Cielo (CIEL3): UBS BB eleva recomendação para compra, ao ver queda recente como oportunidade; ação fecha em alta de 2%

Analistas do banco também elevaram o preço-alvo para a ação, maior alta do Ibovespa em 2022, de R$ 4,50 para R$ 7, com aumento nas projeções de lucro

Lara Rizério

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Apesar de ainda ser a maior alta do Ibovespa no acumulado do ano, com alta de 97% até a última sexta-feira (9), a ação da Cielo (CIEL3) teve uma forte queda desde a máxima registrada em 18 de outubro. Desde então, os ativos caíram 27%, indo de R$ 5,95 para R$ 4,35.

Tendo em vista esse baixo desempenho dos ativos e os recentes bons números apresentados pela companhia de maquininhas, o UBS BB elevou a recomendação para os ativos CIEL3 de neutra para compra, com o preço-alvo em doze meses sendo também elevado de R$ 4,50 para R$ 7, ou um potencial de valorização de 55,56% frente o fechamento de sexta. Outros bancos como Santander e BTG Pactual também destacaram visão positiva para a ação da companhia recentemente.

De acordo com os analistas do UBS BB, a recente queda dos ativos leva a um ponto atrativo de entrada no papel. Com isso, os ativos CIEL3 chegaram a ser destaque do Ibovespa na sessão desta segunda-feira (12), com ganhos que chegaram a ser de 7,59%, a R$ 4,68. Os ativos diminuíram os ganhos, também com a piora do mercado, mas ainda fecharam em alta de 2,07%, a R$ 4,44.

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“Elevamos a Cielo para recomendação de compra dados os resultados operacionais sequencialmente melhores, suportados pela expansão do rendimento no segmento de cartão de cerca de 5 pontos-base na comparação anual, crescimento do TPV [volume total de pagamentos] de cerca de 12%, custos sob controle)e valuation atrativo”, avaliam Kaio Prato, Bruna Werneck e Leandro Leite, analistas que assinam o relatório do banco.

Embora reconheça que a ação teve um bom desempenho acumulado no ano (impulsionado principalmente pela conclusão de sua agenda de desinvestimentos e estratégia de reprecificação), a equipe de análise acredita que a fraqueza recente dos ativos (com a queda de cerca de 30% desde o pico em outubro de 2022), aliada a boas perspectivas de crescimento, proporciona um ponto de entrada atrativo para o ativo.

Além disso, os analistas estão mais construtivos com a empresa, uma vez que a Cielo conseguiu mostrar melhores tendências operacionais ao longo do ano (margens líquidas expandidas para cerca de 14% no terceiro trimestre de 2022, versus 6% no primeiro trimestre), principalmente suportadas pelo controle de custos/despesas (custos e despesas da Cielo Brasil como porcentagem do TPV reduzido em 5 pontos-base na comparação anual), melhor precificação, ponto de inflexão na tendências das ações e conclusão da agenda de desinvestimentos.

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“Acreditamos em uma maior expansão de lucros e margens, que deve ser impulsionada principalmente pela expansão adicional do rendimento de cartões (suportado por mudanças regulatórias nas taxas de intercâmbio de cartões pré-pagos/débito, enquanto novas reavaliações podem ser uma vantagem); ganhos contínuos de eficiência; maior penetração de produtos de pré-pagamento (especialmente em pequenos e médios negócios); e taxas de juros potencialmente mais baixas (o UBS espera Selic em 11,25% ao fim de 2023, contra 13,75% atualmente)”, avaliam.

Seguindo as tendências e resultados operacionais recentes, o trio de analistas aumentou a sua projeção de ganhos em 38% e 40% para 2022 e 2023, respectivamente. Os analistas agora esperam um lucro líquido de R$ 1,7 bilhão em 2022, alta anual de 72% e de R$ 1,9 bilhão em 2023, avanço de 14% ano a ano.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.