Colunista Infomoney: Índice Bovespa, um vencedor

Resultado final destes 42 anos completos do Índice Bovespa mostra saldo positivo acima de 1000%; no longo prazo, tendência é de alta

Decio Pecequilo

Embora nossa bolsa tenha já completado 119 anos e, desde 8 de maio de 2008, o Ibovespa só foi implantado em 2 de janeiro de 1968, tendo como espelho o índice Dow Jones da Bolsa de Valores de Nova York. Mas, nestes 42 anos completos, o índice Bovespa mostrou-se rico em fatos dignos de nota.

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Primeiramente, nesse espaço de tempo o índice Bovespa alternou entre altas e baixas, totalizando 26 anos de altas e 16 anos de baixas – não consecutivos. Em ambos os casos, tivemos algumas séries que nos dão uma idéia concreta do que é investir no mercado de ações no longo prazo.

E, o mais importante, os números que veremos a seguir, incluem toda sorte de eventos possíveis e imagináveis que a política e a economia de um país possam experimentar através de sua história, tanto para o bem como para o mau.

Séries de altas

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Já as altas não seqüenciais foram em 1977, com ganhos de 8,42%; em 1981, com ganhos de 7,43%; em 1991, com ganhos de 288,63%; em 1999 com ganhos de 70,15%; e finalmente 2009, com ganhos de 82,66%. A somatória destes 5 anos perfazem  um ganho de 457,29%.  Então podemos concluir facilmente que os 26 anos de altas totalizam um ganho do Índice Bovespa de 1.768,01%, o que nos dá uma média aritmética de 68,0% por cada ano de alta.

“Brasil atravessa
seu melhor momento
das últimas três
décadas”

Séries de Baixas

Já as baixas não seqüenciais foram em 1972, com perdas de 49,60%; em 1976, com perdas de 8,87%; em 1982, com perdas de 17,10%; em 1990, com perdas de 72,73%; em 1992, com perdas de 3,66%; em 1995, com perdas de 13,91%; em 1998, com perdas de 38,53% e; finalmente, em 2008 com perdas de 41,22%. A somatória destes 8 anos perfaz 245,65%.

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Incluindo as perdas nas 3 séries, temos, nestes 16 anos, um total de perdas de 454,32%, o que nos dá uma média aritmética de 28,40% para cada ano de baixa. Indo para o resultado final destes 42 anos completos do Índice Bovespa, temos um saldo positivo de  1.313,69%, o que nos dá uma média de ganho de 31,28% ao ano

Temos 1990 como o pior ano, com perdas de 72,73% e 1991 como o melhor ano, “da vingança”, com ganhos de 288,63%.  Os anos insignificantes, ou perdidos, foram 1973, com um ganho de 4,72% e 1986, com uma perda de 0,52%.

Os dados de 1968 a 2006 são da Revista Bovespa (janeiro/março de 2007), os dados de 2007 ,2008 e  2009 são do boletim diário da BMF&Bovespa.

Então, como só temos algumas poucas décadas de estatísticas em termos de índice em nossa bolsa de valores, a titulo de curiosidade podemos citar o livro de Jeremy Siegel, “Investindo em Ações no Longo Prazo” – em nossa opinião, leitura obrigatória para o investidor.

Vamos encontrar por lá referências que incluem os últimos dois séculos, no mercado acionário dos Estados Unidos (lembremos que a bolsa de valores de Nova York já completou 217 anos), mostrando ações que renderam entre 6,6% a 7,0% acima da inflação.

Nesse espaço de tempo, 1 dólar investido em ações e reinvestido teria acumulado 12,7 milhões em 31 de dezembro de 2006.

E, como são os números que dominam o mundo de hoje, mais do que nunca, investir no mercado de ações no longo prazo é a melhor forma de acumular um patrimônio respeitável, uma vez que na bolsa de valores, numa escala temporal, sempre acaba prevalecendo a tendência de alta.

Contudo, a crise de liquidez global dos últimos 24 meses mostrou-nos na prática que é de vital importância que o investidor, em ações deve acompanhar suas aplicações constantemente. Isto é, que ele aprenda definitivamente a colecionar dinheiro como um item qualquer.


Decio Pecequilo é operador sênior da corretora TOV e escreve mensalmente na InfoMoney.
decio.pecequilo@infomoney.com.br