Colunista InfoMoney: Novos Padrões de Preços das Commodities Metálicas

Padrão nas cotações das commodities agrícolas, metálicas e energéticas indica certa tendência de alta nos preços para o longo prazo
A interrupção na alta dos preços das commodities, especialmente, das metálicas, nas últimas semanas lançou dúvida sobre a capacidade das forças de recuperação das cotações. Apoiando-se nas notícias da Europa, observou-se certa aversão dos mercados em relação às posições nos contratos de commodities, com isso surgiu à dúvida: a redução nos preços é passageira?

A composição das cotações na pós-crise mundial foi determinada por dois vetores com posições inversas e de intensidades diferentes: o primeiro vetor, apoiado no lado negativo, veio da fragilidade da economia dos EUA, Japão e Europa, que fez a redução do crédito contrair o consumo e, por conseqüência, a produção industrial. O segundo vetor, positivo, é de origem asiática, emergente e alimentada pelo mercado interno.

“Redução nos preços é passageira?”

Mesmo com o crescimento econômico dos países emergentes, a retomada dos preços no confronto entre os dois vetores, indica que o peso dos países centrais é determinante para a recuperação aos níveis dos meses da pré-crise. Vale ressaltar, extraordinariamente, que os países emergentes, principalmente, os BRICs foram muito importantes para não deixar que ocorressem maiores quedas das matérias-primas.

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Entretanto, os preços das commodities dependem em certo grau do crescimento dos países centrais, pois, ainda são os principais consumidores de bens finais produzidos pelos diferentes mercados. Neste sentido, os padrões dos preços das matérias-primas, considerando a não ocorrência de uma nova crise, apresentarão pressões altistas em consonância ao ritmo de crescimento das economias desenvolvidas. Em referência as taxas de crescimento do PIB nas economias indicadas na figura, o padrão nas cotações das commodities agrícolas, metálicas e energéticas indica certa tendência de alta nos preços para o longo prazo. A premissa para esta alta está fundamentada na projeção de expansão dos PIB dos EUA em 3,0%, União Européia em 2,5%, Japão em 2,0% e BRICs crescimento médio de 7,5% no biênio 2010/11. Ou seja, enquanto os países centrais não apresentarem números consistentes da economia real dificilmente os preços alcançaram os mesmos patamares observados entre julho de 2005 a julho de 2008.

Os ajustes fiscais promovidos nos países europeus com elevados déficits em curto prazo repercutiram negativamente em todos os setores econômicos, entretanto, quando se observa o longo prazo à prática de uma política fiscal austera pode ser benéfica para toda a sociedade. Apontando para o curto-prazo, a Europa traz preocupações para os mercados de commodities, mas notícias positivas dos fundamentos econômicos de outras regiões deverão reajustar os preços.

O mês de junho será um dos mais importantes da pós-crise, pois serão conhecidos os números dos PIBs do primeiro trimestre de 2010 da maioria das economias. De acordo com os números divulgados, espera-se que os mercados financeiros diminuam suas tensões e que as cotações das matérias-primas sejam alinhadas ao ritmo do crescimento econômico mundial.

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Ricardo Jacomassi é economista, professor e estrategista de investimentos e escreve mensalmente na InfoMoney, às quintas-feiras. E-mail:  ricardo.jacomassi@infomoney.com.br