI, os dividendos podem ser acelerados no segundo semestre deste ano em meio à reforma tributária no Brasil, que deve aumentar os impostos sobre os dividendos. O banco projeta um pagamento total de US$ 8,3 bilhões em dividendos no segundo semestre, sendo US$ 3 bilhões em proventos extraordinários.
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“A empresa reiterou sua nova meta de expansão da dívida líquida de US$ 15 bilhões, o que, em nossa opinião, fornece uma almofada para a manutenção de pagamentos de dividendos robustos no futuro”, escrevem os analistas.
O banco tem recomendação outperform para os papéis da Vale negociados na bolsa americana e preço-alvo de US$ 26. Segundo os analistas, os fundamentos do mercado de minério de ferro ainda favoráveis em 2022, com preços sustentados acima de US$ 100 justificam a posição.
A recomendação também é baseada na normalização gradual das tendências operacionais, com maiores volumes e menores custos, em uma expectativa de forte geração de fluxo de caixa livre e no potencial de distribuição de dividendos.
A Levante também vê a redução da estimativa de desembolso de caixa em 2021 se traduzindo em um montante maior de proventos distribuídos aos acionistas no segundo semestre, “podendo elevar o já alto dividend yield da companhia”.
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