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Primeiramente, nesse espaço de tempo o índice Bovespa alternou entre altas e baixas, totalizando 26 anos de altas e 16 anos de baixas – não consecutivos. Em ambos os casos, tivemos algumas séries que nos dão uma idéia concreta do que é investir no mercado de ações no longo prazo.
E, o mais importante, os números que veremos a seguir, incluem toda sorte de eventos possíveis e imagináveis que a política e a economia de um país possam experimentar através de sua história, tanto para o bem como para o mau.
Séries de altas
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- A primeira foi de 4 anos, de 1968 a 1971, com ganhos de 303,27%.
- A segunda foi de 3 anos, de 1973 a 1975, com ganhos de 29,53%.
- A terceira também durou 3 anos, de 1983 a 1985, com ganhos de 240,23%.
- A quarta foi de 2 anos, de 1988 a 1989, com ganhos de 175,20%.
- A quinta também durou 2 anos, de 1993 a 1994, com ganhos de 170,83%.
- A sexta também durou 2 anos, de 1996 a 1997, com ganhos de 88,08%.
- A sétima e última série de alta, durou 5 anos, de 2003 a 2007, com ganhos de 303,58%. Até agora esta, a meu ver, por ser a mais longa, é “a mais perfeita série de alta” que o Ibovespa já experimentou desde a sua implantação.
- Nestas sete séries de altas, o ganho total foi de 1.310,72%.
Já as altas não seqüenciais foram em 1977, com ganhos de 8,42%; em 1981, com ganhos de 7,43%; em 1991, com ganhos de 288,63%; em 1999 com ganhos de 70,15%; e finalmente 2009, com ganhos de 82,66%. A somatória destes 5 anos perfazem um ganho de 457,29%. Então podemos concluir facilmente que os 26 anos de altas totalizam um ganho do Índice Bovespa de 1.768,01%, o que nos dá uma média aritmética de 68,0% por cada ano de alta.
“Brasil atravessa seu melhor momento das últimas três décadas” |
Séries de Baixas
- No outro extremo, temos as séries da baixa.
- A primeira foi de 3 anos , de 1978 a 1980, com perdas de 47,32%
- A segunda foi de 2 anos, de 1986 a 1987, com perdas de 72,51%
- A terceira e última série de baixas foi de 3 anos, de 2000 a 2002, com perdas de 88,84%.
- Estas 3 séries de baixas totalizaram perdas de 208,67%.
Já as baixas não seqüenciais foram em 1972, com perdas de 49,60%; em 1976, com perdas de 8,87%; em 1982, com perdas de 17,10%; em 1990, com perdas de 72,73%; em 1992, com perdas de 3,66%; em 1995, com perdas de 13,91%; em 1998, com perdas de 38,53% e; finalmente, em 2008 com perdas de 41,22%. A somatória destes 8 anos perfaz 245,65%.
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Incluindo as perdas nas 3 séries, temos, nestes 16 anos, um total de perdas de 454,32%, o que nos dá uma média aritmética de 28,40% para cada ano de baixa. Indo para o resultado final destes 42 anos completos do Índice Bovespa, temos um saldo positivo de 1.313,69%, o que nos dá uma média de ganho de 31,28% ao ano
Temos 1990 como o pior ano, com perdas de 72,73% e 1991 como o melhor ano, “da vingança”, com ganhos de 288,63%. Os anos insignificantes, ou perdidos, foram 1973, com um ganho de 4,72% e 1986, com uma perda de 0,52%.
Os dados de 1968 a 2006 são da Revista Bovespa (janeiro/março de 2007), os dados de 2007 ,2008 e 2009 são do boletim diário da BMF&Bovespa.
Então, como só temos algumas poucas décadas de estatísticas em termos de índice em nossa bolsa de valores, a titulo de curiosidade podemos citar o livro de Jeremy Siegel, “Investindo em Ações no Longo Prazo” – em nossa opinião, leitura obrigatória para o investidor.
Vamos encontrar por lá referências que incluem os últimos dois séculos, no mercado acionário dos Estados Unidos (lembremos que a bolsa de valores de Nova York já completou 217 anos), mostrando ações que renderam entre 6,6% a 7,0% acima da inflação.
Nesse espaço de tempo, 1 dólar investido em ações e reinvestido teria acumulado 12,7 milhões em 31 de dezembro de 2006.
E, como são os números que dominam o mundo de hoje, mais do que nunca, investir no mercado de ações no longo prazo é a melhor forma de acumular um patrimônio respeitável, uma vez que na bolsa de valores, numa escala temporal, sempre acaba prevalecendo a tendência de alta.
Contudo, a crise de liquidez global dos últimos 24 meses mostrou-nos na prática que é de vital importância que o investidor, em ações deve acompanhar suas aplicações constantemente. Isto é, que ele aprenda definitivamente a colecionar dinheiro como um item qualquer.
Decio Pecequilo é operador sênior da corretora TOV e escreve mensalmente na InfoMoney.
decio.pecequilo@infomoney.com.br