Citi Corretora avalia que ação da Weg está cara e recomenda venda para papéis

Analista da corretora reduziu recomendação dos papéis WEGE3 para venda, devido ao nivelamento da receita e do lucro em relação às outras empresas do setor

Lara Rizério

Fábrica da Weg (Divulgação)

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SÃO PAULO – Vendo um nivelamento maior entre as companhias do setor de motores e automação, a Citi Corretora reduziu a recomendação para as ações da Weg (WEGE3) para vender, ante recomendação neutra. A corretora, por sua vez, elevou o preço-alvo para os ativos para R$ 23,00, frente ao target de R$ 20,00, avaliando como positiva a recuperação da indústria brasileira com a série de incentivos governamentais, apesar de lentamente. Entretanto, mesmo com essa elevação, o novo preço-alvo configura em um downside de 11,61% em relação ao fechamento de segunda-feira (28). 

Segundo o analista Luis Vallarino, a ação da empresa, que é historicamente negociada com um prêmio significativo sobre os seus pares, nunca foi barata e agora está cara. Para ele, com a performance superior dos ativos desde o final de julho, com alta de 36% ante performance positiva de 2,4% do Ibovespa, a ação WEGE3 está sendo negociada com múltiplos menos atrativos do que o resto do setor. 

Além disso, os papéis sempre foram negociados com um prêmio em relação às outras devido ao seu crescimento, com a receita mais do que quintuplicando entre 2000 e 2010 e com um lucratividade acima da média, possuindo um RoE (Retorno sobre o patrimônio líquido) de 32,5%.

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Entretanto, avalia, as coisas mudaram, uma vez que tanto o crescimento quanto a lucratividade acabaram se normalizando nos últimos anos. Nos últimos dois anos, o CAGR (taxa média composta de crescimento anual) ficou em 18%, com um ROE de 15% no mesmo período. “As expectativas futuras são positivas, mas não estão no mesmo nível visto anteriormente”, avalia Vallarino.

Com isso, apesar de ver uma lucratividade estável a partir dos níveis atuais, mesmo sem um retorno à faixa observada antes de 2010, as expectativas para o ROE trimestral no curto prazo são na verdade negativas, afirma Vallarino. Desta forma, o ativo WEGE3 pode sofrer uma desvalorização. 

“Portanto, sem a economia de escala que só poderia ser gerada com uma recuperação mais rápida do que o esperado da atividade industrial no Brasil, fica difícil justificar uma reavaliação acima dos atuais 18,6 vezes [o preço das ações sobre o lucro]”, afirma Vallarino, enquanto os seus pares estão sendo negociados a uma média de 13,2 vezes.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.