Colunista InfoMoney: “Brasilmania”, com ciclo perfeito de alta

Internamente e externamente, otimismo com o Brasil predomina e indica novo recorde para o Ibovespa em breve

Decio Pecequilo

Depois de um ciclo perfeito de alta que durou pouco mais de cinco anos, o Índice Bovespa caiu ano passado 41,20%, vitimado pela crise financeira global.

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Contudo, desde a quebra do banco Lehman Brothers em setembro do ano passado, nosso mercado passou por baixas acentuadas, até que, em 27 de outubro desse mesmo ano, nosso Índice Bovespa bateu 29.435 pontos, vindo de um recorde histórico de 73.516 pontos.

É inegável que passamos por tempos tumultuados. Mesmo assim, nosso investidor doméstico mostrou amadurecimento e, acreditando em nosso País, agüentou firme, tendo em mente inclusive que a dor de perder no mercado de ações é muito superior ao prazer de ganhar. O investidor não esqueceu que, nos últimos 41 anos, nosso mercado passou por 25 anos de altas e 16 de baixas, ambos não consecutivos, salvo em alguns anos onde tanto as altas quanto as baixas foram em seqüência.

“Brasil atravessa seu melhor momento das últimas três décadas”

Só a titulo de ilustração, a Bolsa de Nova York, em 80 anos, teve 53 anos lucrativos e 27 de prejuízos (novamente, salvo em algumas oportunidades, nem os lucros e nem os prejuízos são consecutivos).

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No último dia 19 de novembro, a BM&F Bovespa informou que o número total de pessoas físicas que investem diretamente em ações subiu em outubro para 555.768, um recorde, uma vez que o maior número já atingido, 548.706, tinha sido em novembro de 2008.

Esse comportamento do nosso investidor está o tempo todo fortemente ancorado em fatores técnicos confiáveis e, portanto, sustentáveis. Por exemplo, desde o ano passado, a reação do Índice Bovespa foi fantástica, pois desde 27/10/2008 quando chegou a 29.435 pontos, até 18/11/2009, quando atingiu o recorde em pontuação de 67.406 pontos, a alta foi de 129%.

Como se vê, até 31 de dezembro desse ano, faltam somente 6.110 pontos ou 9,06% para alcançarmos e, quem sabe, até superarmos o recorde histórico de 73.516 pontos, acima mencionado, isso se não tivermos até lá nenhuma surpresa de grande monta em nossa economia, bem como na tênue recuperação da economia global.

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O investidor externo foi também, desde o inicio, decisivo nessa recuperação extraordinária do nosso mercado de renda variável. Veio e continua acompanhando de perto nossa economia, bem como todas as entidades de peso no cenário internacional, presidentes de empresas transnacionais, analistas de grandes bancos externos, mídia impressa, eletrônica e televisiva, especializadas em economia de renome internacional, etc., todos emitindo opiniões e analises altamente favoráveis ao país, dando origem inclusive a uma verdadeira “Brasilmania”.

O curioso é que a grande maioria passa por cima de falhas que eventualmente surjam nesse processo. Por exemplo:

E, finalmente, de acordo com o Tesouro dos EUA “Brasil se torna o quarto maior credor dos Estados Unidos”. O investimento brasileiro em títulos do país alcançou o maior nível em 12 meses, batendo 145 bilhões de dólares, quase dois terços de nossas reservas internacionais. Esse valor nos coloca atrás apenas da China, Japão e Reino Unido. Fatos como esses nos enchem de orgulho, mostrando que nosso Brasil atravessa seu melhor momento das últimas três décadas, sempre apoiados em números que ganharam consistência depois da implantação do triangulo de ouro de nossa economia cujos vértices são e continuam inabaláveis: meta de inflação, superávit primário e câmbio flutuante.

Decio Pecequilo é operador sênior da corretora TOV e escreve mensalmente na InfoMoney.
decio.pecequilo@infomoney.com.br