Colunista InfoMoney: Risco-retorno do mercado de trabalho

Em qualquer momento, pode-se ponderar perigos e recompensas: na escolha de um emprego ou na decisão de abrir uma empresa

João Alberto Brando

Nos investimentos financeiros, vale a correlação positiva entre risco e retorno. Ou seja, quanto maior o risco do investimento, maior é o retorno esperado e vice-versa. Ações são investimentos mais arriscados e por isso tendem a ter maior retorno esperado; já a poupança é quase livre de risco, e por isso rende relativamente menos.

Publicidade

A lógica é simples: se algo tem um retorno financeiro muito incerto – maior risco – eu, como investidor, vou exigir e esperar receber um prêmio pelo perigo de aplicar minhas economias neste ativo.

O que poucos sabem é que este conceito pode ser aplicado para muitas outras situações em nosso cotidiano, embora muitos já o apliquem de forma inconsciente. O exemplo mais típico é o caso do mercado de trabalho.

“Ánálise de risco-
retorno sempre
pode ser aplicada
em qualquer área”

Ao escolhermos onde mandar currículos, escolher entre duas oportunidades que aparecem,  ou termos que decidir sobre mudar de emprego ou não, a análise de risco-retorno sempre pode ser aplicada.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Quando a dúvida é abrir uma empresa pequena ou trabalhar em uma empresa grande, pode-se ponderar: na empresa grande, é mais garantido eu manter minha empregabilidade, mas posso levar mais tempo para evoluir na carreira e terei mais concorrentes para isso.

Porém, possui retorno menor em relação ao de uma empresa pequena, na qual coloco minha carreira em risco por conta dos riscos inerentes à operação de um negócio pequeno. Por outro lado, se a companhia obtiver sucesso no mercado, ela crescerá de forma rápida, assim como minha carreira – e carteira.

Outros casos são os dos empregos oferecidos no exterior, em países subdesenvolvidos ou em regiões menos desenvolvidas do Brasil. Não é à toa que vagas nestes lugares sempre pagam mais que uma equivalente nos grandes centros.

Continua depois da publicidade

Para uma pessoa sair do conforto do grande centro, onde existem outras oportunidades, e viajar para um lugar desconhecido, com risco não só de natureza profissional, mas também sociais, como a violência e presença de doenças endêmicas, esta pessoa certamente exigirá um salário mais alto.

Para os que prestam concursos públicos, isto também é verdade. Investir em concurso público é investir na poupança do mercado de trabalho. O sujeito que quer virar funcionário público não possui muita ambição profissional, pois os cargos públicos, ao contrário dos privados, possuem um teto salarial.

Ou seja, tem-se a garantia de estabilidade no emprego – menos risco-, porém com um limite de retorno. No mercado profissional das empresas privadas, este teto salarial não é inexistente, tampouco a estabilidade de emprego.

Continua depois da publicidade

João Alberto Peres Brando é economista e escreve mensalmente na InfoMoney.
joao.brando@infomoney.com.br