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O cenário de juros ainda altos e renda mais apertada do consumidor foi sentido pelo Assaí em 2023. Mas não impediu que a companhia encerrasse o último trimestre com evolução em seus indicadores financeiros e operacionais. As vendas cresceram 15,6% no trimestre em relação a igual período do ano passado, sendo que no conceito mesmas lojas a evolução foi de 2,9% para R$ 20,2 bilhões. Em termos de volume de venda, houve avanço de 1,2%, permitindo um avanço no market share da companhia de 1,4%.
Esse cenário de crescimento forte de vendas, explica Daniela Sabbag, CFO do Assaí, permitiu um crescimento de 0,8 ponto da margem Ebitda da empresa, para 6,1%, também a maior do ano. “Houve aumento de vendas e controle de despesas e, com isso, a companhia fechou o ano acelerando”, diz. “É um resultado que nos deixa muito satisfeitos, especialmente considerando que foi um período de deflação dos alimentos”, observa a executiva.
O lucro líquido trimestral, no entanto, ainda mostrou recuo – de 26,8% ante igual período de 2022, para R$ 343 milhões, em grande medida devido ao efeito financeiro que a taxa de juros provocou sobre a companhia, segundo Daniela. A margem líquida, no entanto, ficou em 1,9%, a melhor rentabilidade do ano. “A velocidade da queda dos juros foi menor do que esperávamos. Mas, ainda assim, notamos que a variação negativa do lucro trimestre após trimestre está se reduzindo, o que mostra uma curva de recuperação”, afirma.
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Para Daniela, os sinais são de que essa evolução positiva percebida pela companhia deve prosseguir. De um lado, o cenário macroeconômico traz boas notícias, como perspectiva de queda de juros, de inflação sob controle e poder de compra do consumidor fortalecido. Além disso, a empresa vem colhendo os frutos da redução da alavancagem e da conversão das lojas da rede Extra, adquirida em 2021, que foi praticamente concluída. Das 66 lojas, 64 já operam sob o padrão Assaí. Em média, essas unidades faturaram R$ 28 milhões ao mês, o que significa o cumprimento da meta de triplicar o faturamento das lojas convertidas até o fim de 2023.
Em termos de alavancagem, a evolução foi melhor do que o esperado, diz Daniela. O indicador de dívida líquida/Ebitda recuou para 3,8 vezes, de 4,4 vezes, graças à maior geração de caixa da companhia. Esse é um outro aspecto que, na visão da executiva, deve seguir uma trajetória positiva nos próximos meses. Isso porque o Assaí concluiu o pagamento da última parcela relativa à compra do Extra em janeiro deste ano