Cielo e Ambev rebaixadas, JBS tem preço-alvo elevado em 50% e Vale viverá “nova era”; veja mais

Confira os destaques do noticiário corporativo desta terça-feira (17)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O grande destaque do noticiário corporativo fica para a “enxurrada” de recomendações que devem impactar a Bovespa nesta terça-feira. O Bradesco BBI destacou uma “nova era” para a Vale, mas apontou preferência pelo setor siderúrgico. Além disso, elevou o preço-alvo de JBS em 50%. Já a Cielo, Ambev e Porto Seguro foram rebaixadas pelo Credit Suisse, HSBC e JPMorgan respectivamente. Além disso, atenção para as prévias operacionais de duas construtoras: MRV e Even. Confira os destaques do noticiário corporativo desta terça-feira (17):

Vale (VALE3;VALE5)
O Bradesco BBI destacou em relatório que, após um ciclo vários anos ‘bear’ iniciado em 2011, durante o qual as ações da Vale caíram mais de 90% do pico para a mínima (e durante o qual a empresa passou por uma grande transformação), 2017 deve marcar o início de uma nova era, em nossa opinião’’. Os analistas apontam que, “desde 2011, a Vale tem revisado agressivamente sua estratégia, desinvestindo ativos não-core, cortando custos e reduzindo o capex”.

De acordo com os analistas, a ‘nova Vale’ é uma organização muito mais enxuta, focada em poucos e lucrativos negócios e pronta para oferecer retorno significativo aos acionistas. Eles citam ainda entre aspectos que merecem atenção em 2017 para Vale o acordo de acionistas, a volatilidade do minério de ferro, o fim da desalavancagem, e o reinício da Samarco.

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Contudo, eles veem riscos de queda nos preços do minério de ferro ao longo de 2017. Porém, as ações da Vale refletem o minério de ferro a US$ 59 a tonelada. A ação da minerada segue com recomendação neutra no Bradesco BBI

O banco prevê Ebitda de US$ 12,1 bilhões em 2017, com minério a US$ 60 a tonelada. Outras premissas para 2017 são: câmbio médio a R$ 3,53 ( ante R$ 3,29 em 2016); custo FOB de US$ 12,7 a tonelada ( ante US$ 13,1/t em 2016); frete de US$ 13,3 a tonelada (ante US$ 12,1 a tonelada em 2016); volume total de minério de 365 milhões de toneladas (ante 341 milhões de toneladas em 2016); capex de US$ 4,6 bilhões (ante US$ 5,8 bilhões em 2016) e venda de ativos de US$ 5,3 bilhões (US$ 3 bilhões em carvão, US$ 2 bilhões de fertilizantes, US$ 340 milhões em embarcações).

O banco também revisou suas recomendações para siderúrgicas, destacando a preferência pelo setor ante mineradoras, destacando mudanças estruturais importantes tanto global quanto regionalmente, com destaque para o crescimento da demanda. Gerdau (GGBR4) e Usiminas (USIM5) são as top picks para 2017, com recomendação outperform e preços-alvo respectivos de R$ 17 e R$ 6,70 por ação. 

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JBS (JBSS3)
“O IPO da JBS Foods International deve desbloquear grande valor para a JBS, melhorando a percepção de sua governança, elevando a liquidez das ações e reduzindo seu custo de capital”, segundo relatório de analistas do Bradesco BBI, que elevaram o preço-alvo da ação em 50%. O target passou de R$ 12 para R$ 18 e a recomendação é outperform.

O IPO, dizem os analistas, pode permitir que a JBS se envolva em aquisições nos EUA, citando Hormel e Conagra entre potenciais “oportunidades de M&A. Eles apontam que o setor de carne bovina nos EUA está em “excelente forma”. Os “spreads estão acima da média histórica de 5 anos e as exportações estão crescendo”. A JBS deve reduzir a relação dívida líquida sobre o Ebitda dos atuais 4,3 vezes para 2,5 vezes no final de 2017.

Cielo (CIEL3)
O Credit Suisse cortou a recomendação para as ações do Cielo de outperform (desempenho acima da média do mercado) para neutra, com o preço-alvo sendo cortado de R$ 40 para R$ 28.

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De acordo com os analistas do banco, a base da tese está na piora na relação risco-retorno em função de menores volumes da indústria, ambiente competitivo um pouco mais apertado e as possíveis mudanças regulatórias. “Acreditamos que o case de Cielo está saindo de uma história de crescimento para uma empresa madura com yield”, afirmam os analistas.

Ambev (ABEV3)
A Ambev teve a recomendação reduzida de manutenção para reduzir pelo HSBC, que possui preço-alvo de R$ 15,00 por ativo.

Porto Seguro (PSSA3)
A Porto Seguro teve a recomendação cortada de neutra para underweight pelo JPMorgan, com preço-alvo de R$ 26 por ativo.  

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Petrobras (PETR3;PETR4)
Segundo o Valor, a agência Moody’s deve melhorar, ainda neste ano, a classificação de risco de crédito da Petrobras. Mais pessimista das três grandes agências em relação à estatal, a Moody’s elevou o rating da companhia em outubro e graças à melhora da situação financeira deve fazer isso novamente em 2017, de acordo com o apurado pelo jornal. 

Oi (OIBR4)
Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações Gilberto Kassab afirmou que o governo não quer intervir na Oi, que enfrenta uma recuperação judicial, porque dirigir uma empresa não é seu papel. “É trazer para si uma responsabilidade. O governo fará o que estiver ao nosso alcance para apoiar essa negociação, mas tem limites de constitucionalidade, de ética e das finanças”, disse. Segundo ele, a única possibilidade de isso acontecer é se a recuperação judicial fracassar. Se for esse o caso, “o governo, por meio da Anatel, é obrigado a intervir, e a agência está preparada.”

Já a Bloomberg informa que o grupo de credores da Oi, com apoio do bilionário egípcio Naguib Sawiris, apresentará nesta semana uma objeção formal na Justiça contra o plano de reestruturação proposto em setembro, disseram 2 pessoas com conhecimento direto do assunto.

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A objeção será feita na 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, responsável pelo processo de recuperação judicial da Oi, disseram as pessoas, que pediram para não serem identificadas porque o assunto é privado. O grupo, assessorado pela Moelis & Co., vai dizer que eles representam credores com um total de US$ 4,6 bilhões em dívida de titulares de bônus e agências de crédito à exportação, disseram as pessoas. Esses credores já propuseram um plano alternativo e querem discutir sua proposta com a empresa.

MRV (MRVE3)
 A construtora especializada em imóveis para famílias de baixa renda MRV informou na segunda-feira que suas vendas contratadas no quarto trimestre somaram 1,29 bilhão de reais, queda de 6,2 por cento ante mesma etapa de 2015. Mas a redução no volume de cancelamentos de vendas diminuiu o impacto sobre a receita líquida, que totalizou 1 bilhão de reais no período, queda de 1,6 por cento na comparação anual. O co-presidente-executivo da MRV, Rafael Menin, disse que as vendas brutas teriam sido maiores se a empresa não tivesse tido problemas com aprovações em cidades estratégicas. “Infelizmente, a emissão de licenças sofreu atrasos em várias cidades estratégicas, afetando nossas vendas brutas”, disse Menin, sem informar as cidades. “Não é um problema de demanda. É mais uma questão burocrática”, disse.

Apesar disso, o executivo disse que a empresa continuará a entregar fortes resultados, enquanto amplia esforços para reduzir distratos e crescer o estoque de terrenos. No quarto trimestre, os distratos (cancelamentos) representaram 22,1 por cento das vendas brutas, queda de 3,6 pontos percentuais em relação ao mesmo trimestre de 2015. A melhora mostra que MRV foi bem sucedida em medidas como registrar a venda somente após obterem aprovação dos bancos para o financiamento imobiliário dos compradores.

A MRV também deve acelerar lançamentos neste primeiro trimestre, após uma alta na concessão de alvarás de construção emitidos em novembro e dezembro, disse Menin. Em unidades, os lançamentos do quarto trimestre caíram 37 por cento, para 6.777, enquanto o valor de novos projetos caiu 34 por cento, para 1,07 bilhão de reais. O valor do banco de terrenos da companhia subiu para 41,1 bilhões de reais em dezembro, alta de 23 por cento sobre um ano antes.

De acordo com o BTG, os números foram mistos, com uma forte geração de caixa e expressiva velocidade de vendas, além de menores cancelamentos, mas com os lançamentos abaixo do esperado. Os analistas mantêm recomendação de compra para a ação, com preço-alvo de R$ 14.

Even (EVEN3)
A Even anunciou suas prévias operacionais do quarto trimestre e do ano de 2016. As vendas líquidas da construtora caíram 49% nos últimos três meses do ano passado, na comparação anual, de R$ 465 milhões para R$ 237 milhões. No acumulado do ano, as vendas líquidas somaram R$ 1,024 bilhão, ante R$ 1,26 bilhão em 2015, queda de 18,7%.

No quarto trimestre, a venda de estoques respondeu por R$ 133 milhões, enquanto a venda de lançamentos somou R$ 104 milhões. A velocidade de venda (VSO) ficou em 9% no período, ante 16% do quarto trimestre de 2015. A VSO de lançamentos caiu de 42% para 25%, enquanto a de estoque de imóveis passou de 11% para 6%.

Entre outubro e dezembro, a Even lançou sete empreendimentos com potencial de venda (VGV) de R$ 413 milhões, valor 9,6% menor que o de 2015. Em 2016, a companhia lançou 19 empreendimentos, com VGV de R$ 1,13 bilhão na parte Even, crescimento de 41%. Dos lançamentos do quarto trimestre, cinco foram realizados no Rio Grande do Sul, um em São Paulo e um no Rio de Janeiro.

Durante o quarto trimestre de 2016, a Even entregou seis projetos que equivalem a R$ 547 em VGV, queda de 16%, e 1.041 unidades. Em 2016, o volume de entregas foi recorde, segundo a Even, chegando a R$ 2,3 bilhões em VGV, avanço de 12% ante 2015, e totalizando 5.433 unidades.

A Even adquiriu quatro novos terrenos nos últimos três meses de 2016 por meio de permuta, com VGV de R$ 377 milhões, valor 51% maior que o registrado no mesmo período de 2015. Já no acumulado do ano, foram 17 novos terrenos com potencial de venda de R$ 1,13 bilhão. O estoque de terrenos da construtora encerrou 2016 com R$ 5,2 bilhões em VGV. O BTG Pactual avalia que os números não devem ser um catalisador para a ação, mantendo recomendação neutra para o ativo com preço-alvo de R$ 4,70. 

Triunfo (TPIS3)
A Triunfo Participações informou na segunda-feira ter sido notificada do vencimento antecipado de debêntures de primeira emissão de sua controlada Concer, concessionária de rodovia entre Rio de Janeiro e Minas Gerais.

A empresa também foi notificada sobre declaração de vencimento de notas promissórias.

Os saldos dessas emissões em 30 de setembro eram de 234,4 milhões de reais, no caso das notas, e de 178,1 milhões, no caso das debêntures, afirmou a Triunfo.

Segundo a companhia, as notas promissórias foram contratadas com Itaú Unibanco, Banco do Brasil e Santander Brasil como empréstimo-ponte até a liberação integral de um empréstimo do BNDES para financiar execução de obras da Nova Subida da Serra de Petrópolis.

De acordo com o comunicado, o vencimento das notas e o não pagamento da parcela de amortização das debêntures tiveram como consequência o vencimento antecipado das debêntures, contratadas com Itaú e Santander.

Eletrobras (ELET6)
A Eletrobras “já tem provisionado” cerca de R$ 528 milhões referentes a valores históricos a serem devolvidos para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e Reserva Global de Reversão (RGR), segundo comunicado. “A Eletrobras efetuará cobrança dos valores devidos pelas concessionárias que receberam a maior, inclusive das Empresas Eletrobras, de forma a efetuar a devolução dos recursos para a CDE e RGR”. Na segunda-feira, despacho da Aneel no Diário Oficial determinou que Eletrobras terá de devolver R$ 604,2 milhões à CDE/RGR. 

IMC (MEAL3)
A IMC informou em comunicado que Newton Salomão Alves foi eleito presidente; Jaime Cohen
Szulc deixou a companhia.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.