Colunista InfoMoney: Tarefa difícil para o Copom na reunião da próxima semana

Elevação iminente, e prevista, do juro básico deve ser dosada para não surtir efeitos adversos no mercado de câmbio

Reginaldo Siaca

O início da temporada do mercado global de 2010 começou de certa forma otimista. Depois, uma preocupação apareceu, porém agora já começamos a respirar novamente, no compasso de espera em relação ao PIGS – principalmente quanto à Grécia e à retomada do crescimento da Europa. Aliado a isso, soma-se a recuperação dos EUA, a qual só será total no longo prazo, segundo alguns especialistas.

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As commodities, por sua vez, mostram retomada surpreendente, mais uma vez apoiada no crescimento global para 2010. A Europa está prestes a criar um fundo semelhante ao FMI (Fundo Monetário Internacional) para socorrer o sistema financeiro europeu. Já a China se encontra bem fortalecida em seus segmentos, apesar de alguns especialistas estarem com certo receio. De qualquer forma, já é a terceira maior economia do mundo.

“Equipe econômica
está na parede”

No Brasil, a situação esta aparentemente calma. Algumas agências de classificação de risco já sinalizaram que, dependendo da performance de 2010, poderemos ter nova avaliação positiva em 2011.

A maior preocupação é o déficit em conta corrente, pois tal elevação será acima do esperado. A partir da segunda semana de março, a situação se torna bem delicada, pois o mercado já espera o aumento da taxa de juro.

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O aperto seria para o segundo semestre e, inevitavelmente, será agora realizado no primeiro. A despeito da certeza, não sabemos como será a dosagem a ser utilizada pelo Banco Central.

Alguns esperam ajuste moderados; outros um ajuste maior, dado que estamos no ano eletivo e seria uma jogada política exercer um impacto maior agora e, mais perto das eleições, ocorreriam alguns ajustes.

A equipe econômica agindo desta forma encontrará maior dificuldade na valorização do real, que será mais acelerada, assim como já ocorrido no início de março. Estávamos com uma taxa de câmbio em US$/R$1,87 – na última segunda-feira (8), a taxa estava próxima a US$/R$ 1,78.

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O retorno de investidores na bolsa, além da iminente elevação da taxa básica de juros, e mais alguns IPO para o mês de março devem confirmar ainda mais essa tendência de apreciação do real.

A desvalorização do dólar já está ocorrendo e, agora com aumento da Selic, com certeza o volume de ingresso aumentará. Desta forma, cabe ao governo a missão impossível de como ajustar o nível ideal do dólar, pois para os exportadores a situação ficara mais difícil.

Como resultado, a equipe econômica esta na parede, pois agradar e acertar a dosagem esta muito difícil.

Reginaldo Siaca é supervisor de mesa de operações da corretora Advanced e escreve mensalmente na InfoMoney.
reginaldo.siaca@infomoney.com.br