Colunista InfoMoney: Mercado insensato ou insano?

Sabemos agora que a nova crise se transferiu para a Europa; situação é grave e, mais uma vez, pede um momento de cautela

Reginaldo Siaca

Mais uma vez, o filme é o mesmo! Porém com atores e coadjuvantes diferentes.

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Bem, o mês de maio iniciou de certa forma em suspense, porém calmo. Bastou decorrer a primeira semana e o pânico voltou ao mercado, pois o trauma de 2009 é muito recente e os danos não foram reparados.

Na última quinta-feira (6), ocorreu um fato relevante apenas na bolsa dos EUA: uma ordem de venda de US$16 bilhões do índice. Não se sabe o que ocorreu – erro de sistema ou erro humano -, mas a ordem de US$ 16 bilhões foi dada, a qual está sendo investigada.

“Situação é grave,
pede cautela”

Tal ordem arrastou as bolsas do mundo inteiro, principalmente nos EUA. Os índices S&P, Dow Jones e Nasdaq caíram por alguns instantes quase 10%. Por aqui, baixa de quase 7%.

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O dólar chegou a subir 5% diante do real, onde sua taxa máxima chegou a R$ 1,895. E, no final do encerramento do mercado, acabou se ajustando, porém ainda no vermelho. A tendência de queda continua, pois o medo voltou.

Sabemos agora que a nova crise se transferiu para a Europa. A proporção não está pré-estabelecida, pois o fator Grécia já arrastou Espanha, Portugal e agora Itália, podendo chegar até o Reino Unido.

E o dólar voltou a ser valorizado diante das outras moedas, inclusive o real. Só para ter uma idéia, a paridade do euro de 1,51 em relação ao dólar está em torno de 1,26. Conseqüentemente, o preço de commodities recuou, e as bolsas começaram o ajuste para baixo.

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Só o barril do petróleo veio de US$ 88.00 para US$ 75.00. É um absurdo a volatilidade de todos os segmentos financeiros, pois quem esta pagando a conta são os mesmos. A velocidade dos fatos é “real time” e as variáveis mudam a cada momento.

Saiu na última semana a ata do Copom, dimensionando o novo momento de mercado. O comitê declarou que a Selic não terá o aumento agressivo para próxima reunião. Assim como o Brasil, a economia mundial começa a rever o crescimento para 2010. Pois a situação é grave e, mais uma vez, pede-se um momento de cautela.

Reginaldo Siaca é gerente de Câmbio da corretora Advanced e escreve mensalmente na InfoMoney.
reginaldo.siaca@infomoney.com.br