Cielo (CIEL3): maior alta do Ibovespa no ano tem recomendação elevada a compra e preço-alvo triplicado pelo Credit

Já os preços-alvo para PagSeguro e para Stone foram cortados, mas o banco manteve recomendação outperform para primeira e neutra para a segunda

Lara Rizério

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Em uma semana movimentada com o anúncio do novo CEO, a Cielo (CIEL3) teve a recomendação elevada pelo Credit Suisse, conforme relatório desta sexta-feira (26). Os analistas Daniel Federle e Victor Ricciuti passaram a ter recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) ante visão neutra, enquanto o preço-alvo foi multiplicado por três (ou em 200%), passando de R$ 2,50 para R$ 7,50, o que configura um potencial de valorização de 30% em relação ao fechamento da véspera. A ação CIEL3 é a maior alta do Ibovespa no ano, com ganhos de quase 160% até a sessão de quinta-feira (25).

Entre as outras companhias do setor de adquirência, os analistas têm recomendação outperform para as ações da PagSeguro (PAGS34) negociadas nos EUA, destacando o crescimento robusto, boa margem de manobra para acomodação de capex (investimento em capital) e perspectiva de financiamento mais barata do PagBank. No entanto, mantém Stone (STOC31) como neutro, pois avalia que a sua relação entre preço sobre lucro parece mais dependente de uma Selic mais baixa para ser atrativa.

O preço-alvo para PagSeguro foi cortado de US$ 40 para US$ 20, ainda com um potencial de valorização de 32%, devido a um custo de capital elevado em 1,5 ponto percentual, agora em 18%, e uma taxa Selic de curto prazo mais alta. Já para a Stone o preço-alvo foi reduzido de US$ 22 para US$ 12, mas ainda prevê um upside de 20% para o ativo.

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Os analistas destacam que, na semana passada, o Credit realizou sua conferência anual com o setor financeiro, ouvindo mensagens bastante positivas das adquirentes, projetando uma competição saudável e aparentemente mais focada em iniciativas para melhorar os retornos do que impulsionar o crescimento.

Novos aumentos de preços (e/ou redução de subsídios para as maquininhas) estão sendo considerados pelas empresas. As empresas também destacaram que não planejam repassar para os preços uma eventual redução da taxa básica de juros Selic.

“As ações das companhias de pagamentos são altamente sensíveis aos juros, pois afetam não apenas seu custo de capital próprio, mas também suas grandes despesas financeiras. Dado o ambiente benigno para preços do setor, acreditamos que os adquirentes provavelmente seriam capazes de absorver com lucros uma potencial redução da taxa Selic. Assim, vemos um espaço considerável para as ações do setor se os investidores ganharem confiança de que a inflação está prestes a atingir o pico e haver assim uma reversão dos juros”, avaliam Federle e Ricciuti.

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No entanto, ponderam que o oposto também é verdadeiro; qualquer frustração em relação a uma reversão dos juros provavelmente levaria a um desempenho inferior. “A inflação é o principal risco, em nossa opinião”, avaliam.

Os analistas apontam que, dado que o estrategista global de taxas de juros não é tão otimista quanto a uma rápida acomodação da inflação, basear calls em um cenário de rápida reversão das taxas seria prematuro e, por isso, optam por uma abordagem seletiva.

Além disso, pelo lado da rentabilidade, vê o forte desempenho da Cielo no segundo trimestre (com bom crescimento e margens) como uma indicação de que o setor ainda é um negócio lucrativo no Brasil.

“Apesar de ser um mercado altamente competitivo e constantemente afetado pela evolução da tecnologia (por exemplo, PIX, câmaras de compensação de recebíveis, entre outros), dados recentes sugerem que o setor de adquirência está se mantendo em termos de crescimento e rentabilidade.

Para os analistas, os resultados do PagSeguro são mais sensíveis à Selic do que a da Cielo, sendo a melhor ação em caso de reversão de rendimento.

“Nossos modelos assumem uma taxa Selic de 14% ao ano em 2022 e e 11,75% ao ano em 2023 em diante, bastante em linha com os rendimentos do mercado de renda fixa. PAGS e STNE estão crescendo rapidamente, mas com margens pressionadas. Assim, as relações entre preço sobre lucro não parecem atrativas. Enquanto esperamos que ambas as empresas controlem os custos, as margens não melhoram o suficiente até que a taxa Selic comece a recuar. Do lado positivo, um pequeno corte na Selic pode levar rapidamente a múltiplos atrativos”, apontam os analistas.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.