Cogna (COGN3), Yduqs (YDUQ3) e mais: o que esperar para os resultados das educacionais no 3º tri

Haverá melhora nas operações, mas alavancagem ainda deve continuar consumindo os resultados, apontam analistas

Equipe InfoMoney

(Getty Images)

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A temporada de resultados do terceiro trimestre de 2023 (3T23) para as ações das empresas de educação começa com a divulgação dos números da Cogna (COGN3) após o fechamento do mercado.

A XP projeta que as empresas de educação apresentem resultados positivos no 3T23.

“Para esta temporada de resultados, destacamos: (i) um forte ciclo de captação no 3T23 no segmento digital, enquanto o presencial pode apresentar volumes mistos; (ii) de modo geral, tickets com um comportamento em linha ou abaixo da inflação, tendo um efeito negativo de um maior mix de calouros; e (iii) resultados financeiros líquidos ainda consumindo uma parcela relevante do resultado das empresas por mais um trimestre”, avaliam os analistas da casa, com a expectativa de que a Yduqs (YDUQ3) seja o destaque positivo nesta temporada de resultados.

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A XP aponta ainda que os “3T”s são historicamente o segundo trimestre mais importante do ano para as empresas de ensino superior.

“Esperamos que os ciclos de captação apresentem números mistos no segmento presencial, enquanto os volumes poderão permanecer fortes no segmento digital. Por outro lado, algumas empresas poderão enfrentar dificuldades em aumentar os preços e acreditamos que a Yduqs poderá se destacar nesse quesito. As escolas de medicina devem manter o seu comportamento defensivo em relação às bases de alunos, embora não vejamos grandes melhorias em relação aos tickets”, apontam os analistas.

A alavancagem ainda deve continuar consumindo os resultados, destacam, observando ainda que a maioria das empresas sob sua cobertura são altamente alavancadas, o que deve continuar pressionando os fluxos de caixa e os resultados por mais um trimestre.

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O BTG Pactual, por sua vez, aponta que a captação do 2º semestre foi melhor na base anual e margens ligeiramente melhores.

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“Antecipamos um ciclo de captação ano a ano mais positivo no 2º semestre para a maioria das empresas de educação. Também esperamos um Ebitda na base anual melhor devido a uma base de comparação favorável, benefícios de iniciativas de redução de custos (por exemplo, redução nos gastos com aluguel) e uma alavancagem operacional um pouco melhor. No entanto, o excesso de vagas em certos segmentos ainda representa um desafio de precificação para algumas empresas.”, avalia o banco.

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Assim como a XP, o BTG também avalia que o lucro líquido das empresas deve continuar sob pressão, pois os balanços ainda estão alavancados e as taxas de juros (apesar do início de um ciclo de flexibilização) permanecem em níveis elevados.

O banco vê que o crescimento da receita líquida para a maioria das empresas, assim como o Ebitda.

“Impulsionado por uma base de comparação favorável, e crescimento nas receitas de ensino a distância e um ciclo de captação melhor, devemos ver crescimento na receita líquida na maioria das empresas de educação: Yduqs (+15% ano a ano), Ser SEER3 (+9% na base anual), Cruzeiro do Sul (CSED3) (+13% na comparação anual), Cogna (COGN3) (+15,5% ano a ano) e Ânima (ANIM3) (+3% frente 3T22).

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Com margens ligeiramente melhores na comparação anual, o banco espera um aumento de 17% frente 3T22 no Ebitda do setor no terceiro trimestre.

O BTG diz que ainda não está otimista com o setor de educação. “A recente melhoria nos resultados operacionais e na capacidade de precificação em algumas das empresas mais líquidas aumentam o otimismo no setor, embora persistam dúvidas sobre se esses fatos positivos são estruturais. As ações do setor de educação devem permanecer altamente correlacionadas com notícias sobre incentivos governamentais, incluindo mais detalhes sobre o novo FIES, que ainda não incorporamos em nossas estimativas. Próximas licitações governamentais para novas vagas em cursos de medicina também podem ser um importante catalisador para o setor”, avalia a casa.

O Itaú BBA destacou as projeções para as companhias. Confira a seguir:

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Ânima

Para o BBA, embora o desempenho dos segmentos de negócio digital e Inspirali deva permanecer sólido, a vertical Core deverá continuar a pesar nos resultados consolidados da Ânima.

“A redução das bolsas deverá levar a taxas de retenção mais fracas e à contração da base de alunos, em linha com a tendência dos últimos trimestres”, avalia, projetando receita líquida consolidada de R$ 925 milhões.

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Em relação à rentabilidade, as iniciativas recentemente implementadas de otimização de despesas gerais e administrativas, aliadas à maior alavancagem operacional nas operações digital e Inspirali, devem compensar o fraco desempenho do segmento Core e levar a um Ebitda ajustado estável em relação ao ano anterior, que o BBA projeta em 31,3% no período.

Cogna

Para Cogna, o BBA espera que a Kroton entregue mais um trimestre positivo, impulsionada pelo crescimento da receita na safra de captação no período. A Kroton provavelmente reportará um crescimento de receita líquida de um dígito em relação ao ano anterior, impulsionado principalmente pela dinâmica saudável de tickets (preços).

Quanto à rentabilidade, projeta expansão da margem Ebitda (rentabilidade operacional) recorrente em função da maior alavancagem operacional.

“A Cogna deverá apresentar um crescimento anual de receita de dois dígitos, para R$ 1,248 bilhão, ajudada pelo desempenho positivo da Vasta e de Saber – este último impulsionado pela melhor sazonalidade do programa PNLD”, afirma. A melhoria da rentabilidade em todas as unidades de negócio deverá impulsionar a expansão da margem Ebitda recorrente consolidada de 1,0 ponto percentual em um ano, para 22,8%.

Cruzeiro do Sul

No segmento presencial, o BBA projeta que a base de alunos seja ajudada por taxas de renovação mais altas, apesar do fraco crescimento anual de captação, enquanto o ticket médio provavelmente permanecerá estável em relação a um pior mix de cursos.

Na vertical de ensino à distância, esperamos um crescimento ainda forte em termos anuais no volume de captação, enquanto o ticket médio deve continuar pressionado pelo cenário competitivo acirrado.

Os analistas do banco projetam receita líquida consolidada de R$ 551 milhões para o período. “Na rentabilidade, esperamos que as iniciativas de otimização de custos e despesas implementadas nos últimos trimestres continuem a gerar ganhos de eficiência. No entanto, isto poderá ser compensado por um aumento nas despesas com PDAs causado pela deterioração do ambiente macroeconómico e pela maior proporção de estudantes de educação digital na base de alunos”, afirma. Ao todo, estima uma margem Ebitda ajustada de 31,5%.

Ser

O BBA projeta que a Ser reporte fortes volumes de captação tanto para o segmento presencial quanto para o ensino a distância. Dito isso, a maior participação de calouros na base de alunos deverá limitar o crescimento do ticket médio.

Sobre rentabilidade, espera que a empresa registre uma expansão da margem Ebitda ajustada de 1,9 p.p., para 15,9%, como resultado das iniciativas de otimização de custos de aluguel implementadas nos últimos meses.

Yduqs

O BBA espera que a Yduqs tenha outro forte ciclo de captação e entregue o guidance (projeção) anunciado junto com a divulgação dos resultados do segundo trimestre – crescimento de 25%-35% em um ano na captação presencial e de 10%- 20% na captação no ensino à distância.

Isto juntamente com uma dinâmica saudável de tickets deve impulsionar um crescimento significativo da receita anual.

O BBA espera receita líquida consolidada de R$ 1,283 bilhão e Ebitda ajustado consolidado de R$ 473 milhões, aumento de 16% em base anual, dentro da faixa de guidance de 10%-20% fornecida pela companhia.