Citi aponta Bradesco como top pick dos bancos, JP revela elétricas preferidas e mais destaques de recomendações

O Goldman Sachs, por sua vez, revisou as recomendações para as ações do setor de varejo, enquanto Bradesco BBI reafirmou recomendação para Vale

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Neste início de ano, diversas casas de análise estão revisando suas recomendações para diversas ações da bolsa, o que tem movimentado os ativos. Já no início desta semana, os ativos da Arezzo tiveram sua recomendação elevada pelo Goldman Sachs, o que guiou a alta dos papéis.

Além disso, outros destaques foram a revisão dos analistas do Citi para bancos, enquanto Bradesco BBI voltou a reafirmar sua recomendação equivalente à compra para Vale. Confira as revisões de recomendação:

Bradesco (BBDC4)

Os analistas do Citi revisaram as suas perspectivas para o setor bancário na América Latina. Os bancos colombianos são o mercado preferencial dos analistas liderados por Jorg Friedemann, com destaque para o Bancolombia e Grupo Aval, com a avaliação de que eles estão prontos para oferecer os melhores ganhos por ação e crescimento do setor bancário.

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No caso do Brasil, a ação preferida é do Bradesco, com preço-alvo de R$ 45 e recomendação de compra para os papéis do banco. “Se o PIB do Brasil ganhar impulso, o setor bancário poderá se beneficiar tanto por conta do aspecto técnico (uma vez representa cerca de 30% do índice) quanto pelos fundamentos devido a um aumento dos empréstimos”, apontam os analistas.

O banco possui recomendação de compra para o Santander Brasil (SANB11), com preço-alvo de R$ 54, Itaú Unibanco (ITUB4), com preço-alvo de R$ 43 e Banco do Brasil (BBAS3), preço-alvo de R$ 60. A única recomendação de “venda” é para Banco Inter (BIDI4), com preço-alvo de R$ 11.

Vale (VALE3)

O Bradesco BBI reafirmou sua recomendação outperform (desempenho acima de média) para os papéis da mineradora Vale e projeta que 2020 será “um ano de redenção” para a empresa. De acordo com os analistas Thiago Lofiego e Isabella Vasconcelos, a companhia “é uma subestimada máquina de fazer dinheiro em modo de diminuição de riscos”.

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O BBI fixou um preço-alvo de US$ 21 (o equivalente a R$ 85,26) para o papel da Vale, que atualmente é cotado a US$ 12,97 (R$ 53,36).

“Os investidores ainda levam em conta o acidente de Brumadinho. Nós vemos uma grande chance da Vale retomar a sua política de dividendos na primeira metade de 2020, com um retorno (yield) entre 8% e 10% na remuneração aos acionistas que será paga ao longo do ano”, destaca o relatório.

O BBI acredita que a Vale chegará a um acordo mais amplo com as autoridades para resolver finalmente a questão do desastre de Brumadinho e após isto voltará a pagar os dividendos.

Taesa (TAEE11

O Itaú BBA retomou a cobertura para os papéis da distribuidora mineira de energia elétrica Taesa, subsidiária de Cemig. O Itaú BBA avaliou as ações da Taesa como “underperform” (desempenho abaixo da média do mercado), com preço-alvo de R$ 30 para o papel ao final de 2020.

“O preço da ação da Taesa teve uma alta de 10% nos últimos três meses, embora as perspectivas do mercado não sejam mais tão atrativas, por causa da grande competição”, comenta a BBA. Embora o retorno (yield) esteja abaixo dos 10% históricos no setor, o BBA prevê que a Taesa dará um yield de 7,5% aos acionistas em 2020 e de 6,5% em 2021.

Varejistas

O Goldman Sachs revisou as recomendações para as ações do setor de varejo, com a Cia. Hering (HGTX3) sendo rebaixada de neutra para venda e o grupo SBF, controlador da Centauro (CNTO3), tendo a recomendação revista de compra para a neutra, enquanto Arezzo (ARZZ3) foi elevada de neutra para compra pela casa de análise, assim como o Carrefour Brasil (CRFB3). Os analistas apontam estar positivos com o setor em geral, apontando que os primeiros sinais de recuperação macroeconômica estão emergindo, deixando um cenário “seletivamente construtivo” com as varejistas.

O banco vê as varejistas de e-commerce e consumo discricionário, o que inclui Mercado Livre (recomendação de compra), Magazine Luiza (MGLU3;recomendação de compra), Lojas Renner (LREN3;compra), além de Arezzo, como as melhores posicionadas para um aumento gradual no poder de compra do Brasil em meio à melhora da economia.

Os analistas também possuem recomendação de compra para os ativos do Pão de Açúcar (PCAR4), além de terem elevado a recomendação para o Carrefour.

Já para Via Varejo (VVAR3), a recomendação de venda foi mantida. Em relatório de meados de dezembro, os analistas destacaram: “Acreditamos que parte dos benefícios da reestruturação podem ser ofuscados pela necessidade de reinvestimento por trás das estratégias digitais da companhia para diminuir o abismo frente aos líderes do e-commerce”.

Elétricas

O JPMorgan destacou que suas utilities preferidas no Brasil: Copel (CPLE6), CPFL Energia (CPFE3) e Energisa (ENGI11).

A Copel deve continuar com performance mais forte; companhia oferece catalisadores incluindo venda de ativos não essenciais, extensão de concessão, melhoria do desempenho operacional e desalavancagem. Energisa e CPFL devem continuar se beneficiando da recuperação do PIB e do crescimento de volume.

A Taesa (TAEE11) é nome menos preferido; ação oferece taxa interna de retorno abaixo da média. O JP destacou preferir empresas de distribuição em relação a companhias de geração e transmissão, destacando maior sensibilidade à recuperação macroeconômica.

Ambev (ABEV3)

O JPMorgan também revisou suas expectativas de curto prazo para a Ambev antes do release de resultados do quarto trimestre para incorporar a perspectiva de melhores volumes de cerveja no Brasil. “A Ambev deve se beneficiar de seus reajustes de preços para produtos específicos e do aumento de preços estabelecido pela Heineken no quarto trimestre”, afirmam os analistas do banco.

Os volumes podem surpreender devido a temperaturas acima da média e chuvas mais baixas. Como resultado, o JPMorgan agora espera que os volumes de cerveja no Brasil sejam aumento de 3% anualmente no trimestre. O resultado consolidado estimado em R$ 15,8 bilhões.

A recomendação neutra da Ambev foi mantido; preço alvo de R$ 18,50. O mercado brasileiro de cerveja ainda é competitivo e o ambiente permanece desafiador, avaliam os analistas.

(Com Bloomberg)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.