Com crédito mais caro por causa da crise, IOF se torna desnecessário, diz Iedi

De acordo com instituto de estudo industrial, redução do imposto diminuiria o custo do crédito, estimulando o consumo

Flavia Furlan

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SÃO PAULO – Por falta de recursos externos e da grande cautela dos bancos nacionais, a crise financeira causou expressivo aumento do custo dos financiamentos às famílias. Uma medida que poderia baratear este crédito é a redução do iof (imposto sobre as Operações Financeiras), de acordo com o Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial).

No início deste ano, o governo aumentou a alíquota do imposto, com a finalidade de compensar o fim da CPMF (Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira), reforçando a arrecadação fiscal e contendo o avanço do crédito. “Algo que se torna totalmente desnecessário”, afirmou o Iedi.

“Em nossa avaliação, essa medida [redução da alíquota do imposto] colaboraria principalmente para uma maior regularização dos volumes e custos dos financiamentos para as pessoas físicas, beneficiando o consumo”. O crédito se tornou mais difícil e mais caro desde o aprofundamento da crise internacional, a partir de 15 de setembro.

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Outras medidas

O instituto ainda propõe, como forma de conter a alta do custo do crédito, que os bancos emprestem parte dos recursos que recolhem compulsoriamente ao Banco Central, e que nada rendem. Assim, os saques dos recursos do compulsório não remunerados teriam como condição os financiamentos concedidos em igual valor.

“O alto rendimento dessa operação casada seria um estímulo para os bancos reduzirem a presente aversão ao risco do crédito”, disse o Iedi.

No caso das empresas, o que o instituto sugere é que o financiamento para o capital de giro das empresas seja concedido pelo próprio governo.

Decisões reversíveis

De acordo com o Iedi, estas medidas são reversíveis, o que significa que podem ser suspensas assim que o problema de escassez de crédito da economia for sanado.

“Cada uma delas tem, no entanto, um cunho fiscal ou, pelo menos, causam uma parcial interrupção do fluxo de recolhimentos de tributos por parte do governo. Mas, cabe advertir que o ônus tributário será mais do que compensado diante da inevitável redução de tributos causada por uma recessão da economia”, finalizou o instituto.