Cielo e bancos saltam até 5% com “efeito Ilan”; small cap dispara até 30% com reestruturação de dívidas

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta terça-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa recuperou parcialmente as perdas de 2,2% de segunda-feira e subiu nesta sessão, na sequência do anúncio do Banco Central e acompanhando as bolsas internacionais.

Junto com as ações da Cielo, as ações dos bancos também aceleraram os ganhos com Ilan Goldfajn anunciando medidas de estímulo à economia. As ações da Cielo subiram com falta de anúncio do BC sobre decisão de redução do prazo de pagamento das vendas no cartão de crédito aos lojistas. Na semana passada, esses papéis afundaram após proposta do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, para permitir que esse prazo reduzisse de 30 dias para 2 dias. 

Fora do Ibovespa, chamaram atenção hoje as ações da small cap Forjas Taurus, que operaram entre leilão na Bolsa, após notícia de que a empresa assinou contratos finais para reestruturar dívidas. Os papéis dispararam 30,57% na máxima do dia, indo para R$ 2,05. 

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Confira abaixo os principais destaques de ações da Bovespa nesta sessão:

Petrobras (PETR3, R$ 16,64, -0,18%; PETR4, R$ 14,35, -0,07%)
As ações da Petrobras viraram para queda, apesar da leve alta dos preços do petróleo nesta sessão no mercado internacional. Lá fora, o contrato do petróleo Brent subia 0,66%, a US$ 55,28 o barril, enquanto o WTI avançava 0,21%, a US$ 52,22 o barril. 

No radar, a Petrobras iniciou na segunda-feira a produção de petróleo e gás natural no campo de Lapa, o terceiro a entrar em operação no pré-sal da Bacia de Santos, depois de Lula e Sapinhoá, informou a estatal em comunicado divulgado nesta terça-feira.

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A petroleira e parceiros do consórcio BM-S-9 começaram as operações com o navio-plataforma FPSO Cidade de Caraguatatuba, que tem capacidade para processar diariamente 100 mil barris de petróleo e comprimir 5 milhões de metros cúbicos de gás natural, segundo o documento.

O campo de Lapa está localizado na concessão BM-S-9 operada pela Petrobras (45 por cento de participação), em parceria com a BG Brasil, subsidiária da Shell (30 por cento), e com a Repsol Sinopec (25 por cento).

Vale (VALE3, R$ 26,58, +2,03%; VALE5, R$ 23,06, +1,18%)
As ações da Vale recuperaram parte das perdas de 6% da véspera, quando sofrerem forte pressão dos preços futuros do minério, que afundaram 7% ontem. Hoje, o minério de ferro spot (à vista), negociado no Porto de Qingdao, caiu 1,97%, a US$ 79,62 a tonelada.

No radar, o Jefferies elevou o preço-alvo para os ADRs (American Depositary Receipts) da Vale para US$ 9,25, mantendo recomendação de manutenção. Já o Santander comentou a venda do negócio de fertilizantes da mineradora para a Mosaic pro US$ 2,5 bilhões, afirmando que a notícia é neutra, uma vez que a negociação já era esperada.  

Ainda no noticiário sobre a Vale, o jornal O Globo informa que a CSN (CSNA3) notificará a mineradora por vazamento que atingiu barragem da siderúrgica. Segundo o jornal, fortes chuvas que atingiram o Quadrilátero Ferrífero (MG) provocaram o rompimento de bueiros no sistema de drenagem de uma das minas da Vale, a mina de Fábrica, em Congonhas, na semana passada. O incidente fez com que houvesse vazamento de água barrenta, que atingiu uma barragem de contenção da CSN na região. A siderúrgica preparava ontem uma notificação para enviar à mineradora pedindo que a Vale tomasse “providências técnicas imediatas”. Após o acidente com a barragem de rejeitos da Samarco, em Mariana (MG), em novembro de 2015, as empresas buscam se precaver e ter a certeza de quem são os responsáveis em caso de eventuais irregularidades. 

Acompanharam o movimento as ações das siderúrgicas, com Gerdau (GGBR4, R$ 10,62, +0,76%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 4,59, +2,91%), Usiminas (USIM5, R$ 3,93, +1,29%) e CSN (CSNA3, R$ 9,88, -2,08%). 

Cielo (CIEL3, R$ 27,19, +4,98%)
Antes classificada como “vítima” do pacote de medidas anunciado pelo governo na última quinta-feira (15), as ações da Cielo (CIEL3) passaram a disparar nesta terça-feira (20) e figuram como maior alta do Ibovespa, após o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, não trazer detalhes sobre descontos para quem utilizar diferentes formas de pagamento. 

Na quinta passada, as ações chegaram a cair 6,5% em apenas 30 minutos, após proposta do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, de permitir que os varejistas cobrem preços diferentes dependendo do meio de pagamento utilizado – na prática, ele vai “legalizar” o desconto que algumas lojas concedem para quem pagar com dinheiro. Essa mudança seria implementada por medida provisória, segundo informou Meirelles.

Contudo, ao anunciar as “medidas estruturais” esperadas nesta terça-feira, Ilan não trouxe detalhes sobre essa mudança de prazo de pagamento. “as discussões de prazo de pagamento ficam para o futuro”, disse o chefe do BC durante coletiva.

 Segundo o analista da XP Investimentos, Marco Saravalle, a disparada da ação hoje é natural após a notícia pois após o anúncio de quinta o mercado só esperava o pior. “Não é uma medida fácil de ser implementada. Seria uma medida drástica e ainda não se sabe se terá muito impacto para a economia. Não é uma decisão que será tomada sozinha. Ainda será preciso muita discussão”, explica o analista.

Vale lembrar que a Cielo já vem sofrendo na Bolsa nas últimas semanas também por questões envolvendo a concorrência no setor. “O mercado precificou o pior e agora respira após o Ilan não dar detalhes sobre o prazo de pagamento”, conclui Saravalle.

Bancos
Os papéis dos bancos reagiram positivamente às falas de Ilan nesta manhã, com Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 31,80, +2,55%), Bradesco (BBDC4, R$ 27,38, +2,16%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 26,25, +1,63%) aparecendo entre as 10 maiores altas do Ibovespa nesta sessão. Essas ações aceleraram alta após o presidente do BC citar a redução no custo do crédito. 

Papel e celulose
As empresas do setor de papel e celulose – Fibria (FIBR3, R$ 31,10, -2,39%), Suzano (SUZB5, R$ 13,55, -1,17%), Klabin (KLBN11, R$ 17,20, -2,05%) – caíram na Bolsa hoje, 
penalizadas pela queda do dólar frente ao real, dado que suas receitas são atreladas à moeda americana. O dólar comercial caiu 0,82%, a R$ 3,3425 na compra e R$ 3,3436 na venda. 

Embora os papéis recuem hoje, dados divulgados nesta manhã pela consultoria Foex apontam aumento de 0,35% do preço da celulose na China na comparação semanal, para US$ 525,00 a tonelada, e uma pequena queda (0,1%) na Europa, para US$ 652 a tonelada. Em relatório, o Credit Suisse destaca que, além da valorização do dólar nos últimos meses, a recuperação no preço de celulose na China desde meio de outubro tem ajudado na performance das ações do setor e ganhando mais atenção dos investidores locais.  

Smiles (SMLE3, R$ 40,30, +0,05%) e Multiplus (MPLU3, R$ 31,70, +1,50%)
O Itaú BBA revisou as suas estimativas para os programas de fidelidade e mantendo a preferência de Smiles em relação a Multiplus. Apesar do grande potencial de valorização, os analistas mantiveram a recomendação marketperform para os papéis da Multiplus e reduzindo o preço-alvo de R$ 50 para R$ 44,50. Já para a Smiles, a recomendação outperform foi mantida, com um novo preço-alvo de R$ 62 ante R$ 68. 
 

Sanepar (SAPR4, R$ 9,52,  -2,96%)
A Sanepar e acionistas levantaram R$ 1,98 bilhão com oferta de ações, cujo montante total envolve oferta de novas ações pela Sanepar e venda de participação dos acionistas existentes. O preço por ação ficou em R$ 9,50, perto do piso da faixa de preços, que era de R$ 9,23 a R$ 11,25.

A Sanepar levantou R$ 257,6 milhões com a venda de 27,1 milhões de novas ações, segundo ata de reunião extraordinária do conselho na segunda-feira. Após a oferta primária, capital social da companhia passa a ser de R$ 2,85 bilhões, composto por 503,7 milhões de ações, sendo 167,9 milhões de ações ON e 335,8 milhões de ações PN. Os acionistas Estado do Paraná, Andrade Gutierrez Concessões, Dominó Holdings e Fundo de Investimento Caixa FGP-PR Multimercado levantaram R$ 1,72 bilhões na oferta secundária. 

Buy List do Itaú BBA
Itaú BBA adicionou a CCR (CCRO3, R$ 14,49, +0,14%) e removeu a CPFL Energia (CPFE3, R$ 25,09, -0,28%) da ‘Brazil Buy List’. “Contando com a expectativa de cortes mais acentuados na taxa Selic a partir de janeiro, estamos começando a mudar nossa alocação de carteira para players de taxa de juros”, segundo relatório de analistas.

 “Ainda vemos potencial de ganho para o Ibovespa em função de taxas de juros menores, e a CCR se destaca como uma das idéias de negociação mais atraentes neste sentido”, afirma o Itaú BBA, destacando acreditar que a CCR deverá ter um momentum positivo de ganhos em 2017, com crescimento de Ebitda e menor despesa de juros, levando a uma expansão da receita líquida de 37% ao ano. 

 “A empresa se destaca como uma das nossas top picks do setor, e é provável que seja uma das empresas a se beneficiar mais com os cortes nas taxas de juros, considerando que 80% de sua dívida bruta está indexada o CDI”. “Nesse sentido, uma Selic mais baixa se traduziria em menores despesas financeiras para a CCR”. 

As ações que compõem a Brazil Buy List são: Ambev (ABEV3), Bradesco (BBDC4), Energias do Brasil (ENBR3), Petrobras (PETR4), Randon (RAPT4), Sabesp (SBSP3), São Martinho (SMTO3), Vale (VALE5) e Telefônica Brasil (VIVT4).

Forjas Taurus (FJTA4, R$ 1,95, +24,20%)
As ações da Forjas Taurus dispararam até 30,57% nesta sessão, indo a R$ 2,05,
após a empresa assinar os contratos finais para reestruturar dívidas. Por conta da forte euforia dos investidores, o volume financeiro movimentado com o papel atingiu R$ 1,2 milhão, contra média diária de R$ 27,8 mil dos últimos 21 pregões. 

Segundo o comunicado da empresa, foram assinados “os contratos finais para o reperfilamento de dívidas com determinadas instituições financeiras, bem como de sua 3ª emissão pública de debêntures”.

As características da Operação de reperfilamento, de aproximadamente US$ 150 milhões em dívidas, permanecem as já divulgadas em 30 de junho. “O desembolso da Operação está previsto para ocorrer em até 5 dias úteis”, afirmou a empresa. 

São Martinho (SMTO3, R$ 17,74, +0,80%) 
Os analistas do BTG Pactual participaram do investor day da São Martinho e destacaram uma visão positiva para a companhia, que continua com o foco em melhora na utilização de seu maquinário e aumento da eficiência. Além disso, há uma perspectiva positiva para os preços de açúcar e etanol. Os analistas ainda atualizaram as projeções após a incorporação da Usina Boa Vista à empresa, mantendo recomendação de compra dado o valuation atrativo e elevando o preço-alvo para R$ 25,00 por ação. 

Outra casa de análise que manteve visão positiva após o investor day da São Martinho foi o Santander, que manteve recomendação de compra e preço-alvo de R$ 24,80.